quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 7



curta existência e não pode levar a cabo o
seu projecto de imprimir obras científicas.
REINER, IMRE - Húngaro nascido em 1900
que é considerado um dos mais importantes
artistas gráficos e tipógrafos do século XX.
Naturalizou-se suíço e ilustrou muitos livros
tendo também escrito obras sobre tipografia.
Desenhou o tipo conhecido por
Corvinus para a Bauersche Giesserei.
REMONDINI - Família de tipógrafos italianos
do século XVIII que exerceu a actividade
tipográfica em Bassiano, perto de
Veneza. Tinha uma grande casa gráfica com
mais de quarenta prensas e quase mil trabalhadores.
RENNER, PAUL - Criador de tipos que em
1928 criou o célebre tipo de letra conhecido
por Futura. Estudou arquitectura e pintura
e a partir de 1934 dedicou-se a esta última e
escreveu sobre tipografia e fez estudos da
cor. Criou também o tipo Renner Antiqua
em 1939. Faleceu em 1956 com 78 anos de
idade.
REUWICH, ERHARD - Tipógrafo alemão
que imprimiu em Móguncia (Mainz), um
dos mais belos livros ilustrados na Alemanha
nos alvores da arte tipográfica, a
Peregrinatio in Terram Sanctum.
REVILLA, FRANCISCO - É um dos mais
importantes tipógrafos espanhóis do século
XVIII, embora tenha ainda começado a trabalhar
no século XVII. Trabalhou em
Saragoça na Rua de San Lorenzo a partir de
1698, ano em que imprimiu a Dissertación
del Martyrio de Santo Dominguito de Val de
Diego José Dormer. Em 1699 executa
Letras que se cantan en la Santa Iglesia
Metropolitana del Asseo de Zaragoza, onde
aparece mencionado como impressor da
Inquisição. Terá terminado a sua actividade
no ano de 1752.
RIBEIRO, ANTÓNIO - Impressor estabelecido
em Lisboa nos finais do século XVI.
Também teve oficina em Almeirim, de parceria
com Francisco Correa, e pelos anos de
1581, em Vila Verde. Tinha como marca
tipográfica uma palmeira com os ramos
superiores cingidos por uma coroa. Sobre a
coroa aparecia o sol. Ao lado dos troncos
duas figuras, uma representando o rio
Douro e a outra o rio Minho. Todas as figuras
estavam circunscritas numa oval que era
formada pela divisa Virtus media utroque
gandet. Imprimiu em Lisboa no ano de 1578
a obra intitulada Felicissima victoria concedida
del cielo al señor don Juan d’áustria en
el golfo de Lepanto... de Jeronymo Côrte
Real.
RIBEIRO, ANTÓNIO ÁLVARES - Impressor
português dos últimos anos do século
XVIII, que era filho de António Álvares
Ribeiro Guimarães, que também foi impressor
e com o qual aparece muitas vezes confundido.
Estava estabelecido na Rua de
S. Miguel n.º 260, no Porto, onde exerceu
actividade de livreiro e tipógrafo. O primeiro
trabalho que conhecemos saído dos seus
prelos é o Guia de Pecadores, de frei Luís de
Granada, impresso em 1749. Daí em diante
a sua actividade tipográfica foi sempre em
crescendo tendo trabalhado para a Mitra da
cidade do Porto. Exerceu a sua actividade de
tipógrafo pelo menos até 1803. Depois da
sua morte, em 1812, a viúva e os filhos continuaram
a imprimir muitas obras até meados
do século XIX, apesar do incêndio que
em 1820 destruiu totalmente a oficina.
Nessa altura a empresa passou a laborar na
Rua dos Lavadouros, n.º 16.
RIBEIRO, ANTÓNIO BAPTISTA - Um dos
primeiros a imprimir litográficamente no
Porto. Nascido em Vila Real em 1796, faleceu
no Porto em 29 de Julho de 1868. Foi
também pintor e professor de Desenho da
Academia de Marinha e Comércio da Cidade
do Porto e director do Museu Portuense fundado
pelo Duque de Bragança, fituro rei D.
Pedro II. Conhecemos trabalhos litográficos
executados por João Baptista Ribeiro, entre
1833 e 1844. São dele os retratos de Manuel
da Silva Passos e de Sá da Bandeira, de
1832, D. Pedro, Duque de Bragança, fardado,
Princesa Amélia, ambos de 1833, retrato
de D. Maria II, de 1836, do Remechido,
de 1838, de Francisco de Almada e
Mendonça e de Teresa Tavola, de 1842, e de
1845 o retrato de Francisco da Silva Sousa.
RICARDO, ANTÓNIO - Impressor italiano
do Piemonte que em 1579 introduziu a
tipografia no Peru, imprimindo em Lima.
António Ricardo teve a protecção dos jesuítas.
O seu primeiro livro, um catecismo, foi
impresso em 1584. Imprimiu ainda confessionários,
leis e normas oficiais. Em 1596
deu à estampa o Arauco domado, de Pedro
de Oña e em 1597 é vez de imprimir o Libro
general de las recciones de plata y oro de
Juan Belveder.
RICHEL, BERNHARD - Impressor de
incunábulos em Basileia que imprimiu,
entre outras obras, várias versões em
alemão do Speculum humanae salvatones e
Fasciculus temporum, de Werner Roolewinck.
RICHOLFF, JÜRGEN - Impressor procedente
de Lübeck a quem o rei sueco Gustavo
Vasa encarregou de criar a Imprensa
Real sueca. Imprimiu em 1526 o Novo
Testamento em sueco pois que o rei havia
entrado num processo de rompimento de
relações com a Igreja romana. Em 1541 saiu
da sua prensa uma versão sueca da Bíblia,
chamada Bíblia de Gustavo Vasa.
RICKETTS, CHARLES - Decorador e ilustrador
de livros, de origem inglesa, dos
finais do século XIX, que trabalhou para a
tipografia Vale.
RIESSINGER, SIXTO - Tipógrafo que
depois de ter trabalhado em Roma introduziu
em Nápoles, em 1470, a imprensa de
tipos móveis. Trabalhou nesta cidade
durante dez anos, após o que regressou a
Roma. Imprimiu cerca de trinta livros,
sobretudo obras jurídicas, embora também
tenha impresso textos literários.
RITTER, CHRISTIAN - Encadernador
alemão que ao serviço da Companhia das
Indias Holandesa fundou em 1784 a
primeira tipografia na África do Sul, na
cidade do Cabo. Tratava-se de uma pequena
gráfica onde em 1796 se imprimiu um
almanaque e outros trabalhos miúdos.
RIVADENEYRA, MANUEL - Considerado
o mais importante tipógrafo e editor espanhol
do século XIX. Nasceu em Barcelona a
9 de Outubro de 1805. Trabalhou diversos
anos como tipógrafo em Barcelona tendo
sido admitido em 1823 na Imprenta Real de
Madrid. Porém, em 1824 ruma a Paris para
adquirir mais conhecimentos sobre a arte
gráfica, tendo depois estado na Suíça,
Bélgica, Holanda, Inglaterra e Alemanha.
Em 1829, regressado a Barcelona, estabelece-
se por conta própria como impressoreditor,
em sociedade com Bergnes de les
Cases. Imprime então obras de elevada
qualidade gráfica em que patenteia os conhecimentos
que entretanto adquirira. Em
1835 a sociedade dissolve-se e Manuel
Rivadeneyra parte para a América do Sul em
1837. Em Santiago do Chile monta uma
tipografia e casa editorial e dá à estampa
muitos livros. Regressado a Espanha em
1843, organiza então em conjunto com
Buenaventura Carlos Aribau, a Biblioteca de
Autores Españoles cujo primeiro volume
aparece em 1846.
ROBLES, PEDRO de - Impressor que trabalhou
em Alcalá de Henares entre 1563 e
1566, em Guadalajara em 1564 e em Lérida
entre 1566 e 1576. Em Alcalá de Henares
trabalhou associado com Francisco de
Cormellas sendo a sua primeira obra em
conjunto as Constituciones de la Congregación
de Sanct Benito de Valladolid. Sem
deixar de trabalhar em Alcalá imprime também
em sociedade em Guadalajara, em
1564, o Memorial de cosas notables, de
Iñigo López de Mendoza.
ROCHA - Família de impressores portugueses
do norte do país, de Vila Nova de Gaia,
hoje cidade de Gaia, que fundou na localidade
uma das mais importantes gráficas da
região e cujos trabalhos patenteavam elevada
qualidade gráfica.
Lívio Joaquim de Meireles Rocha, seguindo
as pisadas de seu avô paterno, o fundador da
gráfica em 13 de Abril de 1895, e de seu pai
António Rodrigues da Rocha, iniciou a sua
carreira profissional na Tipografia Rocha &
Irmão Sucessor em Setembro de 1939,
tendo sido aprendiz de composição manual
e de impressão tipográfica. Tinha nessa
altura 14 anos de idade pois nascera em 26
de Junho de 1925 na freguesia de
Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia, e
acabara de completar o 5º ano liceal no
externato de Gaia. A gráfica foi por ele
dirigida depois da morte de seu pai e apesar
das dificuldades, manteve-se ao longo dos
anos como uma das mais bem equipadas do
norte do país, executando trabalhos de elevada
qualidade gráfica, que seria reconhecida
não só pela atribuição de numerosos
prémios atribuídos por entidades independentes,
mas também porque importantes
organizações eram suas clientes, como é o
caso da Associação Industrial Portuense.
A empresa Rocha Artes Gráficas, sob sua
direcção, trabalhava também com alguns
dos maiores artistas gráficos do norte do
país. Lívio Rocha, para além de gráfico,
desenvolveu intensa actividade em diversas
organizações. Foi membro dos corpos gerentes
da Associação industrial do sector
gráfico, Presidente da Direcção do Lar de
Santa Isabel, Presidente da Assembleia
Geral do Centro Recreativo de Mafamude,
Secretário do Conselho Fiscal da Associação
Vilanovense de Socorros Mútuos, Presidente
da Assembleia Geral da Companhia Industrial
de Fundição S.A., Presidente da Junta
de freguesia de Mafamude entre 1966 e
1974, Tesoureiro do Ateneu Comercial do
Porto, Presidente da Assembleia Geral do
Vilanovense Futebol Clube, Vice-Provedor
da Misericórdia de Gaia e Secretário da
Direcção dos Bombeiros Voluntários da
Aguda, e Presidente do Conselho Fiscal das
Creches de Santa Marinha.
Nos últimos anos da sua vida Lívio Rocha
dedicou-se com grande amor ao projecto de
ampliação das instalações industriais da
empresa, obra que não chegou a ver totalmente
completada pois faleceu em 10 de
Abril de 1994 com 68 anos de idade.
RODRIGUES, JOÃO - Impressor português
do século XVII com casa gráfica no Porto,
onde trabalhou muitos anos imprimindo um
grande número de obras. O primeiro trabalho
que se conhece deste impressor é do ano
de 1618, Sermão na transladação que fez o
Senhor Bispo D. Fr. Gonçalo de Moraes dos
ossos dos senhores Bispos do Porto seus
antecessores..., de Fr. António Rosado. O
último trabalho de João Rodrigues que
chegou até nós é de 1631 e é o Compendio
em que se relatam as deprecações públicas
que por ordem de Sua Magestade mandou
fazer o Bispo D. Fr. De Valladares pelas
calamidades: contagião de Itália, fome, conflagração
na ilha de S. Miguel, Caso de
Sancta Engrácia; e pelo bom sucesso das
armas desta monarchia... Do seu prelo
saíram também, em 1626 as Sátiras de Sá
de Miranda.
João Rodrigues terá trabalhado também em
Lisboa entre 1620 e 1647 pois há livros
impressos na capital que ostentam este
nome embora se não tenha a certeza de que
se trata do mesmo impressor. É o caso do
Livro de Nossa Senhora do Desterro, de
Francisco de Matos de Sá, impresso em
1620, ou do Discurso Politico da Excelencia,
Aborrecimento, Perseguição e Zelo da
Verdade,... impresso em 1647 por João
Rodrigues na oficina de Lourenço de
Anvers.
João Rodrigues também imprimiu em Braga
em 1629 e 1632, onde executou duas obras
do arcebispo D. Rodrigo da Cunha, os
Comentarii in priman partem Decreti
Gratiani e o Tractatus de primatu
Bracharensis Ecclesiae. Este impressor terá
também impresso em Lordelo em 1626.
RODRIGUES, LUIZ - Impressor português
que trabalhou em Lisboa, pelo menos entre
1539 e 1554. É considerado um tipógrafo
renascentista um pouco à maneira italiana.
Foi também livreiro da casa real. A sua
marca tipográfica era um grifo enroscado a
um tronco, com a legenda Salva vitae e o seu
nome Luduvicus Rodvrici. Dele se conhecem
mais de 50 trabalhos gráficos, quase exclusivamente
em tipos góticos e itálicos. Entre
as suas obras mais importantes contam-se a
Grammatica da Língua portuguesa com os
mandamentos da santa madre igreja, de
1539, Ho Preste Ioam das índias, de 1540,
Ley que manda deuasar das pessoas que
teuerem ajuntamento carnal com suas
parentas e affins... .
Alguns autores afirmam que Luís Rodrigues
não foi tipógrafo, mas apenas proprietário
de oficina tipográfica. Porém, nos seus últimos
trabalhos há a menção ao título de
escudeiro da casa real e tipógrafo régio.
RODRIGUES, SEBASTIÃO - Desenhador
considerado o maior designer português do
século XX, nasceu em 1929 no Dafundo e
faleceu em 1997. Estudou na Escola
Industrial Marquês de Pombal mas ao fim
de três anos foi obrigado a abandonar o
curso. Aí conheceu mestres como Calvet de
Magalhães, Ayres de Carvalho e Frederico
Jorge.
É o autor de muitas capas de livros como,
por exemplo, as que criou para os clássicos
das editoras Arcádia, Sá da Costa e Ulisseia.
Criou os célebres cavalinhos dos CTT
(Correios), cartazes para exposições da
Fundação Gulbenkian e as capas da revista
Almanaque. Muitas das suas obras são consideradas
obras de referência para designers
e artistas gráficos. Foi-lhe atribuído o
Award of Excellence pelo International
Council of Graphic Designer Associations
(ICOGRADA).
ROGERS, BRUCE - Considerado a figura
mais importante da impressão artística
moderna nos Estados Unidos, os seus livros
são procurados ávidamente pelos coleccionadores.
Foi durante algum tempo conselheiro
de imprensa da tipografia da
Universidade de Cambridge em Inglaterra.
É o criador dos caracteres conhecidos por
Centaur, versão moderna admirável do tipo
romano de Jenson. Rogers desenhava as
decorações para os livros que imprimia, os
tipos, e fazia a composição tipográfica.
A sua obra mais célebre é um panfleto denomi-
nado The Centaur, de edição limitada e
extraordinária perfeição tipográfica, e que
leiloado diversas vezes, atingiu preços altíssimos.
Nasceu em 1870 e faleceu em 1957.
ROLLAND, J. FRANCISCO - Impressor,
editor e livreiro francês que se estabeleceu
em Lisboa por volta de 1770. Foi o fundador
de uma das mais importantes oficinas gráficas,
denominada Tipografia Rollandiana a
qual, após a sua morte, foi continuada pelos
seus descendentes. Para além das numerosas
obras que editou e traduziu, também
imprimiu na sua tipografia, entre outras, a
Imitação de Christo escripta pelo veneravel
Thomás de Kempis, em 1777. Em 1797 esta
obra voltou a ser reimpressa na sua
tipografia. A actividade da tipografia
Rollandiana estende-se pelo século XIX.
ROOD, THEODORIC - Impressor de Colónia
que introduziu a imprensa de tipos
móveis em Oxford em 1479 ou 1480.
ROOS - Desenhador de uma notável fundição
de tipo holandesa, estabeleceu em
Hilversum, em 1928, a Imprensa Heuvel e
criou o tipo Meidoorn.
ROSENBACH, JUAN - Nome castelhanizado
do tipógrafo alemão de Heidelberg, cujo
nome de origem era Joannes Rosenbach,
que imprimiu em Espanha de forma ambulante
na última década do século XVI.
Trabalhou algumas vezes de parceria com
Spindler e Rix. Terá impresso, em Barcelona,
a famosa carta de Cristóvão
Colombo que dá conta da descoberta da
América.
A obra tipográfica de Rosenbach foi vasta.
Em 1495 imprimiu o Libre de les dones, de
Francisco Eiximenes e Les compuestes e histories
dels Reys d’ Aragó, de Pedro Tomich.
Em 1496, com outro alemão, Luschener,
imprime o Misal de Vic; em 1497 a
Gramática, de Nebrija e os Comentarios
sobre Terencio. Em Tarragona imprime, em
1498, a Expositio aurea hymnirum e em
1499 o Breviarium e o Missale Terraconense.
No ano de 1500 é a vez de dar à estampa o
Diurnale Tarraconense. De 1508 a 1528 trabalha
em Monserrat contratado pelo respectivo
mosteiro, para onde transfere a oficina
que tinha em Barcelona.
Entre as obras impressas por Rosenbach
merecem especial destaque o Missale
Benedictinum, impresso em 1521, com 36
páginas in folio, composto a letra gótica de
três corpos, com notas musicais impressas a
negro e vermelho e que contém ainda
numerosas gravuras xilográficas, e a Vita
Christi, um livro em quarto, com 207 páginas
e muitas gravuras, impresso ao que se
julga em 1522. Rosenbach estabeleceu-se
depois em Perpinhão, na França, onde introduziu
a tipografia e veio a falecer.
ROUGE, PIERRE le - Iluminador, escriba e
depois impressor, que deu à estampa livros
ilustrados de grande fama. A sua obra prima
foi o livro com ilustrações xilogravadas Le
Mer des Hystoires, publicada em fólios, em
1488 e 1489.
ROY, GUILLAUME le - Nome francês por
que foi mais conhecido Wilhelm Konig, considerado
o primeiro impressor na cidade
francesa de Lyon. O primeiro livro impresso
por le Roy foi Lotharii Compendium Breve,
miscelânea de vários ensaios religiosos da
autoria do cardeal-diácono Lothaire, que
veio a ser papa com o nome de Inocêncio III,
e que saiu do prelo em Setembro de 1473. O
livro foi impresso por ordem e a expensas de
um rico mercador de Lyon, Barthélemy
Buyer. Este impressor foi responsável pela
impressão do primeiro livro impresso em
francês, Le livre des merveilles du monde que
não está datado, mas que se julga ter sido
impresso em 1475. A dúvida sobre a efectiva
data de impressão deste livro faz com que
seja atribuída essa honra ao livro Légende
dorée, que Guillaume Le Roy imprimiu em
18 de Abril de 1476. Depois, em 28 de
Março de 1478, é impresso também a
expensas de Buyer, a tradução francesa do
Livre appelé Guidon de la pratique en
cyrurgie de Gui de Chauliac.
A associação entre Buyer e Le Roy durará
até 1483, ano da morte do primeiro.
Guillaume Le Roy continuará a trabalhar e
imprime nesse mesmo ano um romance de
cavalaria, e em 1483 as obras Offices de
Pâques e La destruction de Troye la Grant.
Todos estes livros foram compostos com
caracteres góticos.
A produção tipográfica de Guillaume Le Roy
foi muito importante sendo a sua última
obra de impressão do ano de 1488. Deve ter
falecido em 1493.
ROYCROFT, THOMAS - Tipógrafo inglês
do século XVII que entre 1653 e 1657
imprimiu em seis volumes a Bíblia Sacra
Poliglota. Nesta obra, considerada uma das
mais importantes da tipografia inglesa neste
século, foram utilizados tipos especialmente
desenhados para a composição dos textos
em hebreu, latim, grego, aramaico, siriaco
samaritano, árabe, etíope e persa. Este tipógrafo
também foi responsável pela impressão
de diversos textos de clássicos latinos.
RUIZ, CARLOS - Espanhol natural de
Bilbao que teve litografia no Porto por volta
de 1870, na Travessa das Pombas, depois
Travessa Sá da Bandeira, e que imprimia
geralmente a uma cor envoltórios para cigarros.
Tinha uma máquina plana do formato
de 70x100 cuja manivela era operada por
galegos.
RUIZ, JUAN - Impressor toledano que trabalhou
na cidade entre 1593 e 1623. Em
1593 imprimiu Reportorio de los tiempos, de
Juan Alemán. Seguem-se depois outros trabalhos
seus como os Villancios para cantar
en la Natividad de nuetro señor, impressos
em 1595, da autoria de Esteban de Zafra,
Relación de la Solemne entrada y recebimiento
hecho a los Católicos Reys don
Philippe tercero y doña Margarita d’Austria,
de Esteban de Castro, impressa em 1600,
Octavas a la prisión de Melisendra esposa de
don Gayferos, impressas em 1601. A partir
deste ano a produção gráfica de Juan Ruiz
parece sofrer um interregno voltando o seu
nome a aparecer em 1620 na obra Vida,
excelencias y muerte del patriarca y esposo
de N. S. San Joseph de José de Valdivieso.
O último trabalho gráfico de Ruiz deve ter
sido o Libro de las tres vidas del hombre, de
Miguel de la Fuente, impresso em 1623. Em
1624 começa a executar trabalhos de
impressão Juan Ruiz de Pareda que se
supõe ser filho de Juan Ruiz.
RUSCH, ADOLPHE - Impressor alemão de
Estrasburgo foi o introdutor dos tipos
romanos na Alemanha. Durante muito
tempo foi desconhecida a sua existência
porque não assinou nenhum dos livros que
imprimiu, sendo conhecido como o impressor
da letra R, porque os seus livros tinham
impressa essa letra de tipo muito característico.
Imprimiu obras de autores como
Virgílio, Séneca, Plutarco, Petraca, e Enea
Silvio. Foi casado com uma das filhas de
Johann Mentelin de Sélestat.
RUZICKA, RUDOLPH - Famoso ilustrador
de livros norte-americano do século XX,
que contudo nasceu na Boémia em 1883,
conhecido pelas belas ilustrações a preto e
branco e a cores e que ilustrou livros para
Updike. Trabalhou para a Mergenthaler
Linotype em 1939 e 1951.
SABON, JAKOB - Fundidor e cortador de
tipos nascido em Lyon. Trabalhou na
fundição de Egenolff em Frankfürt, em 1555
e em 1563 era empregado de Plantin em
Antuérpia. Depois regressou a Frankfürt e
passou a controlar a fundição Egenolff
Faleceu em 1580.
SALOMON, BERNARD - Notável gravador
de Lyon de meados do século XVI, conhecido
por “petit Bernard”, que trabalhou em
constante colaboração com o não menos
famoso impressor Jean de Tournes. O estilo
de Bernard Salomon, considerado italianisante,
directamente derivado da escola de
Fontainebleu, era tão característico que
constituiu em Lyon um dos modelos de ilustração
de livros nesta época e motivou o
aparecimento de uma verdadeira escola de
gravadores. Desenhou numerosas gravuras
de carácter religioso mas as mais famosas
são as que ilustraram os Quadrins historiques
de la Bíble, Figures de la Bíble, em
italiano e francês, Nouveau Testament de
Notre Seigneur Jésus-Christ e, entre os
livros profanos, as das M´tamorphoses, de
Ovidio e Hymenes des Vertus. As personagens
de Bernard Salomon têm características
maneiristas, com rostos muito alongados
e apresentam uma certa contorção do
busto que lhes dá um aspecto feminino.
SANCHA, ANTONIO - Considerado um dos
maiores tipógrafos espanhóis do século
XVIII, o outro grande impressor deste período
foi Joaquin Ibarra, Antonio Sancha foi
também editor. Nasceu em 11 de Julho de
1720 em Torija, Guadalajara, e foi casado
com Gertrude Sanz, irmã do impressor
Antonio Sanz. Com dezanove anos vem para
Madrid como aprendiz de encadernador mas
também trabalha no comércio livreiro. Foi
encadernador da Academia da Língua, da
Academia de História e da Biblioteca Real.
Adquiriu a oficina Ramirez que em poucos
anos transformou numa grande casa gráfica.
Morreu em Cádiz em 3 de Novembro de
1790 e apesar de ter sido curta a sua vida
como impressor deu à estampa muitas obras
de inegável qualidade.
SAUER - Família de tipógrafos que trabalhou
na América. O primeiro membro do clã
foi Christopher Sauer (1694-1758) que
montou oficina gráfica em Germantown em
1724. Em 1743 imprimiu a chamada Bíblia
de Sauer, uma tradução da de Lutero da
qual se tiraram 12.000 cópias. O filho
Christopher II (1722-1784) prosseguiu com
o negócio de impressão e em 1771 criou
uma fundição de tipo. Sucedeu-lhe
Cristhopher III (1754-1799) que continuou
com a empresa.
SAXÓNIA, NICOLAU de - Compatriota de
Valentim Fernandes com quem, em conjunto,
imprimiu em Lisboa a Vita Christi, de
Ludolfo Cartusiano, cuja tradução havia
sido feita para latim por Frei Bernardo de
Alcobaça. Deste famoso incunábulo existem
exemplares no Arquivo da Torre do Tombo,
na Bibliotecas Nacional de Lisboa, da Ajuda,
da Universidade de Coimbra e Municipal do
Porto.
Imprimiu sozinho o Breviario compostelano
e o Missal bracarense, obras em que
demonstra a sua categoria com mestre
tipográfico.
SCHARFFENBERG, MATIAS - Tipógrafo
que em 1533 abriu uma gráfica em Cracóvia
que foi continuada pelos seus familiares
mantendo-se em laboração durante dois
séculos.
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Livro1 9/12/02 12:01 Page 121
SCHÖFFER, PETER - Companheiro de
Gutenberg e Fust na primeira tipografia da
Europa, foi casado com a filha de Fust e
prosseguiu após a morte deste com a oficina
de impressão que era propriedade de
ambos.
Terá sido Schöeffer que descobriu o modo
de fundir e fabricar os caracteres, aliando o
chumbo ao antimónio. A Schöeffer se deve
também uma tinta composta de negro de
fumo e óleo de linhaça. Em sociedade com
Fust imprimiu várias obras como o célebre
Saltério de Mogúncia, Psalmorum Codex,
impresso em 1457, Rationale divinorum
Officiorum, impresso em 1459, as
Constituições Clementinas, e uma edição em
dois volumes das cartas de S. Jerónimo.
Após a morte de Fust continuou a imprimir
tendo impresso belas obras e criado um tipo
de letra mais pequeno para as obras destinadas
a um público mais vasto. Schöeffer
morreu em 1503 mas os seus três filhos continuaram
a obra do pai. A tipografia imprimiu
mais de duzentas obras, entre elas uma
belíssima edição da Bíblia de 48 linhas,
obras de Petraca, Aretino, um Herbario e
Hortus sanitatis de 1484, o primeiro livro de
medicina impresso com tipos móveis.
SCHÖNSPERGER, JOHANN - Impressor
alemão (1481-1523) conhecido por Velho
que trabalhou para o imperador Maximiliano
e que imprimiu, entre outros, o
Tewerdank, descrição alegórica do casamento
do imperador e que foi impresso com
caracteres que imitam a escrita dos copistas
da chancelaria imperial. Foi o maior impressor
de livros ilustrados na cidade de
Augsburgo. O interesse deste impressor em
publicar livros ilustrados a preço reduzido
levou-o a utilizar um novo método para colorir
os blocos de madeira das gravuras, utilizando
um processo de stencil, técnica que
terá sido um dos primeiros a usar.
SEGURA, BARTOLOMÉ - Considerado,
conjuntamente com Antonio Martínez e
Bartolomé Segura, o mais antigo impressor
em Sevilha e um dos primeiros de nacionalidade
espanhola. Teve sociedade com aqueles
dois impressores até 1479. Em 1480
Segura e Puerto, já sem o concurso de
Martínez, imprimem os Fasciculus temporum
de Werner Rolewinck. (Ver Martínez,
Antonio e Puerto, Alfonso del).
SENEFELDER, ALOIS - Boémio que
nasceu em Praga a 6 de Novembro de 1771
e que é considerado o inventor do processo
de impressão litográfico, um processo
planográfico.
Embora os pais desejassem que cursasse
Direito ele renuncia ao curso e dedica-se
com entusiasmo à composição dramática,
tendo-se tornado autor e actor. Integrado
numa companhia de comediantes representa
em diversas cidades alemãs como
Nuremberga, Ratisbona Bamberga Augsburgo,
entre outras, mas nunca conhece o êxito.
Desiludido, abandona a representação
teatral e escreve peças para teatro e compõe
ele próprio os seus livros. Começa então a
pensar num processo de impressão mais
barato que o tipográfico. As primeiras tentativas
consistiram em marcar numa
matéria pastosa e mole mas consistente,
diversas palavras e desenhos simples e lineares,
servindo-se para o efeito de caracteres
tipográficos. Depois dessa matriz tirava um
positivo utilizando lacre. Mas esta chapa
tinha o grande inconveniente de ser fraca e
de se quebrar ao menor descuido ou
pressão. Resolve por isso abandonar o
processo e exercita-se na gravura sobre
chapa de cobre que previamente cobria com
um verniz gravador, mas também abandona
o processo porque os resultados são insatisfatórios.
É então que resove substituir
definitivamente a chapa por outra matéria .
E ocorre-lhe utizar umas pedras bastante
claras e lisas que tinha visto em Solenhofen,
na Baviera, junto ao rio Isar. Estende então
o verniz gravador sobre a pedra polida,
como se ela fosse uma chapa de cobre,
depois gravava dando-lhe logo após um
banho de água forte, e em seguida tirava as
provas numa prensa, utilizando uma tinta
composta de óleo de linhaça, negro de
resina, e creme da Tartária. Mas os resultados
continuam não satisfatórios. Um acaso
conduzi-lo-ia á soluçao final. Em Julho de
1796 a mãe pede-lhe que tire apontamento
da roupa a entregar á lavadeira. Não encontrando
á mão qualquer pedaço de papel
onde pudesse tomar aquela nota, escreve
numa daquelas pedras polidas a relação de
roupa a entregar para lavagem, empregando
o verniz que tinha inventado e tencionando
mais tarde passar a listagem ao papel.
Depois pensou sobre o que sucederia aos
apontamentos escritos sobre a pedra se submetida
aquela à acçção do ácido e sob o tampão
enegrecido pela tinta de imprensa.
Estava inventada a litografia. De facto
Senefelder pode agora desenhar ou escrever
sobre as pedras com uma tinta gordurosa
composta de cera, sabão e negro de fumo e
depois gravar as pedras com uma solução de
ácido nitico. O ácido não atacava as partes
escritas que estavam protegidas pela tinta
mas somente as zonas descobertas. Deste
modo obtinha um ligeiro relevo e entintava
de novo só as zonas a imprimir, utilizando
uma prensa onde a pedra era colocada.
Ciente da importância da sua invenção, e
dominando já o processo com facildade
dados os aperfeiçoamentos que depois
introduziu, Senefelder abriu oficina em
Munique com o sócio Gleissner e começa
por imprimir música e depois estampas que
hoje podem ser admiradas na Biblioteca de
Munique e que revelam assinalável qualidade
tendo em conta a forma ainda rudimentar
como foram obtidas.
Com 62 anos, muito pobre, Senefelder
morre em 26 de Fevereiro de 1834.
SENEFELDER, KARL - Irmão de Alois
Senefelder, foi o introdutor do processo de
impressão litográfico na Bélgica, abrindo em
Bruxelas em 1818, uma oficina litográfica.
SENSENSCHMIDT, JOHANN - Impressor
de incunábulos em Bamberg e primeiro
impressor em Nuremberg. A obra mais
notável que imprimiu em Bamberg foi um
missal. Foi um impressor itenerante pois
que em Bamberg não havia trabalho de
impressão suficiente para manter uma oficina
de impressão.
SEQUEIRA, DOMINGOS ANTÓNIO -
Pintor e desenhador famoso, parece ter sido
o primeiro a imprimir litográficamente em
Portugal, utilizando uma prensa e pedras
litográficas enviadas de Paris por Luís da
Asilva Mouzinho de Albuquerque.
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Em Lisboa fez as primeiras impressões
litográficas a princípio toscas, mas já reveladoras
do domínio da técnica da litografia
nos retratos dos irmãos Manuel e Francisco
Correia de Figueiredo.
Em Setembro de 1823 passa a residir em
Paris, fugindo ao acanhado e provinciano
meio lisboeta, realizando em Paris o seu
primeiro trabalho litográfico, o retrato do
Marquês de Marialva. Desenha e imprime
então vários retratos utilizando o novo
processo como o filho do Conde de Linhares,
o filho do Marquês de Marialva, o Núncio em
Lisboa, monsenhor Vincenzo Macchi,
Joaquim José da Gama Machado, entre outros,
e um auto-retrato.
SERVA, MANUEL ANTÓNIO da SILVANegociante
da cidade da Bahía que em 1811
montou a primeira oficina tipográfica baiana
onde foi impressa a gazeta com o título
Idade d’Ouro do Brazil que se publicou até
1823.
SESSA, GIO BERNARDO - Impressor
veneziano do século XVI que em 1598 publicou
o famoso livro de luxo Habiti antichi et
moderni di tutto il mondo, de Cesare Vecellio
que contém quinhentas ilustrações de trajes.
SEVERYN, IAN - Editor e proprietário da
oficina gráfica Severyn, foi o fundador de
uma dinastia de impressores que após 1520,
debaixo da direcção de Pavel Severyn, trabalhou
na principal tipografia de Praga.
Ian Severyn começou a trabalhar em 1488 e
faleceu em 1520, tendo trabalhado associado
com Ian Kamp. Os dois imprimiram, em
1488, a primeira Bíblia em checo, conhecida
pela Bíblia de Praga. Naquele mesmo ano
imprimiram uma edição de Esopo, um dos
mais antigos livros checos com ilustrações.
SHENG, PI - Nome de impressor chinês que
terá usado nas suas impressões, pela
primeira vez, tipos móveis, no ano de 1040.
A invenção chinesa de tipos separados antecedeu
em mais de quatrocentos anos as
experiências de Gutenberg. Porém, os tipos
de Pi Sheng não eram metálicos mas feitos
em argila cozida. Mas os chineses utilizaram
também tipos de madeira e de estanho.
SHOENGAUER, MARTIN - Gravador e pintor
que nasceu em 1456 e faleceu em 1493.
Tornou-se célebre como gravador dando
mostras de grande destreza na arte de
gravar. As suas gravuras de carácter religioso
e o gosto por detalhes realistas e paisagísticos
influenciaram Dürer.
SHORT, THOMAS - Primeiro impressor no
estado americano do Connecticut ao montar
tipografia em Nova Londres no ano de 1709.
Antes trabalhara em Boston. Faleceu em
1712.
SIEGEN, LUDWIG VAN - Gravador de
Kassel, instalado em Amsterdão em meados
do século XVII. Julga-se que foi o inventor
do processo de gravura conhecido por
maneira negra ou mezzotinta que começou
por ser utilizado na Inglaterra e na Holanda.
A técnica da maneira negra foi muito usada
para reproduzir as pinturas de Reynolds,
Gainsborough, Hoffer e Ronney.
SILVA, ANTÓNIO PEREIRA da - Fundador
em 1865 da Tipografia da Casa Real, também
conhecida por Imprensa Real, que ficava
situada na Praça de S. Teresa, no Porto, e
foi depois transferida para a Rua das Taipas
62-66, também no Porto. Esta tipografia foi
fornecedora da Casa Real e o seu proprietário
editou e imprimiu a Gazeta do Porto.
Em 1876 imprimiu a Revista de Arte e
Crítica. Também aqui se imprimiu O Comércio
Illustrado cujo primeiro número saiu em
19 de Abril de 1888.
SILVA, JOAQUIM CARNEIRO da - Artista
português, gravador de grande competência,
teve aula de gravura na Impressão Régia,
que se destinava a formar desenhadores e
gravadores. Esta Aula foi um importante
centro de artistas tendo a gravura portuguesa
do século XVIII atingido um nível até
então nunca alcançado.
SILVA, JOSÉ ANTÓNIO da - Tipógrafo
português do século XVIII, que foi
Impressor Régio, cargo em que sucedeu a
seu pai Pascoal da Silva, tendo sido melhor
tipógrafo que o seu progenitor. Foi também
Impressor da Academia Real de História. A
sua oficina tipográfica chamava-se Oficina
Silviana e estava instalada em 1780 em
Lisboa, na Betesga. Até 1768 foi nesta
tipografia que se imprimiram a maior parte
des leis e documentos oficiais. Aqui se
imprimiram também muitos outros trabalhos
como a obra de António Isidoro da
Nóbrega Discurso Catholico no qual um
cristão velho, zeloso de nossa sancta fé, fala
com os judeus, convencendo-os dos erros em
que vivem, executada no ano de 1738.
Associada à tipografia da Academia Real, a
Oficina Silviana imprimiu diversas obras
entre 1740 e 1766 como por exemplo o
tomo VII da Historia Genealogica da Casa
Real Portuguesa... de D. António Caeteno de
Sousa, de 1740, ou A velhice instruída e
destruída... do Pde. Manuel Consciência,
impressa em 1766. No período entre os anos
de 1764 e 1766 a gráfica imprimiu conjuntamente
com António Rodrigues Galhardo
os seis tomos da obra A Mocidade, enganada,
desenganada, duello espiritual... do Pde.
Manuel Consciência.
A actividade da oficina Silviana prolongouse
no século XIX, pois que os descendentes
de António José da Silva continuaram o
negócio de tipografia.
SILVA, LIBÂNIO VENÂNCIO da - Tipógrafo
português famoso que nasceu em 29 de
Outubro de 1854 junto ao antigo Convento
do Carmo em Lisboa. Aprendeu a arte na
casa dos irmãos franceses Lallemant tendo
sido operário gráfico e depois industrial
com oficina na rua das Gáveas, perto da
travessa da Espera, em Lisboa.
Depois, em 1912, mudou-se para um prédio
que mandou construir na travessa do Fala-
Só. Foram seus sócios dois antigos
operários da casa, o compositor Neto do
Casal e o impressor José Sobral.
A Imprensa Libânio da Silva era a tipografia
preferida pelos políticos, artistas e professores
que defendiam tese.
Libânio Venâncio da Silva é o autor do
famoso Manual do Tipógrafo que ainda hoje
é considerado uma obra de referência em
Portugal para quem se queira inteirar das
técnicas da tipografia e que serviu durante
mais de cinco décadas para o ensino dos
jovens aprendizes de tipografia. Libânio da
Silva foi dirigente do Grémio dos Tipógrafos.
Faleceu em 1916.
SILVA, PASCOAL da - Tipógrafo português
do século XVIII que terá começado por ser
mestre ou contra mestre na Oficina
Deslandesiana, e que adquiriu a oficina
quando Valentim da Costa Deslandes abandonou
a profissão de tipógrafo. Foi nomeado
por alvará de 10 de Dezembro de 1715
Impressor da Casa Real. A actividade
tipográfica de Pascoal Silva vai de 1716 a
1725 data em que faleceu. Imprimiu, entre
outras obras, o Voto metrico e anniversario à
Conceição da Virgem Nossa Senhora.
SIMON, OLIVER - É considerado um dos
mais importantes tipógrafos britânicos do
século XX, tendo estudado impressão em
1920 com Harold Curwen na empresa
Carwen Press. Mais tarde foi director desta
empresa a qual alcançou notável qualidade
gráfica. Foi o editor dos jornais The Fleuron
e Signature, ambos dedicados à tipografia e
ás artes gráficas em geral. É o autor dos
livros Introduction to Typography, de 1945 e
de Printer and playground de 1956.
SKORINA, FRACISK - Tendo estudado filosofia
na universidade de Cracóvia e medicina
na Universidade de Pádua, este russo
de Polozk deve ter conhecido em Veneza o
impressor e editor Bozidar Vukovic que
tinha material tipográfico cirílico. Fixou-se
em Praga onde começa a imprimir livros da
liturgia ortodoxa. Skorina é o responsável
pela primeira Bíblia em esloveno, impressa
com caracteres cirilicos e com numerosas
gravuras, entre 1517 e 1519, e que é constituída
por 23 livros bíblicos.
Em 1525 saiu de Praga, sem que se saiba
porque razão, e levou o seu material tipográfico
para Vilna, na Lituânia, onde imprime
mais dois livros em 1525.
Pelos seus conhecimentos científicos,
Skorina exerceu uma influência muito
importante na cultura e no rito ortodoxo.
SNELL, JOHANN - Considerado o introdutor
da tipografia na Dinamarca, em Odense,
em 1482, e na Suécia em 1483, em
Estocolmo. As primeiras tipografias nestes
dois países nórdicos eram sucursais da oficina
principal de Snell em Lubeque, na
Alemanha. Na Suécia imprimiu em 1484 um
missal para a diocese de Uppsala e em
Dezembro do ano anterior tinha dado à
estampa uma colecção de fábulas Dialogus
creaturarum.
Antes de partir para a Suécia imprimiu em
Odense o Breviarium Ottoniense e De obsidione
et bello Rhodiano, de Guillermo Caorsin,
executado em 1482.
SONCINO - Família de tipógrafos judeus
alemães que perseguida por motivos religiosos
se instalou em Itália. O apelido da
familia provém da cidade de Soncino no ducado
de Milão. O primeiro membro da familia
que se fez impressor foi Israel Natahan bem
Salomo que estabeleceu uma oficina tipográfica
em Soncino em 1483, para imprimir textos
hebreus. A sua primeira obra foi o tratado
Berakot, datado de 2 de Fevereiro de
1484. Joshua Solomon Soncino, filho do
primeiro, imprimiu livros bíblicos em hebreu
e em 1488 a primeira Bíblia completa com
caracteres hebreus, incluindo vogais e acentos.
Fugindo a novas perseguições a família
instala-se em Nápoles e depois noutras
cidades italianas até se estabelecer definitivamente
em Constantinopla. A oficina gráfica
foi dirigida nos últimos anos do século XV e
primeiros do século XVI por Gerson ou
Jerónimo Soncino que durante quarenta
anos imprimiu cerca de cento e cinquenta
obras cuja temática vai desde a literatura até
à teologia. A mais famosa obra de impressão
de Gerson Soncino foi uma Bíblia hebraica de
pequeno formato executada em 1494.
SORG, ANTON - Impressor alemão de
Augsburgo, foi provavelmente discípulo de
Zainer. Especializou-se em livros de viagens:
Marco Polo, Jean de Mandeville, Bernhard
Breidenbach e Tucher, entre outros. A melhor
obra que deu à estampa foi a Historia
do Concílio de Constanza, de Ulrich von
Reichenthal, profusamente ilustrada.
SORIANO, SIMÃO JOSÉ da LUZ - Responsável
pela montagem e funcionamento da
primeira tipografia nos Açores, na cidade de
Angra do Heroísmo. Como o administrador,
director nomeado, Pedro Alexandrino da
Cunha, alferes de infantaria nº 13, nunca
tinha visto uma tipografia, foi Luz Soriano, o
subdirector, que teve de se responsabilizar
pelos trabalhos gráficos a executar, apesar
de também pouco conhecer de artes gráficas.
Os primeiros tipógrafos açorianos foram,
portanto, um alferes de infantaria e um estudante
de matemática da Universidade de
Coimbra. A primeira tipografia açoriana foi
montada pelos dois, com a ajuda de um
Manual do Impressor que por acaso Pedro
Alexandrino da Cunha possuía, numa sala do
palácio do governador em Angra, no Castelo
de S. João Baptista, no dia 14 de Fevereiro
de 1829. O primeiro texto impresso por esta
primeira tipografia açoriana foram dois versos
do poeta romano Vergílio. A tipografia
ficou tão bem montada que quando
chegaram à Terceira três compositores
profissionais, de nome Simões, Portugal e
Avelar, nada precisou de ser alterado.
SOTO, ANTONIO PÉREZ - Importante
impressor espanhol do século XVIII que desde
1760 foi impressor da Academia Espanhola.
A sua obra de impressão mais importante foi a
Bibliotheca Arabico-Hispana Escurialense, de
Miguel Casiri, com dois volumes em folio.
SPINDLER, NICOLÁS - Impressor alemão
natural da Saxónia, de Zwickan ou
Czuickau, que parece ter iniciado a sua
actividade em Espanha na cidade de
Saragoça na oficina de Mateo Flandro.
Associado com Pedro Brun, que também
trabalhava em Saragoça, instalam-se em
Tortosa no ano de 1477 e aí imprimem
Rudimenta Gramatices. Depois passam a
trabalhar juntos em Barcelona em 1478,
imprimindo obras de S. Tomás de Aquino e
Dialogus de moribus de Aretino.
Em Barcelona se radica até ao ano de 1483
ou 1484, trabalhando para dar à estampa
outros livros. Em 1479 imprime o
Manipulus Curatorum e em 1480 executa o
Regiment de Princeps, de Guido de Colonna.
Em 1482 é a vez de imprimir o Libre de les
antiquitats judaycas. Entre os anos de 1483
e 1484 imprime o Libre del Consolat del
mar.
Depois deixa Barcelona ao que se supõe por
causa da peste que grassava na cidade, e
transfere-se para Tarragona onde imprime
em 1484 outra edição do Manipulus curatorum,
considerado o primeiro livro impresso
em Tarragona. Entre 1489 e 1500 trabalha
em Valência onde imprime em 1489 as
Elengantiolae a que se seguirão pelo menos
mais oito livros, entre os quais a primeira
edição do famoso Tirant lo Blanc, que
Spindler terminará em 1490.
No ano de 1500 volta a Barcelona e aí
imprimirá até à sua morte em 1507. Neste
segundo período na capital catalã imprime
em 1501 a Grammatica de Bartolomé Mates
e, em 1506, as Introductiones Latinae de
Nebrija. A sua última impressão é a
Expositio centum et quinquaginta Psalmorum
David, de Diego Pérez de Valencia.
É possível que o seu material tipográfico
tenha passado para as mãos de Rosenbach
pois que este utilizou alguns motivos que
parecem ser os de Spindler.
SPIRA, GIOVANNI da - Considerado o primeiro
impressor na cidade de Veneza onde
conseguiu privilégio durante cinco anos.
O sistema de privilegio consistia numa concessão
feita em exclusivo a um impressor de
uma cidade ou de um território definido
para aí exercer a sua arte. Foi ourives em
Mogúncia (Mainz) em 1460 e 1461. O seu
primeiro livro impresso em Veneza tem a
data de 1469. Morreu no ano seguinte tendo
o seu irmão Wendelim de Espira herdado o
negócio. Contudo, as autoridades venezianas
consideraram que o privilégio concedido
a Giovanni não se transmitiu mortis
causa a Wendelim, pelo que este o perdeu.
SPOONER, JUDAH PADOCK - Primeiro
impressor no estado de Vermont (EUA), em
Westminster, no ano de 1780.
STAHEL, CONRAD - Tipógrafo alemão
introdutor da tipografia na Morávia e que
imprimiu breviários. Em sociedade com
Mathias Prullein imprimiu em Brno, no ano
de 1488, a Chronica Hungarorum de
Johannes de Thuvocz e de que se conserva
um exemplar na biblioteca da Universidade
de Salamanca.
STEINSCHABER, ADAM - Introdutor da
tipografia na cidade suíça de Genéve em
1478. Nesse mesmo ano imprime quatro
obras francesas de edição original.
O primeiro livro impresso em Genéve foi Le
livre des saints anges de Francec Eiximenes,
e foi executado por este tipógrafo cuja estadia
na cidade foi curta,pois que o seu nome
não aparece en nenhum livro depois de
1480.
SUREDA, BARTOLOMÉ - Espanhol natural
de Maillorca que praticou a litografia e
se distinguiu neste processo de impressão,
tendo realizado trabalhos litográficos em
Paris no ano de 1811 na prensa de Vivant
Denon.
SWEYNHEIM, CONRADO - Tipógrafo alemão,
companheiro de Arnold Pannartz, e
que em conjunto com este imprimiu a partir
de 1464 no Mosteiro de Subiaco perto de
Roma. Conrado Sweynheim e Arnold
Pannartz são considerados os introdutores
da imprensa de tipos móveis na península
itálica. Os dois impressores foram chamados
a Subiaco pelo cardeal espanhol Juan de
Torquemada que dirigia o mosteiro. As
primeiras obras impressas por Sweynheim e
Pannartz no mosteiro foram livros de conteúdo
religioso e teológico embora também
tenham impresso De Oratore de Cícero, livro
que não tem data de impressão, e os
Opúsculos, de Lactancio que é o primeiro
livro com data executado tipograficamente
em Itália.
Em 1467 imprime A Cidade de Deus de
Santo Agostinho, após o que em conjunto
com Pannartz se estabelece em Roma.
Os dois imprimem em Roma as Epistolas
familiares, de Cícero e Speculum humanae
Salvationes, de Rodrigo Sánchez de Arévalo,
executada em 1468.
Sweynheim deve ter falecido por volta do
ano de 1477, tendo dedicado os últimos
anos da sua vida ao trabalho de gravura em
cobre.
SYBER, JEAN - Impressor de Lyon que trabalhou
associado a Martin Husz em 1478.
A partir de 1479 trabalha sozinho, ajudado
financeiramente pelo mercador Barthélémy
Buyer. Em data que não é possível precisar
imprimiu Propriétaire des choses en
françoys e certamente Ars morendi apesar
deste último não se encontrar assinado.
TAVERNIER, ARNEET - Gravador de punções
de grande formato em Antuérpia, em
meados do século XVI, e que trabalhou para
Plantin.
TERCEIRO, JOSÉ FERREIRA - Tipógrafo
lisboeta nascido na freguesia de S. Vicente
de Fora em 1932. Aos 14 anos, começa a trabalhar
na Tipografia Elite, na Rua do
Limoeiro, como aprendiz de compositor.
À noite estuda na Escola Patrício Prazeres,
frequentando o curso comercial que não
chegará a completar. Até 1954 está empregado
na Elite, embora em Abril de 1953
tivesse comprado uma pequeníssima tipografia
instalada num anexo contíguo a um
quintal da residência dos seus pais. Após o
primeiro ano de actividade muda-se para o
Beco do Bombarda, onde trabalha durante
cinco anos. Em 1960 volta a mudar a
tipografia, desta vez para a Rua Coronel
Ferreira do Amaral, e constitui sociedade
com Fernando Jacinto Fernandes, assim
aparecendo a firma Fernandes & Terceiro,
Lda-F3 Artes Gráficas. Passados cinco anos,
e porque a empresa se desenvolvera de
forma rápida e muito significativa, volta a
ter de reinstalar a tipografia, desta vez na
Rua Carvalho de Araújo 72-A, onde, com
uma área de 400m2, a gráfica veio a dar
novo salto qualitativo. Nesta rua vai arrendando
mais instalações para albergar novos
e modernos equipamentos. De facto, a empresa
não era mais uma pequena tipografia
pois entretanto introduzira o sistema offset
e lançava-se em novos mercados, especialmente
nas embalagens de produtos farmacêuticos
e de cosmética, onde virá a atingir
padrões de elevada qualidade.
Após a morte do sócio, ocorrida em 1984,
José Terceiro continua com a sociedade
tendo como sócias as filhas. Em 1988
adquire na zona industrial de Carnaxide um
terreno onde virá a construir modelares
instalações industriais para a sua gráfica, já
então uma das mais progressivas e conceituadas
do país. Passa então a dispor de
5500m2 onde se imprimem todos os produtos
gráficos, revistas, folhetos e especialmente
embalagens. Faleceu a 22 de Abril de
1992, depois de ter construído uma das
principais gráficas modernas do país e de
ter prestado um valorosíssimo contributo à
organização associativa dos gráficos, integrando
durante vários anos a direcção da
Associação Portuguesa das Indústrias
Gráficas e Transformadoras do Papel, num
dos períodos mais conturbados da vida
nacional e industrial, pois que as convulsões
decorrentes do golpe militar de 25 de Abril
de 1974 trouxeram incontáveis problemas
ao sector gráfico nacional.
TERRANOVA - Família de tipógrafos de
origem italiana, natural de Firenze
(Florença), que durante o século XVI trabalhou
em Salamanca.
O primeiro membro da família que se instala
em Espanha é Giovanni Maria Terranova
que chega como agente dos Junta mas acaba
por se estabelecer como editor, livreiro e
impressor em Medina del Campo e em
Salamanca, de 1552 a 1567. Durante os
primeiros anos esteve associado com
Lascari com quem teve negócio de livraria e
tipografia, pelo menos desde 1549. Em
1556 os dois estão em Salamanca e nesse
ano imprimem Opus de Sacramentalibus e
Obra espiritual. Em 1557 executam a
impressão de Epistolarum libri septem, de
Juan Ginés de Spúlveda. A partir daqui
Terranova imprimirá sozinho, o que já acontece
em 1559, ano em que imprime Regula
Beati Benedeti, e em 1560, quando termina
a impressão de Summae ecclesiasticae libri
quatouor, ambos da autoria de Juan de
Torquemada. As impressões deste primeiro
Terranova são abundantes e entre elas há
algumas obras que raramente foram dadas à
estampa. Imprimiu muitos livros litúrgicos e
muitas obras de Domingo de Soto, Alfonso
de la Vera Cruz e Martín Martínez de
Cantalapiedra. Apesar de ter morrido arruinado
em 1567, os seus familiares puderam
prosseguir com o negócio.
Depois da morte de Giovanni Maria sucedelhe
à frente da casa impressora Juan
Bautista Terranova, que alguns autores afirmam
ser seu irmão, outros seu filho, ou apenas
seu familiar.
Juan Bautista Terranova imprime em 1567
um Breviarium romanum e a Naturalis historiae
liber VII, de Plínio. Depois imprime,
entre outros livros, El fuero Real España,
Physica speculatio e Chrónica de la Orden de
los Ermitaños de Sancto Agustín, todos
impressos em 1569. Em 1570 dá à estampa
Jardín de flores curiosas e Epístolas familiares,
de Antonio de Guevara. Imprime também
obras de Ovídio, Terencio e Domingo
de Soto.
Em 1575 aparece pela primeira vez o nome
de Juan Bautista de Ney, que não se sabe ao
certo de onde vem, embora o seu aparecimento
coincida com a morte de Juan
Bautista Terranova. Este Neyla parece ter
trabalhado em casa dos Terranova e deve ter
falecido em 1576, sendo substituído por
Ildefonso ou Alfonso Terranova, filho de
Giovanni Maria Terranova. O seu primeiro
trabalho impresso deve ter sido Disputationes
theologicae, de Miguel de Palacio.
Outras impressões suas são o Commentariorum
variarumque resolutionum, de 1577,
Libro de la vanidad del mundo de Diego de
Estella, impresso também em 1577, Spera
mundi, de Francisco Sánchez de las Brozas,
entre outros.
TEUBNER, BENEDIKTUS GOTTHELF -
Tipógrafo alemão de Leipzig (1748-1856)
que nesta cidade abriu uma pequena oficina
gráfica onde exercia as funções de compositor,
impressor e revisor, e que ficou famoso
pela colecção iniciada em 1867, Bibliotheca
scriptorum graecorum et latinorum, que
ainda hoje é utilizada pelos estudiosos dos
autores clássicos. Também imprimiu obras
de filologia, matemática e de clássicos
greco-latinos.
THIBAUDEAU, FRANCIS - Tipógrafo parisiense
que nasceu em 1860 e faleceu em
1925. Elaborou os catálogos das célebres
fundições Renault e Marcou e Peignot Cª.
Estes trabalhos levam-no a sentir a necessidade
de ordenar os caracteres de um modo
diferente dos seus nomes comerciais.
Assim, baseando-se nos remates dos caracteres,
concebe uma nova classificação que é
conhecida pelo seu nome. Aparecem assim
as designações de remate triangular (elzevirano),
remate filiforme (didot), remate
quadrangular (egípcio), e com ausência de
remate (antígua). Escreveu a obra La lettre
d’imprimerie e, em 1924, o Manuel français
de typographie moderne.
THOMAS, ISAIAH - Impressor que nasceu
a 19 de Janeiro de 1794 em Boston, e que
começou a aprendizagem da profissão com
apenas seis anos na oficina gráfica de
Zechariah Fowle, impressor naquela cidade.
Quando tinha apenas oito anos, fez o trabalho
tipográfico para o primeiro livro que
imprimiu, a obra New England Priomer, e
aos treze anos fez e imprimiu as xilogravuras
para o livro New Book of
Knowledge. Com dezasseis anos muda-se
para Halifax, onde virá a ser o gerente do
jornal Halifax Gazette.
Em meados do ano de 1767, Thomas regressa
a Boston e volta a trabalhar na tipografia
de Fowle, embora por pouco tempo. Ruma
depois a Charleston onde se emprega na
oficina de Robert Wells. Aqui trabalha
durante dois anos após o que regressa de
novo a Boston em 1770, e faz sociedade com
o seu antigo patrão. Publicam então os dois
o Massachusetts Spy, um dos cinco jornais
que saíam na cidade. Porém, em Outubro de
1770, a sociedade desfaz-se, mas Thomas
continua com a publicação do jornal. Em
1775 muda-se para Worcester, fugindo ás
perseguições que lhe movem, pois que
entretanto abraçara a causa independentista.
O primeiro número do Massachusetts
Spy impresso em Worcester sai em 3 de
Maio de 1775. Mas as coisas não correm
bem pois as dificuldades económicas são
muitas. E, a 1 de Março de 1776, a publicação
do jornal é suspensa. Em Junho de
1778 o jornal aparece de novo nas bancas
com o título de Thomas’s Massachusetts
Spy.
A partir de 1781 os negócios de Isaiah
Thomas começam a prosperar. Importa
novos tipos de Inglaterra e constitui a
sociedade Thomas & Andrews, em Boston,
onde vem a ganhar muito dinheiro. Depois
cria várias firmas em vários pontos do território
dos Estados Unidos, pelo que passa
a dirigir um verdadeiro grupo de empresas
tipográficas.
Em 1782 cria uma secção de encadernação
nas suas tipografias, onde imprime obras de
caracter educativo, político, livros para
jovens e almanaques. Em 1793 abre uma
fábrica de papel em Quinsigamond.
Em 1808 começa a escrever e a publicar a
History of Printing in America uma obra
ainda hoje fundamental para conhecer a
história da imprensa e dos antigos impressores
norte-americanos. Esta obra haveria
de ser de novo publicada, com anotações de
revisão do próprio Thomas, mais de meio
século depois, pela Sociedade Antiquária
Americana.
Faleceu em 1831, depois de ter sido eleito
presidente da Sociedade Americana de
Antiquários, cargo que conservou até à
morte.
THORNE, ROBERT - Inglês criador de um
alfabeto de caracteres neoclássico no ano de
1800, e que adaptou os caracteres de
Bodoni e de Didot para uso na Grã-Bretanha.
TIMOFEEV, PEDRO - Impressor russo que,
em conjunto com Ivan Fedorov, imprimiu
em Moscovo, em 1564, o livro Apostol,
Actas e Epístolas dos Apóstolos. Depois, em
1565, e ainda de parceria com Fedorov,
imprimiu um livro de horas, chasovnik.
Porque a sua oficina foi queimada, Timofeev
e o seu companheiro de profissão tiveram
que emigrar para a Bielorussia e em
Zabludov imprimiram, em 1569, Os
Evangelhos. Depois os dois impressores
separaram-se, tendo Timofeev montado em
Vilna uma tipografia com caracteres cirilicos
que perduraria até ao século XVII.
TITCOMB, BENJAMIN - Primeiro impressor
de Maine, então distrito do Massachusetts,
na cidade de Falmouth, hoje
Portland.
TOLEDANO, ELIESER - Tipógrafo judeu
de origem espanhola que trabalhou em
Portugal, tendo tido oficina gráfica em
Lisboa. Antes de se fixar na capital portuguesa
viveu em Toledo e talvez em Hijar.
O material da sua oficina tipográfica era
proveniente de Hijar.
Alguns estudiosos da tipografia incunabular
julgam que o físico Elieser ben Alantansi,
que foi impressor em Hijar, e Elieser
Toledano, são a mesma pessoa, o que explicaria
o facto de no último livro impresso no
prelo de Hijar, o Pentateuco, de 1490, já não

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