figurar o nome de Elieser ben Alantansi e de
a casa ter fechado após aquela data. Outros
autores defendem que Elieser Toledano não
foi impressor mas sim proprietário de
tipografia e editor. Na sua oficina gráfica
trabalharam Judah Gedaliah, Zaqueu, seu
filho, e Moisés, filho de Semtob. Como revisor
de algumas obras impressas na tipografia
de Eliezer aparece o nome de Joseph
Calphon.
Elieser Toledano abandonou a actividade
tipográfica em 1492, desconhecendo-se os
motivos dessa atitude. É possível que a partir
desta data se tenha instalado no norte de
África, em Fez, e aí tenha prosseguido a sua
actividade de impressor ou editor.
Em Portugal, Elieser Toledano imprimiu em
1489 as Novas da Lei ou Comentário ao
Pentateuco, de Moisés ben Nahman, e
Comentário à ordem das Orações, de David
Abudarham. Possivelmente no ano seguinte,
em 1490, imprimiu em Lisboa o Livro de
orações e Caminhos do Mundo, de Josué
Levi, Livro do temor, de Jonah Gerondi,
Segredos da penitência, de Ionm Tovb, todos
formando um único volume. Em 1491 dá à
estampa o Pentateuco, versão de Onkelos e
comentário de Rashi e, talvez em 1492, os
Provérbios de Salomão. Neste mesmo ano
ainda imprime Isaías e Jeremías, comentário
de David Kimji e Leis da Matança de
Moisés ben Maimon.
TORY, GEOFROY - Desenhador, gravador
em madeira e impressor tipográfico que
nasceu por volta de 1480. Foi também professor
de filosofia e editor. Foi professor de
Claude Garamond.
Estudou em Bruges e em Itália e tinha como
passatempo o gravar de letras ornamentais,
desenhos e cercaduras. Em 1515 deixou de
leccionar para se dedicar por inteiro às artes
gráficas.
Em 1529 publicou uma obra em três volumes
com o título Champfleury onde exalta a
língua francesa, propõe mudanças na ortografia
e, através de xilogravuras de qualidade,
expõe as suas teorias sobre o desenho
de letras.
Tory é o introdutor da decoração renascentista
nos livros e outros impressos, assim
substituindo a decoração medieva que até aí
imperava.
Em 1530 ou 1531 foi nomeado impressor do
rei, cargo que exerceu até ao seu falecimento
em 1533.
TORRENTINO, LORENZO - Tipógrafo flamengo
estabelecido em Florença por convite
do duque Cósmio I que imprimiu algumas
obras notáveis como Architettura, de Leo
Batista Alberti, impressa em 1550, traduzida
do italiano por Cósmio Bartoli, e as
Pandectas, de Justiniano, que saiu do prelo
em 1553.
TORRESANI, ANDREA - Impressor veneziano,
sucessor da tipografia de Nicolás
Jenson, que foi sogro de Aldo Manúcio, com
o qual havia formado sociedade. A ele se
devem algumas inovações na paginação dos
livros. Dedicou-se sobretudo à impressão de
obras jurídicas e filosóficas.
Após a morte de Aldo em 1515, Torresani
haveria de prosseguir com a tipografia
Aldina até os filhos do fundador atingirem a
maior idade.
TOURNES - Família de impressores franceses
da cidade de Lyon. Jean de Tournes foi
aluno de Gryphe e iniciou uma dinastia de
impressores que trabalhou até ao século
XVIII. Começou a imprimir em 1542, embora
já fosse antes disso um homem erudito.
Teve como ilustrador quase exclusivo dos
livros que imprimiu Bernard Salomon.
O seu filho Jean de Tournes (II) foi seu continuador.
Jean de Tournes (II) imprimirá
em Lyon diversas obras, apesar das perseguições
e prisões a que será sujeito por
motivos religiosos, como por exemplo,
Funérailles des Romains, de 1581. Nos
finais de 1585 foi expulso de Lyon e obrigado
a refugiar-se em Genève, onde trabalhará
até 1615. Jean de Tournes imprimiu e publicou
em Genève, por duas vezes, em 1591
e 1604, a obra de Damião de Góis Fides
Religio et mores Aethiopum ac deploratio
Lappianae gentis. Até à sua morte, em 1615,
imprimiu na cidade suíça muitas obras que
já tinha dado à estampa em Lyon e que lhe
trouxeram muita celebridade.
Só em 1726 os Tournes, já então uma
grande empresa livreira europeia, regressarão
a Lyon através de um intermediário,
Jean-Jacques et Jacques. Em 1780 os seus
descendentes Samuel e Antoine abandonam
a arte tipográfica e vendem a empresa.
TRUJILLO, SEBASTIÁN - É considerado o
melhor tipógrafo sevilhano do século XVI,
quer pela qualidade das suas impressões,
quer pela quantidade das obras que
executou. Mas a sua fama também lhe
advém por ter sido o impressor da maior
parte das obras de frei Bartolomé de las
Casas, entre elas a Brevissima relación de la
destrucción de las Indias que imprimiu em
1552.
Sebastian Trujillo deve ter começado a
imprimir no ano de 1543, embora não haja
unanimidade dos estudiosos da tipografia
sobre esta data, pois que alguns falam em
1549.
Tinha tipografia em Sevilha, de fronte a
Nossa Senhora da Graça, tendo depois
mudado para junto das casas de D. Pedro
Pineda. Imprimiu em 1558 a Crónica de San
Fernando e La historia del rey Canamor y del
infante Turiano su hijo. Em 1562 e 1567
executou a impressão da Crónica de España
de Diego de Valera. No ano de 1664 deu à
estampa a Historia imperial y cesárea, de
Pedro Mejia, e a Chrónica de los notables
caballeros Tablante de Ricamonte y de Jofre,
hijo del conte Donason. Para além destas,
imprime muitos outros livros, com
destaque, como se disse, para os de
Bartolomé de las Casas, como é o caso do
Tratado comprobatorio del Imperio soberano
que los Reys de Catilla y León tienen sobre
las Indias, obra que terminou de imprimir
em 1533. Parece que a partir de 1552 utilizou
material tipográfico de Jacome
Cromberger, que nessa altura estava a terminar
a sua actividade impressória.
À morte de Trujillo sucede-lhe na condução
da oficina, embora por pouco tempo, a sua
viúva Ana de la Peña, após o que o seu filho
Alonso de la Barrera tomará as rédeas do
negócio.
TSCHICHOLD, JAN - Tipógrafo, desenhador
de caracteres, calígrafo e pedagogo
nascido em Leipzig em 1902 e que faleceu
em 1974. Jan Tschichold começou como
desenhador de rótulos mas em 1923 já
publicara Os princípios da tipografia, a sua
primeira obra. Em 1928 publica o seu livro
Die Neue Typographie, uma das suas obras
mais importantes. Com a chegada do
nacional-socialismo ao poder, Tschichold sai
da Alemanha e vai trabalhar com Bem
Schwabe, impressor e editor em Basileia.
Em 1935 escreve Typographische Gestaltung,
quando já é um consagrado estudioso
e prático da tipografia dada a sua larga
experiência. Em 1955 é nomeado assessor
tipográfico dos conhecidos laboratórios farmacêuticos
Hoffman-La Roche. Em 1964
desenha o sabon, que pode ser utilizado
como caracter de fundição, como matriz de
linotipia ou monotipia e, mais tarde, como
caracter de fotocomposição.
TURNER, JOSEPH M. WILLIAM - Artista
inglês contemporâneo de William Blake, que
viveu entre 1755 e 1851, tendo desenhado
ilustrações para muitos livros, as quais
foram depois gravadas em água-forte ou
abertas em chapa.
UNGER, JOHANN FRIEDRICH - Impressor
berlinense do final do século XVIII que
alcançou grande fama pela qualidade dos
seus impressos. Amigo dos Didot e admirador
da legibilidade dos seus tipos, este
tipógrafo teve fundição própria e parte dos
seus tipos ainda se encontram em poder da
casa holandesa Enschedé & Zonen.
Imprimiu obras de Goethe e Schiller e de
outros escritores alemães seus contemporâneos,
assim como uma tradução das obras
de Shakespeare. Foi nomeado impressor da
Academia Prussiana de Artes.
UNGLER, FLORJAN - Impressor tudesco
conhecido por o Bávaro que se estabeleceu
no ano de 1510 em Cracóvia e imprimiu a
primeira obra que se conhece em língua
polaca. Trata-se da obra Vida de Jesus
traduzida do alemão.
UNGUT, MEINARDO - Impressor alemão
que, juntamente com o polaco Estanislao
Polono, foi convidado a imprimir em
Espanha pelos reis católicos Fernando e
Isabel. Os dois impressores vieram de
Nápoles, onde trabalhavam na oficina de
Matias Moravus. Iniciou a sua actividade em
Sevilha no ano de 1491 e aí imprimiu muitas
obras em sociedade com Polono. Os dois
estavam instalados na rua Génova e depois
na rua Bavona. A sua primeira obra na
cidade andaluza é Indefensiones Sancti
Thomae de Diego de Deza, de 1491, a que
logo se segue as Siete Partidas. Depois
imprimem muitas outras obras, entre as
quais textos de Aristóteles, Séneca, Catão,
Virgílio, Nebrija e Pedro López de Ayala.
Em 1496 instala-se em Granada, juntamente
com Pegnitzer, ambos chamados pelo
arcebispo Hernando de Talavera, e durante
quatro meses imprime na cidade. Aqui
imprime a Vita Christi de Eiximenis.
Regressado a Sevilha, continua a trabalhar
em parceria com Polono até ao seu falecimento
em 1499, sendo a última impressão
de ambos o Missale secundum morem et consuetudinem
ecclesiae Giennensis, daquele
mesmo ano, e cujo único exemplar conhecido
se encontra na Biblioteca Capitular de
Jaén.
UPDIKE, DANIEL BERKELEY - Tipógrafo
americano do século XX, considerado um
mestre da moderna tipografia, que trabalhou
na Imprensa Merrymount de Boston.
A sua obra tipográfica mais conhecida é
Printing Types, em dois volumes, e que constitui
uma referência para todos os gráficos.
Foi também autor do livro In the Day’s
Work, uma colecção de ensaios sobre
tipografia que é de leitura obrigatória por
todos os que se interessam pela arte gráfica
e pela gestão de uma oficina de impressão.
USQUE, SAMUEL IBN - Impressor português,
judeu, que se estabeleceu em
Ferrara onde, em 1553, deu à estampa a
Bíblia de Ferrara, destinada aos refugiados
judeus. No mesmo ano deve ter publicado,
em conjunto com o seu irmão Samuel, a
Consolacam as Tribulacoens de Israel,
impresso em português. Para alguns estudiosos,
porém, esta obra foi publicada em
Amsterdão, em 1660.
VARESIO, JUAN BAUTISTA - Impressor
italiano que trabalhou entre 1580 e 1631.
Foi casado com a filha de Juan de Junta.
Iniciou a sua actividade na cidade de
Burgos, trabalhando umas vezes só, outras
de parceria com Juan de Junta como nos
casos da Cronica del famoso caballero Cid
Ruy Diez, impressa em 1593, e na
Philosophia moral de principes, para buena
criança y gobierno, de Juan de Torres,
impressa em 1596.
Em Burgos imprimiu, entre outras obras,
Agricultura del alma y exercicios de la vida
religiosa (1603), de Melchor Rodrigues de
Torres, Expositio literalis et moralis omnium
Evangeloirum (1604), de Pedro Machado,
Metamorphoseos del excelente poeta Ovidio
Nasson (1609) e Ordenanças de la muy
noble y muy mas leal ciudad de Burgos,
impressas em 1615.
Também imprimiu em Lerma no ano de
1619. O seu primeiro trabalho impresso
nesta localidade é a Primera parte de la
Introducción al Símbolo de la Fe, de Luis de
Granada, a que se seguem outras obras,
todas impressas em 1619. A partir de 1623
passa a imprimir em Valladolid. Aqui a sua
primeira obra é o Commentaria moralia in
Evangelicam historiam. O último texto que
imprimiu foi executado em Valladolid em
1631 e é o Sermón, texto que foi lido aos
fiéis da cidade de Ávila.
Varesio trabalhou ainda noutros locais como
no mosteiro de Vid, em 1625, e talvez em
Medina del Campo, em 1629. Sobre o mérito
tipográfico de Varesio as opiniões dos
entendidos não são concordantes. Enquanto
que uns o referem como um impressor
medíocre que utiliza material gráfico muito
usado, outros indicam-no como um dos
grandes impressores da cidade de Burgos.
VASCONCELOS, JOSÉ MARIA - Responsável,
em conjunto com o irmão Manuel
António, pela impressão do primeiro número
do Açoriano Oriental, o mais antigo jornal
português ainda em publicação, que apareceu
nas bancas a 18 de Abril de 1835.
VASA, PIERRE - (Ver Eskrich, Pierre)
VAUTROLIER, THOMAS - Impressor francês,
hugonote, que se estabeleceu em Inglaterra,
em Londres, e na Escócia, em Edimburgo.
Imprimiu sobretudo livros religiosos.
Executou a impressão das versões latina e
inglesa das Institutes, de Calvino, e imprimiu
o livro oficial de rezas da Igreja
Escocesa, Books of Common Order. Foi o
primeiro impressor que em Inglaterra
imprimiu música.
VÁZQUEZ, ANTONIO - Considerado um
dos melhores impressores de Alcalá de
Henares na primeira metade do século XVII,
trabalhou para a Universidade, tendo-se
especializado em livros de filosofia e em
comentários em latim sobre Aristóteles.
Depois da sua morte, em 1643, a oficina foi
dirigida pela viúva Maria Fernandez, que
imprimiu muitas obras até 1672 mas sem
alcançar a qualidade gráfica exibida nos trabalhos
impressos por seu marido.
VELDENER, JAN - Impressor holandês que
trabalhou em Lovaina em 1475 e depois em
Utreque e em Kuilenburgo. Em Utreque
publicou uma edição do Fasciculus, ilustrado
com várias estampas xilogravadas.
Naquela mesma cidade imprimiu as Epistelen
en Evvangelien, impressas em 1481,
que tinham trinta e nove ilustrações. Em
1483 imprimiu o Spieghel onzer Behoudenisse,
edição holandesa do Speculum
Humanae Salvationis.
VELOSO, JOSÉ MAURÍCIO - Tipógrafo
português, natural da Lourinhã, que nasceu
a 22 de Setembro de 1832. Foi admitido na
Imprensa Nacional em 8 de Abril de 1839,
tendo concluído a aprendizagem de composição
manual em Abril de 1843.
A Imprensa Nacional ficou a dever-lhe valorosos
serviços pois foi ele que dirigiu os trabalhos
de instalação e remodelação do
mobiliário e processos tipográficos, desde
os da adaptação dos novos modelos de
caixas e cavaletes, da substituição das lâminas
de zinco e dos claros de madeira por
filetes de metal, linguetas e quadrilongos,
até ao emprego de novas matrizes para a
fundição e da mise-en-train para a impressão.
A este tipógrafo também se fica a dever a
introdução no país, na Imprensa Nacional,
dos processos de gravura mecânica e química.
O rei D. Luís conferiu-lhe por decreto de
13 de Maio de 1862, o grau de cavaleiro de
Cristo, em atenção aos serviços que prestou
à tipografia portuguesa. Faleceu em 16 de
Agosto de 1869.
VERA, JUAN de - Primeiro impressor nas
Filipinas em 1602, tendo ajudado os padres
dominicanos Domingo de Nieva e Francisco
Blancas de San Joseph na impressão do
primeiro livro impresso no país, a Doctrina
Cristiana, tendo para isso recorrido à xilogravura.
O verdadeiro nome deste impressor,
de origem chinesa, era Keng Yong mas
logo foi rebaptizado pelos espanhóis com o
nome de Juan de Vera.
Depois de 1602 impimiu, já com caracteres
móveis, o Libro de las Excellencias del
Rosario de Nuestra Senora y Sus Misterios
en Lenggua ( y letra) Tagala. Em 1610, a
tipografia onde imprimia, foi transferida
para Abucay Bataan e foi aí que Tomas
Pinpin, o primeiro impressor nascido nas
Filipinas, aprendeu a divina arte com Juan
de Vera.
VESFÁLIA, JOÃO de - Primeiro impressor
no território da actual Bélgica, também conhecido
por João de Paderborn, fez a
primeira impressão em 1473 em Alost tendo
depois passado a imprimir em Lovaina,
onde encontrou como concorrente o impressor
Jan Veldener.
VICENTINO, ARRIGHI - Criador em 1522
de novos caracteres denominados de cancellerescos,
que imitavam a escrita manual
da época e que se caracterizavam, tal como
os itálicos, pela cursividade das suas formas.
VILANOVA, JOAQUIM CARDOSO VITÓRIA -
Desenhador, gravador e litógrafo natural do
Porto, nascido em 1792 ou 1793 e que faleceu
em 5 de julho de 1850, e que na cidade
exerceu actividade. Foi discípulo de Leitão
Vasconcelos. Deu aulas de desenho na
Academia Politécnica, na Academia da
Marinha e Comércio, na Academia Portuense
de Belas Artes sendo primeiro professor
agregado da Aula de Pintura Histórica.
No domínio da pintura conhece-se apenas
uma obra, exposta no Museu Nacional de
Soares dos Reis, uma pintura sobre tela,
representando uma paisagem com um
barco, e que parece datada de 1834. São
também dele os cento e dois desenhos que
constituem a obra Edifícios do Porto em
1833 que a Biblioteca Pública Municipal do
Porto publicou integralmente em 1987. Dele
são também outros desenhos como os que
foram publicados no Tratado Elementar de
Geigrafia, Astronómica e Fizica, e Histórica
Antiga e Moderna, de D. José de Urcullu,
obra impressa na Tipografia Comercial
Portuense. Nesta mesma tipografia se
imprimiu os Romances de Voltaire, numa
tradução de António da Costa Paiva, incluindo
a obra um retato de Voltaire que foi
gravado por Vilanova. Em 1839 Vilanova
gravou um mapa de Portugal que se encontra
reproduzido no Quadro Geral de História
Portugueza segundo as epocas de suas revoluções
nacionais, e que a Tipografia
Comercial Portuense publicou em 1840. No
domínio da gravura é também de Vilanova o
registo de Nª Srª da Boa Nova Protectora
dos Commerciantes, publicado em 1819.
Mas a principal actividade de Joaquim
Cardoso Vitória Vilanova, e na qual mais se
dintinguiu, foi a de impressor litógrafo. Foi
um dos pioneiros da arte da Litografia na
cidade do Porto, talvez o segundo a praticála
na cidade. Entre 1830 e 1850 imprimiu
muitas litografias na sua oficina na rua do
Campo Pequeno, artéria onde também
morava, algumas das quais foram por ele
próprio impressas. Imprimiu litograficamente
vários retratos de personalidades da
época e gravuras de cariz religioso. De 1835
são seus os retratos de D. Pedro e de
Manuel da Silva Passos, de1837 o retrato de
José da Silva Passos e os dos exilados polacos
partindo para a Sibéria, de 1838 os
retratos de José Ferreira Borges, Jorge
Buchanan e do Infante D. Henrique,de 1839
existem retratos litografados por Vilanova
do Conde de Avilez e de Chateaubriand, de
1848 há os retratos de D. Nuno Alvares
Pereira e Joaquim Veloso da Cruz, e de 1849
o retrato da matricida Maria José a caminho
da fôrca, em Lisboa. Em 1855 litografou o
retrato do maestro Francisco de Sá
Noronha. Colaborou na Revista Literária,
onde se podem encontrar vários retratos
que litografou e no Instructor Portuense que
inclui paisagens de sua autoria. Também o
Jardim Portuense insere várias litografias
suas que mostram apetrechos e técnicas de
jardinagem. A oficina litográfica de Vilanova
teve continuadores após a sua morte.
De facto conhece-se a firma Vila Nova Filhos
& Cª e depois as que aparecem designadas
por Carmine Alario Vila Nova, e Viúva Alario
Vilanova.
VILLENEUVE, JEAN - Fundidor de tipos
gaulês que trabalhou em Portugal a partir de
1732. Foi contratado para fundir novos caracteres
para a Academia Real de História.
A sua produção atingiu tal qualidade e satisfez
tão bem as necessidades das diversas
tipografias em laboração que foi proibida a
importação de tipo estrangeiro.
VINNE, THEODORE LOW DE - Tipógrafo
norte-americano que nasceu em 1828, em
Stamford e faleceu em 1914. Foi também
desenhador de tipos, designer, introdutor de
novas técnicas gráficas e investigador de
História das Artes Gráficas.
Iniciou-se na profissão de impressor como
aprendiz em 1842 em Newburgh no estado
de Nova York.
De Vinne viveu numa época em que se
operaram transformações radicais nas tecnologias
gráficas e nas tendências do
design. Como historiador fez o relato das
mudanças que ocorreram nas técnicas gráficas
sem deixar de ter estudado os primórdios
da história da imprensa e da fundição
de tipos. Como resultado das suas investigações
escreveu mais de uma dúzia de livros
e de uma centena de ensaios. Foi o criador
da família de tipos conhecida por Century.
VINGAARD, HANS - Impressor alemão do
século XVI, de Stuttgart, que foi o primeiro
a imprimir em Viborg e depois trabalhou em
Copenhague, e que imprimiu numerosas
obras protestantes. Foi impressor da
Universidade de Copenhague.
VINGLE, PIERRE - Impressor, filho de
Jean de Vingle, que também foi impressor,
originário da Picardie, Pierre de Vingle trabalhou
de 1525 a 1531 na oficina de Claude
Nourry, especialista de Lyon na edição de
livros populares, tendo casado com a filha
deste. Foi um impressor de textos da
Reforma francesa. O facto de ter impresso
muitos textos de propaganda evangélica fez
com que fosse perseguido e levou-o a
imprimir com nomes falsos e a referir locais
de impressão também falsos. Em 1531
publicou L’unio dissidentium, que foi imediatamente
condenado pela Sorbonne. Depois
esteve estabelecido em Manosque, uma
região onde as ideias consideradas heréticas
ganhavam força. Por fim, esteve estabelecido
em Neuchâtel, onde desenvolveu uma
enorme actividade. Em 1533 imprimiu a
Liturgia de Farel e uma recolha de canções
evangélicas. No ano de 1534 imprimiu o
Sommaire e muitos panfletos. Em 1535 é a
vez de dar à estampa a Bible d’Olivétan.
VITRÉ, ANTOINE - Francês que viveu no
século XVIII, considerado o melhor impressor
do seu tempo, que em 1645 imprimiu
em dez volumes a Bíblia Poliglota. Esta obra
foi financiada por Guy Michel Le Jay e
incluía textos em hebreu, samaritano, grego,
siriaco, latim e árabe. Antoine Vitré foi
nomeado impressor do rei para as línguas
orientais.
VOLPI, GIOVANNI ANTONIO - Criou juntamente
com o seu irmão um das melhores
tipografias de Pádua no século XVIII.
O primeiro livro impresso pela tipografia, de
cuja direcção técnica estava encarregue o
impressor Giuseppe Comino, foi De motu
aquae mixto de Joannis Poleni, impresso em
1717.
VOX, MAXIMILIEN - Gravador, ilustrador
de livros, jornalista, editor, escritor e tipógrafo
que nasceu em 1894 e faleceu em
1974.
É autor de várias obras e de estudos sobre
tipografia e de uma classificação de caracteres
que tem o seu nome.
WAESBERGHE - Familia de impressores
famosos holandeses. Jan van Waesberghe, o
fundador da empresa, foi durante muitos
anos impressor em Antuérpia tendo em
1589 deixado a cidade para se instalar em
Roterdão, onde morreu um ano depois. Mas
outros menbros da familia continuaram com
o negócio e abriram sucursais em
Amsterdão, Utrecht e Breda.
A casa de impressão de Amsterdão alcançou
uma consideravel importância debaixo da
direcção de Johannes Janssonius van
Waesberghe, entre 1651 a 1681. Foi concorrente
dos Elzevier, imprimindo toda a sorte
de livros.
WALD PEDER ERICKSSON - Sueco que
instalou a primeira tipografia na Finlândia
em 1642 e que ali trabalhou até 1653. A sua
primeira obra, e portanto o primeiro impresso
feito na Finlândia, foi o Discursus politicus
de prudentia de Michael Wexionius.
A produção da primeira tipografia finlandesa
foi pouco abundante e depois da morte
de Wald em 1653 só a tipografia da
Universidade de Abo funcionava com recurso
a impressores suecos.
WALDFOGHEL, PROCOPE - Possivelmente
companheiro de Gutenberg, este antigo
ourives de Praga utilizou e aperfeiçoou em
Avignon, entre os anos de 1444 a 1447, a
imprensa de tipos móveis ou tipografia,
tendo-se associado a Manaud Vtalis. Porém,
não chegou até nós nenhuma obra por ele
impressa.
WALPOLE, HORACE - Fundador da Tipografia
Arbuteana, instalada na sua propriedade
de Strawberry Hill, perto de Twicckenham,
nas margens do Tamisa. A tipografia funcionou
até 1798, tendo sido dirigida de 1765 em
diante por Thomas Kirgate.
WENSSLER, MICHAEL - Considerado o
segundo impressor em Basileia tendo consagrado
o seu trabalho a obras religiosas e
jurídicas. Imprimiu livros muito volumosos
e caros como Summa, de S. Tomás, que o
levaram à falência pelo que foi obrigado a
emigrar para Lyon, onde viveu algum tempo.
WEISS, LEOPOLD - Tipógrafo austríaco
que criou um sistema com trinta e nove figuras
de dois ou três caracteres e uma caixa de
composição com 668 divisões adaptada a
diversas línguas.
WHITTINGHAM - Família inglesa de tipógrafos
do século XIX que criou uma das gráficas
mais importantes do país, a Chiswick
Press, que se especializou na produção de
livros infantis mas que também deu à estampa
outros belos livros das mais variadas
temáticas.
WOLDE, LUDWIG - Alemão que, conjuntamente
com Willi Wiegand, fundou em
Munique, em 1911, a Tipografia Bremer.
Quando eclodiu em 1914 a primeira grande
guerra a tipografia tinha apenas executado
um livro. Nesta altura interrompeu a sua
actividade que só reiniciou em 1919.
Imprimiu esplêndidas edições da Ilíada e da
Odisseia, de Homero. A tipografia utilizava
belíssimos tipos especiais, um romano italianisante,
o romano de Nicolas Jenson e um
tipo de grego desenhados por Wiegand e
gravados por Louis Hoell.
WOLFF, NICOLAS - Impressor, gravador de
punções e de tipos em Lyon, no século XV.
WOODFALL, GEORGE - Tipografo londrino
que tinha sociedade com Richard Taylor
e em cuja tipografia trabalhou em 1811 a
primeira máquina de impressão imaginada
por Koenig, tendo impresso a folha H do
Annual Register para 1810. Esta máquina
era de sistema biplano horizontal, em que o
órgão impressor é móvel no sentido vertical.
WORDE, WYNKDYN de - Empregado de
Caxton desde 1480, Worde foi seu continuador,
tendo sido o primeiro impressor a executar
música impressa em Inglaterra, na
edição do Polychronicon de Higden, impresso
em 1495. Naquele mesmo ano imprimiu
Vitras Patrum que Caxton havia traduzido
no último ano da sua vida. Em 1499 mudouse
de Westminster para Londres instalando
a sua oficina em Fleet Street, rua onde se
concentravam os impressores e livreiros da
cidade e mais tarde as redacções e gráficas
dos jornais. A sua produção tipográfica foi
muito numerosa.
XAMARES, NICOLÁS de - Impressor espanhol
que trabalhou em Alcalá de Henares
entre 1672 e 1675 e em Madrid nos anos de
1675 e 1676. Também exerceu a actividade
de livreiro. O seu primeiro trabalho foi El
porqué de la Musica en que se contienen los
quatro Artes de ella, de Andrés Lorente, que
deu à estampa em 1672. Em 1675 imprimiu
Rmillete de varias flores poéticas, recogidas
y cultivadas en los abriles de sus años, de
Jacinto de Evia, obra que executou por duas
vezes, uma em Alcalá e a outra em Madrid.
XISTUS, RIESSINGER - Impressor em
Nápoles, deu à estampa o primeiro livro
ilustrado que foi impresso na cidade, no ano
de 1478.
YONG, KENG - (Ver Juan de Vera)
ZABALA - Família de impressores que
imprimiu em Pamplona entre 1647 e 1696.
Diego de Zabala, que trabalhou na cidade
entre 1634 e 1656, foi impressor oficial do
Reino de Navarra. Também trabalhou no
mosteiro de Oliva, nos anos de 1647 e 1648.
A partir de 1646 trabalhou associado a
Martín Labayen, tendo os dois impresso,
entre outras obras, Quaderno de las Leys y
Ordenanzas e as Leys de Navarra. Depois de
separado de Martín Labayen, continua a trabalhar
na cidade até ao seu falecimento em
1656.
Sucedeu-lhe seu filho Martín Gregorio de
Zabala, que também trabalhou em Pamplona,
entre 1656 e 1696. Este manteve o
título de Impressor do Reino de Navarra,
tendo impresso em 1666 o Reportorio de
todas las Leys promulgadas en el Reyno de
Navarra, de Sebastián de Irurzun. Em 1668
imprimiu Consuelos de enfermos y atribulados,
de Luis de la Puente, e em 1672
Princípios de los cinco sujetos principales, de
Miguel P. de Mendozay Quijada. No ano de
1673 imprimiu os Privilegios Reales de la
Orden de Nuestra Señora de la Merced.
ZAFRA, ANTONIO de - Impressor que trabalhou
em Madrid de 1675 a 1700. O seu
primeiro trabalho de impressão foi o
Compendio de los fundamentos de la verdadera
destreza y filosofia de las armas, de
Francisco Antonio de E. y Abarca, a que se
seguiu Fabrica y uso de varios instrumentos
mathemáticos, de José Zaragoza. Depois
imprimiu de forma continuada até ao ano de
1700.
ZAINER, GUNTHER - Impressor que
imprimiu em Augsburgo, principalmente
ilustrações, a partir de 1471. Antes tinha
estado em Estrasburgo, onde provavelmente
aprendeu a arte com Mentelin. O seu
primeiro livro ilustrado foi o Winterheil da
Leben der Heiligen ou Vidas de Santos, de
Voragine, impresso em 1471. As ilustrações
do livro foram impressas primeiro e são xilogravadas.
Depois utilizou os tipos para
imprimir o texto. Em 1473, Zainer imprimiu
com os seus caracteres uma edição
ilustrada do Speculum, de que se não conhece
o nome do ilustrador.
Zainner imprimiu muitos outros livros,
como uma Bíblia em fólio, em alemão, uma
das três Bíblias ilustradas mais antigas
impressas na Alemanha. Imprimiu mais de
120 obras, vinte das quais com ilustrações.
Faleceu em 1478.
ZAPF, HERMANN - Tipógrafo, calígrafo,
desenhador de caracteres e pedagogo
alemão, nascido em 1918. Em 1939 desenhou
o seu primeiro caracter, apelidado de
gilgenart. Após a 2ª guerra mundial foi professor
de desenho de letra em Nuremberg e
Offenbach. Entre 1947 e 1956 desempenha
funções de director artístico da fundição
Stempel, em Frankfürt. É nesta época que
desenha os caracteres que lhe darão justa
fama. Em 1950 desenha o palatino, em 1952
executa o melior e os caracteres conhecidos
por aldus e óptima.
É também o criador de muitos adornos
tipográficos assim como desenha caracteres
árabes, cirílicos e gregos. Escreveu diversas
obras sobre tipografia, das quais se destacam
o Feder und Stiche, o Manuale typographicum,
e Variações Tipográficas.
Os caracteres que criou foram adoptados
para a composição mecânica e para a fotocomposição
pela Mergenthaler Linotype
Company e por outros fabricantes de
maquinaria de composição.
Em 1976 desenhou o marconi para a Digiset
da Hell e o zapf book e o zapf international
para a International Typeface Corporation.
ZAROTO, ANTONIO - Impressor milanês
que imprimiu mais de cento e cinquenta
obras, das quais podem destacar-se os
Commentarii rerum gestarum Francisci
Sfortiae, conhecida por Sforziada, impressos
em 1479, cujo autor é Johannes
Simonetta.
ZATTA, ANTÓNIO - Considerado um dos
grandes impressores italianos do século
XVIII, a ele se devem excelentes impressões
de Dante (1757-1758), Ariosto (1772),
Metastasio (1782-1784). Entre 1788 e 1795
imprimiu quarenta e quatro volumes da
Opere teatrale de Goldoni e em 1772 deu à
estampa Orlando furioso.
ZELL, ULRICH - Fundador, em Colónia, em
1466, de uma importante tipografia que no
final do século imprimiu a Crónica de
Colónia, a qual contém importantes informações
sobre a invenção da tipografia.
Imprimiu mais de 140 títulos em vinte e oito
anos de trabalho, na sua maioria sermões e
obras latinas medievais. Também imprimiu
obras de Cícero e Virgílio.
ZORBA, SAMUEL RABBI - Impressor
judeu que abriu tipografia em Lisboa no ano
de 1489 tendo aí impresso várias obras.
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- Tesouros da Biblioteca Nacional, Edições
Inapa. Dicionário de Tipógrafos e Litógrafos Famosos
© Rui Canaveira
Todos os direitos para a publicação desta
obra em Portugal reservados por Rui Canaveira
ISBN
1ª Edição: 2002
No seguimento das edições anteriores do
Dicionário de Tipógrafos Famosos, que aliás
se encontram de novo esgotadas, entendi
agora ampliar o dicionário alargando-o aos
Litógrafos que tambem fizeram história.
De facto, o processo de impressão litográfico
ganhou uma tal importância, até porque
deu origem à impressão offset, que se justifica
plenamente que um dicionário deste
tipo liste tambem as principais figuras da
impressão litográfica.
Um processo que, como o nome indica,
começou por utilizar como fôrma de
impressão uma simples pedra da Baviera.
Fico esperançado que o Dicionário de
Tipógrafos e Litógrafos Famosos possa ser
tão útil aos leitores interessados na História
das Artes Gráficas como sinto e sei terem
sido as edições anteriores do Dicionário que
só considerava os Tipógrafos.
Rui Canaveira
AA, PETER VAN der - Impressor e livreiro
holandês do século XVIII que teve casa gráfica
em Leiden. Imprimiu entre 1703 e 1706
a obra em dez volumes, em fólio, Opera
omnia de Erasmo.
ADAMS, JAMES - Primeiro tipógrafo a montar
um prelo em Wilmington, nos Estados
Unidos da América, em 1761.
ADEKIND, CORNELIUS - Impressor
alemão de origem judaica cuja família emigrou
para Pádua e Veneza no final do século
XV. É possível que Baruch, pai de Cornelius,
tenha sido empregado de Aldo Manúcio.
Cornelius converteu-se ao cristianismo e foi
chefe de impressão, e mais tarde revisor de
provas na oficina de Bomberg. Quando este
morreu, cerca de 1550, Cornelius Adekind
trabalhou para Giustiniani na impressão de
livros judeus.
ALANTANSI, ELIESER BEN ABRAÃO -
Físico e comerciante judeu que em 1485
montou oficina tipográfica em Hijar, na
província de Teruel e arquidiocese de Saragoça.
Os seus conhecimentos de tipografia
tinham-lhe sido ministrados em Valência
pelo ourives, impressor, gravador e fundidor
de caracteres tipográficos Alfonso
Fernandez de Cordoba. Para a montagem
da tipografia Alantansi associou-se a
Salomão Maimon Zalmati, de Jativa
(Sevilha), também judeu, antigo mestre de
Afonso Fernandez de Cordoba.
O equipamento da oficina tipográfica de
Alantansi era dos mais aperfeiçoados da
Península Ibérica e tanto podia servir para
a impressão de obras em hebraico como
para a feitura de livros em língua castelhana
ou portuguesa.
Na oficina tipográfica de Hijar imprimiramse
muitas obras das quais se destacam a
edição de Orah Chaiim (Caminho da Vida),
de 1485, de Jacob ben Asher, e que parece
ter sido a primeira produção da oficina. Aqui
também se imprimiu o Pentateuco e o
Manuale Cesaraugustanum. Ao todo conhecem-
se cinco obras impressas por este tipógrafo
judeu entre as quais uma Bíblia
Hebraica de 1486/87 que foi reimpressa em
1490 com comentários de Salomon ben
Isaac. É muito possível que todas estas
obras tenham sido custeadas por Zalmati
apesar deste só aparecer citado na última
Bíblia.
Alguns estudiosos da tipografia defendem
que Elieser Alantansi e Elieser Toledano,
tipógrafo que imprimiu em Lisboa, são a
mesma pessoa. Contudo, não há ainda
provas que permitam ter a certeza dessa
possibilidade embora muito do material
tipográfico utilizado em Lisboa seja o mesmo
do que foi empregue em Hijar.
ALBRIZZI, GIAMBATTISTA - Destacado
tipógrafo italiano do século XVIII que produziu
muitas obras na sua oficina de Veneza.
Em 1745 imprimiu uma excelente edição,
pelas suas gravuras, de Gerusalemme liberata,
de Tasso, com ilustrações de
Giambattista Piazzetta.
ALBUQUERQUE, LUIS da S. MOUSINHO -
Considerado o introdutor da Litografia em
Portugal, estudou na capital francesa, por
mera curiosidade, o novo processo impressório.
Em 1822 enviou ao pintor Domingos
António de Sequeira uma prensa e algumas
pedras litográficas e outros apetrechos
necessários para imprimir litográficamente,
bem como penas próprias para o desenho
litográfico. Apesar de nunca ter feito qualquer
impressão litográfica no nosso país,
ainda assim Luís Mouzinho de Albuquerque
5
Livro1 9/12/02 12:01 Page 5
é considerado o introdutor da arte em
Portugal, pese embora seja possivel que a
impressão litográfica já fosse conhecida no
país desde a primeira invasão das tropas de
Napoleão, pois que nas tropas francesas
vieram oficiais possuidores de qualidades
artísticas e com conhecimentos técnicos da
nova arte como Lejeune, Lomet e o conde
Forbin.
ALEGRE, AVELINO - Gráfico português que
nasceu a 19 de Agosto de 1914, filho de
Cipriano Simões Alegre que em 1910 havia
fundado a Tipografia Comercial da Anadia a
qual tinha como principal objectivo a publicação
de um jornal que fosse o arauto das
instituições republicanas que então surgiam
em Portugal. Aos 15 anos de idade Avelino
Alegre já trabalha na tipografia e como o pai
não tinha desejo de abraçar em exclusivo a
vida de industrial gráfico, e era chefe da
Secretaria da Câmara Municipal da Anadia
e director do jornal Bairrada Livre, sendo
alvo de perseguição política pelo regime do
Estado Novo, é ele que em 1929 assume a
gerência da tipografia coadjuvado por familiares.
Em poucos anos a pequena gráfica
atingiu notoriedade e transformou-se numa
das casas gráficas mais importantes do distrito
de Aveiro. A empresa especializou-se
na produção de impressos para as Câmaras
Municipais e outros órgãos de poder local e
viveria uma fase difícil quando por ter
impresso o material de propaganda eleitoral
da candidatura do general Norton de Matos,
viu as encomendas daquelas entidades públicas
reduzidas a zero. Avelino Alegre haveria
contudo de ultrapassar esta situação de conseguir
a renovação da tipografia e de introduzir
o sistema offset. Foi ele aliás que introduziu
em Portugal a primeira máquina Roland
e deu uma ajuda na altura para conseguir a
representação pela empresa Polónio Basto.
Faleceu em 8 de Março de 1987 quando era
sócio gerente das empresas gráficas Cisial-
Cipriano Simões Alegre & Filhos Lda, e da
Lito Anadia- Alegres e Ribeiro, Lda, que
empregavam na altura cerca de cem trabalhadores.
Foi membro dos corpos gerentes,
pela região centro, da Associação industrial
do sector gráfico.
ALLDE, EDWARD - Impressor londrino que
nasceu em 1584 e faleceu em 1628, e era
filho de John Allde cujo negócio de tipografia
continuou. Imprimiu cerca de trezentas e
setenta obras, entre as quais um livro de
culinária e outro de jardinagem.
ÁLVARES, ANTÓNIO (pai) - Impressor português
que trabalhou nos finais do século
XVI, princípios do século XVII, que imprimiu
em Lisboa. Trabalhou muitas vezes de parceria
com os impressores Alexandre de
Sequeira, Marcos Borges e António Ribeiro.
ÁLVARES, ANTÓNIO - Filho de António
Álvares, este impressor foi chamado pelo
rei D. João IV para o seu serviço em
substituição de Lourenço Craesbeeck que
se mudara de Lisboa para Coimbra. Em
1623 publicou a Chronica do Condestável
dedicada ao Duque de Bragança, futuro rei
D. João IV.
ÁLVARES, JOÃO - Impressor português
que nasceu em Salgueiro (Aveiro), e faleceu
em Coimbra em 1586. Trabalhou em
Lisboa, Braga e Coimbra, desde 1542 até
1586, umas vezes só, outras de parceria
com o tipógrafo João de Barreira. A sua
filha Isabel João foi casada com o tipógrafo
João de Mariz. Em 1546 foi encarregue pela
Universidade de Coimbra de inventariar e
avaliar o material de impressão doado à
Universidade pelo rei D. João III.
ÁLVARES, RODRIGO - Considerado o
primeiro impressor português mestre de
emprentar livros. Natural possivelmente de
Vila Real, homem viajado e de boa formação
cultural, editor e impressor no Porto em
1497, tradutor e talvez ilustrador, colaborador
de D. Diogo de Sousa, que foi Bispo
do Porto e Arcebispo de Braga, dele são
apenas conhecidas duas obras impressas:
As Constituições que fez ho Senhor dom
Diogo de Sousa e Os Evangelhos e Epístolas
com as suas exposições en romãce, ambas
impressas em 1497, as primeiras acabadas
de imprimir em 4 de Janeiro daquele ano
e os segundos a 25 de Outubro. Nas
Constituições o tipo é gótico dum só corpo,
com capitais lombárdicas e floreadas, de
desenho branco sobre fundo negro. A composição
tipográfica é de fora a fora, seguida,
a uma coluna, com 40 linhas por folha. A
imposição é em três cadernos e o papel tem
marcas de água de diversas espécies. Os
Evangelhos e Epístolas são também impressos
em gótico, de dois corpos. A composição
é a duas colunas e tem 62 gravuras, 14 das
quais estão repetidas. Para além deste livros
foi possivelmente impressor de breviários.
Julga-se que fez a sua formação profissional
básica em Salamanca ou em Braga, na oficina
de Gherlinc, embora haja quem também
defenda que terá aprendido a ser impressor
em Saragoça com Paulo Hurus.
ALKABIZ, SALOMON ben MOISE LEVI -
Impressor judeu que trabalhou em Espanha,
na cidade de Guadalajara, imprimindo algumas
obras em 1482.
AMADO, MANUEL COELHO - Impressor
português do século XVIII, teve oficina em
Lisboa, em diversos locais do Bairro Alto,
nomeadamente na Rua da Rosa e na
Travessa da Estrela. O último ano de que
temos conhecimento em que exerceu actividade
é 1773, ano em que imprimiu Arte da
Grammatica Latina de António Pereira
Xavier.
AMENO, FRANCISCO LUÍS - Tipógrafo
português que trabalhou no século XVIII e
que teve oficina e loja de livros à entrada
da Rua das Gáveas, do lado da igreja do
Loreto, em Lisboa. Depois mudou-se para
a Rua da Atalaia, junto à travessa dos Fiéis
de Deus. Após o terramoto que atingiu
Lisboa em 1755, instalou-se na Rua da
Procissão e na Rua do Jasmin dando à sua
casa a denominação social de Tipografia
Patriarcal.
Francisco Luís Ameno era natural de Trásos-
Montes onde nasceu em 1713. Em 1727
cursava Direito Canónico na Universidade
de Coimbra mas, não tendo concluído o
curso, vem para Lisboa onde abriu aula de
primeiras letras e de gramática latina e,
mais tarde, oficina tipográfica. Entre 1753
e 1754 foi impressor da Congregação
Carmeriana da Santa Igreja de Lisboa.
AMERBACH, JOHANNES - Impressor
alemão nascido em 1430 em Reutlingen.
Estudou na Universidade de Paris antes de
ter começado a trabalhar em Nuremberg,
como revisor, na oficina de Anton Koberger.
Depois estabeleceu-se em Basle com oficina
tipográfica, cerca de 1475, e viria a trabalhar
em parceria, a partir de 1490, com
Johann Petri von Lagendorf e com Johannes
Froben. Foi o mais importante impressor
de Basle por aquela época, onde imprimiu
pelo menos setenta obras, entre as quais
um dicionário de Latim, onze bíblias e livros
de teologia. Foi o primeiro a utilizar tipo
romano. Faleceu em 1513 tendo Froben continuado
com a oficina e mais tarde prosseguido
o negócio o seu filho Boniface
Amerbach.
AMORÓS, CARLOS - É um dos mais importantes
impressores de Barcelona durante a
primeira metade do século XVI. Oriundo de
Tarascón, na Provença, chamava-se na realidade
Boloç, embora este nome não apareça
nunca nos seus trabalhos. Terá sido empregado
de Diego de Gumiel no ano da 1498.
Em 1505 era empregado de Luschner e é
neste ano que começa a trabalhar por conta
própria. A primeira obra em que aparece o
seu nome como impressor é de 1507 e é o
Vocabulario de Nebrija, embora tenha
provavelmente impresso antes, em 1505, as
Indulgencias para a Ordem de la Merced.
Em 1508 terá colaborado com Rosenbach
na impressão do texto de Guy de Chauliac
Pratica o repertori utilissim de cirugia.
Imprimiu muitas obras em catalão, castelhano
e latim.
A sua última obra, de 1548, é o texto de
Bartolomé Cucala Bacalus clericalis.
Os livros impressos por Amorós caracteri-
7
Livro1 9/12/02 12:01 Page 7
zam-se pela grande variedade de tipos
empregues e pela mescla dos mesmos.
A partir de 1542 começou a trabalhar com
o filho Juan Carlos. Faleceu em 1548.
ANABAT, GUILLAUME - Impressor parisiense
do século XVI que imprimiu ricos
Livros de Horas, a maior parte deles para
Hardouyns. Deve ter falecido por volta de
1510.
ANDRÉ, JEAN - O principal impressor em
Paris nos reinados de François I e Henri II,
foi impressor da Universidade. Publicou
alguns tratados anti-luteranos e denunciou
muitos calvinistas sendo responsável pela
sua morte ou prisão, incluindo os seus colegas
impressores François e Robert Estienne.
ANDREWE, LAURENCE - Natural de
Calais, este impressor de obras científicas
trabalhou em Londres e Antuérpia no século
XVI, tendo também sido tradutor.
ANGULO, ANDRÉS de - Natural de Mirande
de Ebro, este impressor espanhol trabalhou
em Alcalá de Henares, entre 1569 e 1578.
Era cunhado de Juan de Brocar que casou
com Francisca, irmã de Andrés. Imprimiu
muitas obras nas quais demonstra o seu virtuosismo
como tipógrafo. A maioria delas
é de carácter legislativo e religioso, tendo
no entanto também impresso textos literários,
como novelas de cavalaria e poemas.
Entre as suas primeiras impressões podem
destacar-se as Constituciones insignis collegii
Sancti Ildefonsi de 1560, o Libro de la
invencion liberal y arte del juego del Axadrez
de 1561, cujo autor é Ruy López de Sigura;
Tractatus de constrctiones de Alfonso de
Torres, também de 1561. Depois imprimiu
Arte breve y muy provechoso de cuenta castellana
y arismética de 1564, de Juan Gutiérrez
de Gualda, Controversiarium medicarum et
philosophicarum de Francisco Vallés de
Covarrubias, impresso em 1564, Triumphos
morales, de 1565, de Francisco de Guzmán;
Recopilación de las leys destos reynos hecha
por mandado de la magestad catholica del
rey don Philippe segundo, de 1567; Las
coplas de Jorge Manique, executado em
1570 e muitos outros até 1578, ano em que
imprimiu In sacrosanctum Lucam enarrationum
de Diogo Estella.
ANISSON - Nome de uma família de impressores
e editores franceses que desde 1691
até 1794 foi responsável pela direcção da
Imprensa Real Francesa e pelos tipos reais
daquela casa impressora. Jean Anisson e
Jacques Anisson, nascidos em Lyon, estabeleceram-
se em Paris vencendo as dificuldades
que lhes foram postas pela corporação
dos impressores parisienses. Jean
Anisson foi director da Imprensa Real e
inventariou todo o material tipográfico que
ali existia. Foi também ele que mandou
gravar os tipos conhecidos por romanos do
Rei de Philippe Grandjean. Em 1707 foi
substituído na direcção da Imprensa Real
pelo seu sobrinho Claude Rigan que se manteve
no cargo até 1725. Neste ano sucedeulhe
Louis-Laurent Anisson que reuniu no
mesmo local do Louvre todos os serviços
da Imprensa Real. Em 1733 foi substituído
pelo seu irmão Jacques Anisson-Duperron.
Neste época a Imprensa Real Francesa
alcançou assinalável prosperidade. Em 1788
Jacques Anisson-Duperron morre e é substituído
por Étienne-Alexandre Duperon,
nascido em 1749, o qual aliás estava designado
como substituto do pai desde 1765.
Étienne dirigiu a casa real impressora até
1794, data em que foi executado no município
de Ris.
Étienne dedicou-se a experiências e estudos
sobre legibilidade comparada entre o
tipo Garamond e o tipo Didot sendo o
primeiro investigador desta matéria.
ANJOS, JOAQUIM dos - Tipógrafo português
dos finais do século XIX princípios
do século XX, que foi revisor, compositor
e tradutor, sendo considerado um dos mais
ilustres tipógrafos da época. Também foi
poeta e prosador. Faleceu em 1918 com 62
anos de idade.
ANTUNES, THOMAZ QUINTINO - Tipógrafo
português que foi chefe da oficina da
Gazeta dos Tribunais e mais tarde proprietário
da Tipografia Universal, uma grande
casa gráfica onde se imprimia o Diário de
Notícias, lançado por Eduardo Coelho. Os
dois eram os proprietários do grande
matutino da capital que surgiu em 29 de
Dezembro de 1864. Quintino Antunes conheceu
grande ascensão social tendo ostentado
o título de Conde de S. Marçal.
ANVERS, LOURENÇO de - Tipógrafo flamengo
que imprimiu em Lisboa de 1641 a
1647. Exerceu vários cargos públicos depois
de ter renunciado à profissão de impressor.
Imprimiu a Gazeta em que se relatam as
Novas todas que nesta corte... de Novembro
de 1641, considerado o primeiro periódico
português. Esta publicação saiu quase todos
os meses, de 1641 a 1647. Lourenço de
Anvers obteve privilégio para imprimir o
Baptisterio, A Semana de Villa Lobos, e o
Flos Sanctorum de frei Diogo do Rosário.
APPENTEGGER, LOPE - Impressor de
nacionalidade alemã que trabalhou em
Saragoça entre 1499 e 1502. Era sobrinho
de Hans e Paulo Hurus por ser filho de
Anna irmã daqueles. Terá sido oficial impressor
na oficina de Paulo. Appentegger terá
actuado como representante da empresa de
Paulo Hurus. Em conjunto com Hutz e Coci
imprimiu, entre outras obras, o Breviariu,
Hieronymitanim, em 1499, Crmen paschale
de Sedulio, em 1500, Constitutiones
Archipiscopatus Caesaraugustani e Horae
Officia quotidiana, também no ano de 1500.
Foi também livreiro e mercador de livros.
Faleceu em Constância em 1526.
ARDIONS, MANUEL - Tipógrafo português,
do Porto que se distinguiu na defesa da
classe operária, e que foi mestre da
Tipografia do Reformatório de Vila do Conde,
depois Escola Salesiana. Faleceu vitima de
tuberculose em 1936.
ARRIGHI, LUDOVICO - Livreiro, editor,
impressor e desenhador de tipos que trabalhou
em Roma no primeiro quartel do
século XVI. Também trabalhou em Veneza,
em 1523, onde imprimiu em associação com
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