quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 2


Brocar foi um dos mais importantes impressores
do renascimento espanhol, tendo feito
trabalhos gráficos de altíssima qualidade,
contendo alguns magnificas ilustrações.
Brocar foi justamente distinguido pelo
imperador Carlos I que lhe concedeu o título
de tipógrafo real, distinção que o seu filho
Juan, outro tipógrafo de mérito, também
obteve.
Instalou-se em Pamplona, talvez chamado
pelos reis de Navarra, Catalina de Foix e
Juan de Albrit. A primeira impressão de
Brocar em Pamplona é o Manuale secundum
consuetudinem Ecclesie Pampilonensis
de 1490. Deu à estampa nesta cidade outros
livros, sobretudo litúrgicos, embora
tenha impresso o Epílogo en medicina y
cirugia, em 1495, de Johannes de Ketham,
o Tratado de la peste de Vasco de Taranta,
e o Título original de Nuestra Señora de
Pedro de Fuentedueña, ambos de 1499, a
Crónica Troyana de Guido de Columna,
impresso em 1500. Neste ano muda-se para
Logroño, possivelmente por causa da
instável situação política vivida em
Pamplona. Em 1502 imprime em Logroño
as Elegantiae de Agostino Dati, seguindose
muitas outras obras como o Sacramental
de Sánchez Vercial, em 1504, ou as
Introductiones latinae de Nebrija que o apresentou
ao cardeal Cisneros porque este queria
começar a fazer livros impressos para a
Universidade de Alcalá de Henares. Para
aqui se muda em 1511, sem contudo fechar
a oficina de Logroño, o que só fará em 1514.
Também trabalhará em Valladolid e Toledo
sem deixar a oficina de Alcalá.
Em Alcalá de Henares, onde imprimirá até
á morte ocorrida em 1523, instala-se na
Rua dos Tintes. Imprimiu textos para a Universidade
e a Bíblia Poliglota que foi distribuída
em 1521 embora tenha sido
impressa entre 1514 e 1517. A razão deste
hiato deve-se a que a obra teve de aguardar
pela aprovação do Papa Leão X, a quem
aliás tinha sido dedicada. Os 600 exemplares
impressos foram vendidos a seis ducados
e meio, preço abaixo do custo de
impressão mas mesmo assim uma verdadeira
fortuna ao tempo. Os custos de composição,
impressão e encadernação ultrapassaram
os cinquenta mil ducados de ouro. A Bíblia
Poliglota Complutense ou de Alcalá é uma
obra em seis volumes e quatro idiomas:
hebreu, caldeu, latim e grego. Cada uma
das línguas está composta com corpos diversos.
Os caracteres góticos e romanos do
texto latino, e sobretudo os gregos, são
considerados das mais belas obras de
fundição tipográfica.
A sua última impressão é Questiones logice
de Antonio Coronel, executadas em 1523.
BROCAR, JUAN de - Filho do tipógrafo
Arnaldo ou Arnao de Brocar, estudou na
Universidade Complutense. A partir de 1520
deve ter-se dedicado à docência Foi casado
com Francisca de Angulo, irmã do impressor
Andrés de Angulo que lhe sucedeu à
frente da oficina. Com a morte do pai toma
conta da oficina de impressão juntamente
com o seu irmão Pedro e com Miguel de
Enguía.
Em Alcalá de Henares, onde trabalha entre
1538 e 1552, imprime em 1538 Pradisus
dlitiorum Pauli apostoli de Gutierre Trejo,
considerado o seu primeiro trabalho. Depois
entram no seu prelo o Libro de agricultura,
(1539) de Gabriel de Herrera, Rhetorica en
lengua castellana, (1541) de Miguel de
Salinas, Las siete partidas (1542), um dos
seus trabalhos tipográficos mais importantes,
Aviso de Caçadores y de Caça (1543)
de Pedro Nuñez de Avendaño, Arte ingeniosa
de música (1544) de Melchior de
Torres e as Obras (1546) de Francisco
Cervantes Salazar.
Em 1542 e 1543 também trabalha em
Logroño onde imprime algumas obras de
carácter religioso, missais, breviários e
manuais. Terá trabalhado em Segóvia, no
ano de 1548, mas não há conhecimento de
obras tipográficas por ele impressas nesta
cidade. Juan de Brocar morreu em Março
ou Abril de 1552. A sua oficina continua a
laborar aparecendo obras com o nome do
já falecido tipógrafo. Porém, em 1560
aparece pela primeira vez o nome de Andrés
de Angulo que como se disse lhe sucedeu
à frente da gráfica.
BRUCE, DAVID - Escocês que em 1793
emigrou para a América e que se estabeleceu
com oficina de impressão em Nova York,
em 1806, de parceria com seu irmão. Depois
tornou-se fundidor de tipo e foi o introdutor
da estereotipia na América. O seu filho,
com o mesmo nome, inventou uma máquina
de composição que foi usada no continente
europeu e no americano.
BRUCI, ANTONIO - Impressor litográfico
catalão que abriria em Barcelona no ano de
1820 uma litografia que ficou sob a direcção
de Thierry, cunhado de Engelmann.
BRUN, NARCISO - Impressor alemão, que
pode também ter sido livreiro, que imprimiu
em Paris o primeiro livro em português
impresso na França. Trata-se das Horas de
Nossa Senhora segundo costume romão com
as horas do Espirito Sancto e da cruz e dos
finados e sete psalmos e oração de São Leão
papa e oração da empardeada e com outras
e devotas orações de Frei João Claro,
impresso em 13 de Fevereiro de 1500,
segundo o colofão, mas que se pensa ter
sido de facto impresso em 1501. É um livro
com 120 fólios não numerados, com 17
gravuras de página inteira e muitas outras
mais pequenas e algumas tarjas.
BRUN, PEDRO - Impressor saboiano que
trabalhou em Saragoça em conjunto com o
alemão Nicolas Spindeler. Foi impressor em
Genéve. A partir de 1477 imprime em
Barcelona onde terá permanecido até
1483/84. Aqui imprime várias obras de
parceria com Spindeler e Pedro Posa. Mas
também imprime a sós como no caso do
Manipulus curatorum de Clemente Sánchez
de Vercial e o Libro de Consolat de mar.
A partir de 1484 deixou provavelmente
Barcelona para se instalar em Sevilha.
Porém, o primeiro impresso conhecido comprovadamente
impresso por Pedro Brun na
cidade andaluza é o Nobiliario de Fernando
de Mexia, de 1492. Em 1499 dá à estampa
a Ystoria del noble Vespasiano e em 1506
termina o Liber distichorum, provavelmente
o seu último trabalho de impressão. É provável
que o tipógrafo moravo Valentim
Fernandes, que trabalhou em Lisboa, lhe
tenha adquirido material tipográfico de que
se serviu nas suas impressões na capital
portuguesa.
BRY, THEODOR - Gravador e impressor
alemão do século XVII, de Frankfürt, que
publicou uma colecção monumental chamada
Grandes Viagens, que haveria de ser
prosseguida pelo seu filho e pelo genro deste.
BUENO, PASCUAL - Considerado um dos
mais importantes impressores de Saragoça,
trabalhou na cidade entre 1678 e 1725. Foi
impressor do Reino de Aragão, do Hospital
de Nossa Senhora de Gracia onde parece
ter-se iniciado, ostentando ainda os títulos
de impressor do Rei, da Cidade, do
Arcebispo, da Real Chanceleria e da
Inquisição. A sua primeira obra impressa,
de 1678, é Fueros y actos de Corte del Reino
de Aragón. Seguem-se Vigilia y octavario de
San Juan Bautista de Ana de Bolea, em
1679, e do mesmo ano Aula y Dias e Cartuja
Real de Zaragoza. Também imprimiu textos
legais aragoneses.
BULMER, WILLIAM - Importante impressor
inglês de finais do século XVIII, princípios
do século XIX. Imprimiu entre 1793 e
1797 uma edição de Milton em três volumes,
tamanho fólio. A sua impressão mais
importante foi uma edição de Shakespeare
iniciada em 1791. O último dos nove volumes
desta obra apareceu em 1802. Imprimiu
ainda outras obras notáveis como os Poemes
de Oliver Goldsmith e Thomas Parnell, que
saíram do prelo em 1795 e Chase, de William
Somervile. Foi o fundador em 1790 da
Shakespeare Press.
BUONHOMINI, JOÃO PEDRO - Impressor
italiano, natural de Cremona, que começou
por imprimir em Génova e Florença nos últimos
anos do século XV, tendo-se instalado
em Portugal a partir de 1501. Pelos anos
de 1484-1486 aparece ligado a uma sociedade
livreira de Veneza.
Trabalhou em Portugal umas vezes só, outras
em sociedade com Valentim Fernandes
de Morávia. Em 1501 imprimiu a Grammatica
Pastranae, comentada por João Vaz;
em 1502 o Sacramental, de Clemente
Sanchez de Vercial; em 1504, de parceria
com Valentim Fernandes de Morávia,
imprime o Catecismo Pequeno, de D. Diogo
Ortiz; em 1505 Prosodia Gramaticae, de
Estevão Cavaleiro; em 1512 a Gramatica
Pastranae, comentada por Pedro Rombo;
em 1513 o Livro e Legenda dos Santos
Mártires; em 1513 é vez de imprimir o
Materiae de Pedro Rombo; em 1514
Ordenações do Reino, por subestablecimento
de Valentim Fernandes; em 1514 ou 1515
o Regimento dos Contadores das Comarcas
e em 1517 imprime a Grammatica de
Estevão Cavaleiro. João Pedro de Cremona
teve duas marcas tipográficas. Uma delas
era um círculo dentro de um paralelogramo
com um pequeno triângulo negro ao centro,
tendo no terço superior do circulo uma
linha sobre a qual assenta uma cruz. A outra
tinha em negativo duas colunas jónicas encimadas
por um arco abatido debaixo do qual
se encontram os mesmos motivos da
primeira marca, mas cercados por uma serpente
que morde uma cruz onde se encontra
enroscada.
BURGOS, ANDRÉS de - Segundo alguns
autores terão existido dois tipógrafos com
o nome de Andrés de Burgos pois que são
conhecidos impressos em que aparece este
nome indicado como o do tipógrafo que os
realizou em Burgos, Granada, Sevilha e
Évora, entre 1503 e 1580, um período
demasiado extenso para corresponder a um
só impressor. Para esses autores, o primeiro
Andrés de Burgos começou a trabalhar em
Burgos a partir de 1503. Em 1518 começa
a trabalhar em Granada onde imprime Los
claros varones de España de Hernando del
Pogar, Thesoro de los pobres en medicina
y cirugía (1519) do Papa João XXI e o Libro
de medicina llamado Macer de Arnaldo de
Vilanova. Segue-se, ao que parece, um interregno
pois que apenas temos conhecimento
de uma obra impressa por Andrés de Burgos
em Granada no ano de 1529, o Liber super
predicamente aristotelis de Juan Clemente.
Depois aparece em 1541 um Andrés de
Burgos a imprimir em Sevilha. Pensa-se que
este Andrés de Burgos não é a mesma pessoa
que imprimiu em Burgos e Granada até
porque as características dos impressos
realizados por um e outro são diferentes.
Em Sevilha o impressor instala-se na
paróquia de S. Salvador mas em 1548 mudase
para a de S. Isidro. As obras gráficas que
imprime, embora poucas, são de excelente
qualidade gráfica.Em Sevilha imprime, em
1541, uma edição das Trece cuestiones de
amor de Boccaccio com o título Laberinto
de amor. Depois realiza a impressão do
Tractado llamado fructo de todos los antos,
(1542), de Ruy Diaz de Isla, Crónica del
serenissímo rey don Juan el segundo (1543),
de Fernán Pérez de Guzmán, Propalladia
(1545), de Bartolomé Naharro, Sevillana
medicina de Juan de Aviñon (1545),
Comedia Tebaida e Suma de geographia,
ambas impressas em 1546, Historia del
valiente caballero don Florambal de Lucea,
impressa em 1648.
Em 1557 aparece em Portugal um Andrés
de Burgos a imprimir, concretamente na
cidade de Évora. Será o mesmo que trabalhou
em Sevilha? Uma vez mais as
opiniões se dividem. O certo é que um tal
Andrés de Burgos imprimiu em Évora
chamado porventura pelo Cardeal D.
Henrique que era Arcebispo da cidade.
André de Burgos intitulava-se, aliás, impressor
e cavaleiro da casa do infante D.
Henrique.
Andrés ou André de Burgos faleceu em Évora
no mês de Junho de 1576.
BURGOS, MARTIM de - Filho de Andrés
de Burgos, Martim trabalhou em Évora de
1585 a 1593, tendo obtido privilégio da
Universidade daquela cidade.
O seu irmão Christovão de Burgos também
foi impressor em Évora e teve livraria na
praça daquela cidade.
BYNNEMAN, HENRY - Impressor inglês
famoso que trabalhou de 1566 a 1583. Tinha
três prelos e um variado sortido de tipos,
incluindo tipos gregos e hebreus que
adquiriu a outro impressor inglês famoso
de nome Wolfe. Tinha privilégio para
imprimir dicionários em todas as linguas.
Em 1577 imprimiu um livro famoso conhecido
por Chronicles de Holinshed. Foi o
primeiro impressor em Inglaterra que utilizou
tipos Chancellerescos. Faleceu em 15
de Abril de 1583.
CAFFISCH, MAX - Artista gráfico, designer
do livro e professor, nascido em 1916, fez
a sua aprendizagem com Tschichold.
Trabalhou durante muitos anos em Berna
como director artístico da empresa de
Benteli. Mais tarde dirigiu o departamento
de artes gráficas do Zürich Kunstgewerbeschule
CALDEVILLA, RAUL - Tipógrafo com oficina
no Porto, nascido em 1882, foi aluno de
Octave-Jacques Gérin na Escola dos Altos
Estudos Comerciais. Na sua oficina se
imprimiram os primeiros cartazes de grande
formato executados em Portugal. Foi pioneiro
no país da publicidade de carácter
profissional e fundou uma agência de publicidade.
São muito famosos os cartazes
impressos nas oficinas de Caldevilla como
o que anuncia o vinho de mesa Ribamar, o
sabonete Arêgos, o limpa metais Sol. Famoso
é também o cartaz impresso por Caldevilla
anunciando os Grandes Armazéns Hermínios,
situados na Rua 31 de Janeiro, no
Porto.
CALLIERGES, ZACHARIAS - Natural de
Creta, este impressor teve oficina gráfica
em Veneza, onde, em 1499, imprimia livros
gregos para o livreiro Nicolaus Blastus.
Os seus tipos de grego tornaram-se conhecidos,
e resultaram de cinco anos de esforços
e experiências. As letras acentuadas eram
feitas em tipos de uma só peça o que constituía
uma vantagem relativamente aos tipos
separados dos acentos de Aldo Manúcio.
Em 1500 deu à estampa o Etymologicum
e mais três obras em grego com letras capitas
e orlas impressas a vermelho. Entre
1515 e 1523 trabalhou em Roma.
CAMPAGNOLA, GIULIO - Gravador italiano
do princípio do século XVI que utilizou
com a maior mestria a técnica de gravura
conhe-cida por ponteado ou pontillé.
CAMPOS, HERMÃO de - ou Herman de
Kempos ou Kempis, de quem se conhece
uma dezena de obras impressas em Setúbal,
Almeirim e Lisboa, entre 1509 e 1518.
Originário do norte da Renânia, de Kempen,
foi para além de tipógrafo também bombardeiro
da Casa Real, ou seja, membro da
Guarda do Paço. Em sociedade com Valentim
Fernandes de Morávia imprimiu, pelo menos,
o Compromisso da Confraria de Misericordia
em 1506.
CANO, BENITO - Tipógrafo espanhol, um
dos mais importantes do século XVIII, que
trabalhou na tipografia Monfort de Valência
que havia sido fundada por Benito Monfort
em 1754.
CÁNOVA, ALEXANDRE de - Impressor
francês originário da Borgonha que trabalha
em Salamanca como agente dos Giunta de
Veneza e Lyon.
Esteve associado com Juan Junta com quem
imprimiu em parceria. Durante este período
o seu nome não aparece nos colofãos dos
livros que imprimiu, mas apenas o de Junta.
Em 1552, por iniciativa de Cánova, iniciase
a dissolução da sociedade, processo que
se concluirá em 1557. Estabelece-se então
por conta própria e em 1553 deixa a oficina
a cargo do seu filho Juan e vai para
Medina como negociante de livros. Em
1569, porque se dá o falecimento do filho,
volta a ficar à frente da gráfica salamantina.
Aparecem então obras que pela primeira vez
ostentam o seu nome como impressor. Em
1569 imprime Processionarium ordinis
Praedicatorum e Antinomia iuris de Juan
Bautista de Villalobos. Depois, em 1570
imprime Canones et decreta del Concilio de
Trento e Tercera parte de las chronicas de
la orden de los frailes Menores de Marcos
de Lisboa. Em 1571 é a vez de Morales de
Plutarco e em 1572 do Confessionario breve
de Francisco de Alcocer. A sua última obra
deve ter sido De exequendis mandatisa regnum
Hispaniae prima et secunda pars de
Pedro Nuñez de Avendaño, impressa em
1573 e que pode não ter sido terminada por
ele. De facto, deve ter falecido antes de
Junho daquele ano.
A oficina passou então para a sua nora,
Juana de Vergara, que trabalhará sobre a
firma Herdeiros de Juan de Cánova.
Durante o período em que a oficina de
Alexandre de Cánova foi dirigida por seu
filho Juan, foram ali impressas muitas obras
de temática variada. A primeira impressão
feita na oficina que levou o nome de Juan
de Cánova como impressor foi feita em 1553
e são Las leys de la Hermandad. Seguemse
em 1554 Quaderno de alcavalas,
Enchiridion, Refranes o proverbios en
romance de Hernán Núñez (1555),
Reprobación de las supersticines e hechicerías
de Pedro Ciruelo (1556), Libro segundo de
aritmética de Juan Pérez de Moya (1557),
Cuaderno de las Leys de Toro (1560),
Historia de Tucídedes, entre muitas outras.
Juan de Cánova também trabalhou em
Cuenca durante vários anos sem contudo
deixar a oficina de Salamanca.
CANTO, FRANCISCO del - Principal impressor
de Medina del Campo, onde trabalhou
entre 1551 e 1590. Imprimiu muitas obras
e com grande qualidade. A sua primeira
impressão foi a Crónica del santo rey don
Fernando III, impressa em 1551. Segue-se
a Crónica del famoso e invencible caballero
Cid Ruy Diaz, impressa em 1552. Entre os
impressos que produziu destacam-se o
Espejo de la conciencia (1552), Sobremesa
y alivio de caminantes de Timoneda (1563),
Luz del alma cristiana (1570), de Felipe de
Meneses, Vida, fábulas y exemplos de Esopo
(1576), Flos sanctorum (1578), Tratado de
oración y meditación (1587), de Pedro de
Alcântara. A sua última impressão é o livro
Triumphos del amor de Dios de Juan de los
ángeles, executada em 1590.
Deve ter falecido entre 1590 e 1593 pois
que neste último ano já aparece um documento
que alude à sua viúva. Sucedeu-lhe
à frente da oficina o seu filho Santiago.
CANTO, FRANCISCO del - Segundo impressor
em Lima, no Perú, que adquiriu a oficina
ao piemontês António Ricardo, em 1605,
tendo trabalhado desde essa data até 1613.
Paralelamente com a sua actividade em Lima
terá trabalhado em Juli em 1612, no actual
território da Bolívia, pois que existem quatro
livros que ostentam no colofão o seu
nome e o indicam como impressor.
CARDANO, JOSÉ MARIA - Espanhol que
em 1817 partiu para Munique para aprender
a arte litográfica com o encargo de no
seu regresso a Espanha ensinar o método
de gravar, preparar as pedras, fazer tintas
e lápis, aos alunos que pretendessem aprender
litografia. Em Munique realizaria três
exemplares do Quaderno litográfico que contiene
varias muestras, tendo regressado a
Madrid em Junho de 1818. Em 16 de Março
de 1819 era criado em Espanha o primeiro
estabelecimento litográfico, na rua madrilena
de Hortaleza nº 4, tendo o rei Fernando VII
nomeado Cardano como litógrafo da Camara.
No Real Estabelecimento dirigido por José
Maria Cardano também praticaram a
litografia Juan Antonio Ribera e José
Madrazo que atingiriam nos anos seguintes
muito protagonismo na litografia espanhola.
As primeiras obras impressas nesta oficina
foram obras de Goya, Vicente López e José
Ribelles.
CARDOSO, MANUEL - Impressor português
do século XVII, que imprimiu no Porto. É
considerado um dos mais importantes
impressores nortenhos do século XVII,
depois de João Rodrigues e Fructuoso
Lourenço de Basto. Imprimiu as obras do
padre João Nunes de Freire, Anotações dos
generos e meritos da arte nova, Anotações
ad Rudimenta Gramatical nas regras mais
gerais d’ella, Margens da Sintaxe com a
construção em português..., e a primeira e
segunda parte da História Eclesiastica dos
Arcebispados de Braga e dos Santos e Varões
que florecerão neste Arcebispado, de
D. Rodrigo da Cunha, impressas em 1634
e 1635.
CARTER, MATTHEW - Desenhador de tipos
contemporâneo, gravador e desenhador de
punções que estudou com Paul Koch.
Contribuiu de forma original para as séries
de fontes da fotocomposição. Começou por
trabalhar na empresa Enschedé, a que se
seguiu a Crosfield Electronics e a Mergenthaler
Linotype. Durante algum tempo
trabalhou também na O.U. P. com o seu pai
Harry Carter.
Em 1965 desenhou as fontes da série 654
para a Lumitype 540, mais tarde designada
de Auriga. Um ano mais tarde o seu elegante
tipo baseado na escrita manual de
Snell e o Cascade Script foram feitos para
a Linofilm.
CARVALHAIS, STUART - Artista modernista
português que trabalhou predominantemente
em ilustração, caricatura e cartaz.
Também fez capas de discos, partituras
musicais e cenografia. É famoso o seu cartaz
de 1930 integrado na campanha contra
a tuberculose.
CARVALHO, BERNARDO da COSTA de -
Impressor português do final do século XVII
mas que imprimiu durante grande parte do
século XVIII. Entre 1722 e 1726 associouse
a Manuel Manescal na impressão dos
dois volumes da obra do Padre Manuel
Consciência, Sermoens panegyricos e moraes,
offerecidos a S.José. Outras obras por si
impressas são O Corvo e a Pomba da Arca
de Noé no sentido allegorico e moral e Obra
posthuma e Arvore da vida de Jesus
Cruxificado, do Padre Alexandre de Gusmão.
O último ano da sua actividade, de acordo
com o que se conhece, é o ano de 1734 pese
embora se saiba que deve ter continuado a
imprimir para lá desta data pois que foi
preso em 1753, acusado de imprimir várias
obras sem as licenças necessárias. Foi
impressor da Ordem de Malta.
CARVALHO, MANOEL - Impressor português
do século XVII que imprimiu em
Coimbra tendo sucedido a seu pai Nicolau
de Carvalho no privilegio de impressor da
Universidade. Manoel Carvalho também teve
oficina em Évora e em Vila Viçosa onde
imprimiu Desmayos de Mayo em sombras
do Mondego. Em Coimbra imprimiu Aziomata
et loca communia de Simão Vaz de
Barbosa. Manoel de Carvalho foi casado
com Maria Coutinho, filha de um outro
impressor português, Thomé de Carvalho.
CASLON, WILLIAM - Fundidor e desenhador
de caracteres inglês, nascido em 1692
e que faleceu em Londres em 1766. Londres
foi a cidade onde fez a sua aprendizagem,
tendo sido contratado para gravar punções
por Willi-am Bowyer, um impressor e editor,
que repara na qualidade do seu trabalho.
Os caracteres fundidos por Caslon conheceram
larga difusão e estiveram na moda
na década de 1840. Caslon teve familiares
continuadores da sua fundição. O último
Caslon morreu em 1874 mas a fundição
prosseguiu a sua laboração. Em 1836 foi
adquirida por Stephenson, Blake and Co.,
de Sheffield, mas manteve a designação
social The Caslon Foundry. Em 1991 a
Monotype Corporation fez uma adaptação
dos caracteres Caslon na serie Imprint.
CASTALDI, PANFILO - Impressor a quem
Galeazzo Maria Visconti concedeu em Milão,
no ano se 1462, privilégio exclusivo para
exercer a tipografia. Parece ter sido o
primeiro impressor na cidade. Alguns italianos
atribuem-lhe, sem provas fundamentadas,
a invenção da imprensa de tipos
móveis.
CASTAÑO, JOSÉ NUÑEZ - Tipógrafo galego
em casa do qual foi impressa a primeira
revista feminina galega, um periódico de
caracter semanal com o nome El Iris del
Bello Sexo que saíu pela primeira vez no
domingo de 2 de Maio de 1841. A revista
tinha a sua redacção e administração em
Quintana e Castaño era o editor responsável.
A duração desta primeira revista feminina
galega foi curta, tendo publicado só
oito números, o que corresponde à data de
20 de Junho de 1841. A partir daí, e embora
mantivesse a numeração, passa a denominar-
se El Iris de Galicia perdendo o seu caracter
feminino para passar a tratar de
questões relacionadas com o ressurgimento
da pátria galega. A partir do número 18 a
revista volta a mudar de nome ostentando
a partir de 29 de Agosto o título Revista de
Galicia.
CASTRO, PEDRO de - Considerado um dos
mais importantes impressores castelhanos
do século XVI, trabalhou em Salamanca,
entre 1536 e 1549, e em Medina del Campo
entre 1541 e 1550. A sua marca de impressor
era uma flor de lis. Conhece-se pouco
da vida deste tipógrafo. Possivelmente a
primeira obra que imprimiu foi o Libro del
Metamor phoseos y fabulas de Ovídio.
CAXTON, WILLIAM - Foi o introdutor da
tipografia em Inglaterra, tendo nascido em
1421 ou 1422, no condado de Kent, e falecido
em 1491. Foi agente comercial nos
Países Baixos e aí tomou contacto com a
tipografia. Entre 1471 e 1472 esteve em
Colónia durante dezoito meses a aprender
a arte tipográfica com o gravador de punções
holandês Jean Veldener. Em Bruges, em
1475, traduz e imprime a primeira versão
francesa da obra de Raoul Le Fèvre Recueil
des histoires de Troie, assim como outras
obras em francês. Em 1476 regressa às ilhas
britânicas e monta a sua oficina na abadia
de Westminster.
Em Inglaterra, o seu primeiro impresso é
uma indulgência, datada à mão a 13 de
Dezembro de 1476 e que se conserva nos
arquivos da cidade de Londres. Em
Westminster imprime, encaderna e vende
cerca de noventa livros de carácter histórico
e filosófico. O primeiro livro impresso por
Caxton em Inglaterra foi The Dietes and
Notable Wise Sayions of Philosophers, em
1477.
CEA - Clã de impressores que trabalhou em
Córdova no último terço do século XVI. O
primeiro membro da família foi Francisco
de Cea que começou a imprimir em 1588
tendo executado a Declaración com certidumbre
por averiguación de Historia para
la Santa Iglesia de Santiago de Galicia, que
la pueda presente en juicio. Após um interregno
de alguns anos, volta a imprimir em
1592 o Libro del Rosario de Nuestra
Señora..., de Juan de Montoya e o
Confessionario breve y muy provechoso para
los penitentes de Francisco de Alcocer. Em
1593 imprime Diálogo de las guerras de
Orán de Baltazar de Morales. Em 1598 dá
à estampa Pratica y exercicio espiritual de
una sierva de Dios.
Depois imprime muitas outras obras até à
sua morte. Julga-se que a sua última
impressão é o Sérmon de Juan de Osorio,
de 1620, e que talvez tenha já sido terminada
pelo seu filho Francisco.
CENNINUS, BERNARDUS - Ourives e
presumivelmente o primeiro impressor em
Florença. O único trabalho por ele impresso de
que há conhecimento é a volumosa obra
Commentarius in Virgilium, de Servio Mauro
Honorato, editada pelo seu filho mais velho Petrus,
que foi também impressor. A obra é de 1471/2 e
o seu filho mais novo Domenicus ajudou-o na
feitura dos punções e na fundição do tipo.
CENTENERA, ANTONIO de - Impressor
espanhol que trabalhou em Zamora entre
1482 e 1492, de cuja tipografia provieram,
possivelmente, os tipos que foram utilizados
na impressão do primeiro livro que se
conhece impresso em Portugal em língua
portuguesa, o Tratado de Confissom,
acabado de imprimir em Chaves, a 8 de
Agosto de 1489.
São poucos os conhecimentos sobre a actividade
deste tipógrafo. Deve ter impresso pelo
menos dezasseis livros na sua oficina da rua
das Doncellas, onde empregava Juan de
Paredes, Cristobal Laguna, Francisco Arias
e Alonso de Sevilla, segundo reza um documento
notarial de 1486.
A primeira obra impressa por Centenera
deve ter sido a Vita Christi por coplas de
Iñigo de Mendoza, que saíu do prelo em
1482. Nesse mesmo ano dá ainda à estampa
o Regimiento de Príncipes de Gómez
Manrique e os Provérbios de Séneca.
Em 1483 executa talvez o seu melhor trabalho
gráfico, imprimindo Os doze Trabalhos
de Hércules de Enrique de Villena, onde
estampou 11 xilogravuras. No mesmo ano
imprime ainda o Cancioneiro de Iñigo de
Mendoza e o Tratado de vita beata de Juan
de Lucena. Executou ainda obras de Nebrija,
Diaz de Montalvo e São Basilio Magno.
A sua última impressão deve ter sido Pseutis
et Alethia de Theodolus executada em 1492.
CÉSAR, PIERRE - Um dos primeiros impressores
em Paris, com oficina na Rua de
Saint-Jacques, estava associado a Jean Stoll.
Ambos eram de origem germânica.
A primeira obra impressa por Pierre deve
ser de 1474, o Manipulus curatorum. Depois,
já com o concurso de Stoll, imprime o
Speculum vitae humanae, Casus longi e
Apparatus in Clementinas. Também imprimem
Rudimenta grammaticae de Peroto
e Margarita poetica de Eyb, bem como obras
de Salústio, Séneca e Terencio, destinadas
sobretudo a um público universitário.
CHALCONDYLAS, DEMETRIUS - Tipógrafo
cretense que imprimiu em Florença, pela
primeira vez, as obras de Homero em grego.
Levou esta tarefa a cabo a expensas dos
irmãos Bernardo e Nero Nelii. As obras
foram publicadas em dois volumes em folio,
em 1488-1489, e foram deddicadas a
Lorenzo de Medici.
CHEPMAN, WALTER - Associado com
Androw Myllar fundou em 1508 a primeira
tipografia na Escócia. Ambos conseguiram
privilégio do rei James IV para imprimir e
vender livros na Escócia. O seu primeiro
trabalho de impressão foi The Complaint of
the Black Knnight de Lydgate, também conhecido
por The Maying or Disport of
Chaucer.
CHIEH, WANG - Impressor chinês que
estampou em 11 de Maio de 868 a versão
chinesa de um dos mais conceituados textos
budistas, o Sutra Diamante, que se
encontra à guarda do Museu Britânico.
O livro revela que o seu impressor não era
um principiante, antes tinha uma larga
experiência acumulada que possivelmente
lhe terá sido transmitida. A impressão do
livro é xilográfica, pois foi inteiramente
impresso por meio de pedras gravadas. Para
alguns estudiosos, Wang Chieh é o primeiro
impressor de livros de que há notícia, embora
o tenha feito com recurso à impressão
tabulária ou xilográfica. A descoberta deste
livro, no ano de 1900, deve-se a um sacerdote
tauísta de nome Wang Tao-Shih.
CHODOWIECKI, DANIEL NIKOLAUSConsiderado
o melhor ilustrador alemão do
século XVIII e um dos melhores da Europa,
foi o ilustrador durante muitos anos do
Almanach de Gotha. Trabalhou em Berlim
e fez ilustrações para obras de Shakespeare,
Cervantes, Voltaire, Goethe entre outros.
É considerável a sua influência na ilustração
contemporânea.
COCI, JORGE - Alemão natural de
Magdeburgo, antigo seminarista, que trabalhou
como tipógrafo em Veneza sobre as
ordens de Aldo Manúcio. Depois trabalhou
em Espanha, talvez como empregado de
Paulo Hurus. Em 1498 aparece associado
a Hutz e Appentegger e todos firmam um
contrato com Hurus para a impressão do
Breviarium Hieronimitanum cuja impressão
terminam em 1499. Neste mesmo ano
tomam conta da oficina de Paulo Hurus e
trabalham em conjunto até 1502. Coci, ou
Koch, imprime então com os seus sócios
Carmen paschale de Sedulio, Constitutiones
Archiepiscopatus Caesaraugustani, executados
em 1500. A partir de 1504 Coci passa
a trabalhar sozinho.
Instalado em Saragoça, no Callizo de la
Imprenta, durante quase meio século, Coci
é considerado um dos mais importantes
tipógrafos que trabalharam em Aragão.
Imprimiu mais de 250 obras, a maior parte
de carácter religioso. Neste tipo de obras
os seus trabalhos mais importantes são o
Breviario de Solsona, de 1514, o Breviario
de Cartagena, de 1535, os missais de Lérida
(1524), de Valência (1528), e de Tarazona
(1529).
Noutro género de obras imprime a Summa
de paciencia, em 1505, de Andrés de Li, Las
CCC, de Mena, em 1506, a Tragicomedia
de Calisto y Melibea, de Fernando de Rojas,
em 1507, a primeira edição da novela de
cavalaria Amadis de Gaula, em 1508, a
Cronica de España de Diogo de Valera, em
1513, as Décadas de Tito Livio em 1520, e
muitas outras obras, algumas das quais têm
gravuras de Johan Koberger e outras que
se pensa terem sido executadas pelo próprio
Coci. O seu trabalho de impressão mais
importante é a Genealogia de Los Reys de
Aragón, impressa em 1509. As cem páginas
do livro estão recheadas de gravuras, escudos,
gravações de moedas, de espantosa perfeição.
Em 1537 vende a oficina gráfica ao livreiro
Bartolomé de Nájera e a Paulo Hurus,
provavelmente um familiar do impressor de
incunábulos, embora alguns defendam tratarse
daquele impressor. Hurus morre em 1539
e a oficina volta às mãos de Coci que logo
depois a vende a Pedro Bernúz.
Coci, ou Kosch na grafia da sua língua
materna, morreu provavelmente entre 1544
e 1546, deixando uma notável obra tipográfica.
COCHIN, CHARLES NICOLAS - Conhecido
pelo Moço, foi gravador e desenhador em
meados do século XVIII. É também conhecido
dos impressores pelo olho do tipo que
tem o seu nome, e que é modelado segundo
a impressão de letras de cobre usada nas
legendas das gravuras.
Em alguns livros Cochin imprimiu texto e
ilustrações em chapas de cobre.
É um dos representantes da escola romântica
e artística de gravura que desapareceu
quase totalmente com a Revolução Francesa.
COQ, JOÃO JOSÉ le - Litógrafo que foi
nomeado primeiro director da Regia Officina
Lithographica, com o ordenado de quatrocentos
mil réis anuais, criada pelo rei D.João
VI em Lisboa, no ano de 1824. Em 1827 a
oficina litográfica estava instalada no número
200 da Rua Augusta.
COCK, JERÓME - Gravador francês do séc.
XVI, que se estabeleceu em 1548 em
Antuérpia, onde desenvolverá a sua actividade
até 1577. Foi um forte divulgador do
estilo maneirista.
COELHO, JOSÉ EDUARDO - Nascido em
Coimbra em 23 de Abril de 1835, e tendo
ficado órfão muito cedo, veio para Lisboa
onde começa a trabalhar no comércio. Depois
dedica-se ao ensino e escreve para o jornal
Jardim Ilustrado. Já não é jovem quando
abraça a profissão de tipógrafo fazendo a
sua aprendizagem em diversas oficinas lisboetas,
até que em 1857 é admitido como
oficial compositor na Imprensa Nacional.
Trabalhador, estudioso e persistente, publica
em 1859 o livro A vida dum Príncipe. Por
essa época deixa a profissão de compositor
tipográfico e passa a exercer o cargo de correspondente
do Nacional e o de redactor
principal da Crónica dos Teatros. Também
é noticiarista do jornal A Revolução de
Setembro.
Foi fundador do Diário de Notícias, juntamente
com Thomaz Quintino Antunes, e
director do jornal durante 25 anos. Faleceu
em Lisboa em 14 de Maio de 1889.
COFMAN, CRISTOVÃO - Último impressor
alemão que veio para Espanha no século
XV e que exerceu actividade tipográfica em
Valência desde 1477 até 1517. A sua fama
é devida a ter sido o impressor do Cancionero
General de Hernando del Castillo,
executado em 1511.
COHEN, SOLOMON ben GEERSHON -
Instalou a primeira tipografia judia em Praga
e deu início na cidade a uma dinastia de
impressores hebreus conhecidos pelos
Gersónidos. Começou por imprimir um livro
de orações, em 1513, e passou a abastecer
de livros impressos as comunidades judias
da Alemanha e de Polónia. Trabalhou também
associado com o impressor ambulante
Hayym ben David Schwartz, que imprimiu
em Praga de 1514 a 1526.
COIMBRA, MANUEL PEDROSO - É considerado
um dos tipógrafos mais importantes
que trabalhou no Porto no princípio
do século XVIII. Estava estabelecido na Rua
dos Mercadores 333, pelo menos desde
1731. A sua oficina prosperou de tal modo
que em 1755 tinha relações comerciais com
os Cramer da Suíça. A partir de 1752 assinou
alguns dos seus trabalhos com o título
de Capitão e noutros aparece a designação
de oficina episcopal do Capitão Manuel
Pedroso Coimbra, desconhecendo-se a razão
destes factos. Foi também livreiro, e a partir
de 1731 trabalhou para o cabido da Sé
do Porto.
A sua última obra, Oração académica
recitada na Real Academia de Cirurgia
Portuense, de Manuel Gomes de Lima
Bezerra, foi impressa em 1765.
COLINES, SIMON de - Sócio de Henri
Estienne, casado com a viúva deste impressor,
Simon de Colines foi um impressor de
grande influência na casa dos Estienne. Terá
desenhado o primeiro tipo grego com acentos
digno de nota, e também um tipo itálico
que usou nos seus livros em 1528. Colines
foi assim o introdutor em Paris do tipo de
livros impressos na gráfica veneziana de
Aldo Manúcio.
Os livros impressos por Simon de Colines
são frequentemente decorados com belas
xilogravuras, como se pode verificar nos
seus livros de horas ou na De Dissectione
Partium Humanae Corporis de Charles
Estienne, impresso em 1545.
Simon de Colines exerceu a arte tipográfica
até à sua morte, ocorrida em 1546.
CONSTANZA, PABLO de - (Ver Hurus,
Paulo)
CORCEL, EMÍLIO - Espanhol que montou
em Lisboa, em 1895, uma oficina de fundição
de tipos. Nos primeiros anos da sua existência
a oficina só produziu material branco.
Porém, em 1900, Albino Cardoso Corvaceira
investiu na empresa e foram adquiridas
máquinas de fundir. A produção aumentou
embora Corcel se ausentasse do país em 1912.
CÓRDOBA ALFONSO FERNÁNDEZ de -
É considerado um dos mais importantes
impressores de incunábulos em Espanha.
Antes de ser impressor foi artesão de trabalhos
em prata e fundidor de tipos e
gravuras. Trabalhou em Valência pelos anos
de 1477 e 1478, tendo tido estreita ligação
com Palmart, de quem foi talvez empregado.
O seu nome figura pela primeira vez num
impresso de 1477, a Summula Confessionis
ou Confessionale Defecerunt de Santo
António de Florencia, após o que imprime
com Palmart a Bíblia valenciana terminada
em 1478. Obrigado a sair de Valência, onde
ao que parece foi condenado à morte por
causa da impressão da Bíblia em língua
valenciana, passa a trabalhar em Murcia
onde imprime em 1484 o Breviarium
Cathaginense, a primeira obra conhecida
que foi impressa na cidade. Nesse mesmo
ano volta a trabalhar em Valência, depois
de obtido o perdão para a condenação que
sofrera, onde imprime diversas obras de
Jaime Pérez. Em 1485 imprime Expopsitio
super conticum, Expositio super Te deum
laudamus, Expositio super Magnificat, a
Historia de Sancta Anna de Joan Roiç de
Corella e o Sumari de clauses de la Bulla
de la Sancta Cruzada. Para alguns estudiosos
da tipografia, Alfonso Fernández de
Córdoba passou a trabalhar a partir de 1486
em Hijar, entrando em relação com o impressor
judeu Eliezer ben Alantansi e com
Zalmati. É possível que ambos tenham trabalhado
na tipografia do Duque de Hijar,
embora Alfonso tivesse a sua própria oficina.
Em Hijar imprimiu, em 1487 e 1488, o
Manuale sacramentorum e os Capitoles de
la Sancta Hermandat en el reino de Aragón.
CORDOBA, FERNÁNDEZ de - Família de
tipógrafos que trabalhou em Espanha, em
Valladolid, a partir de 1535. Não se sabe se
o impressor de incunábulos Alfonso
Fernández de Córdoba é o primeiro membro
desta família pois que não existe documentação
que comprove esta ligação. Assim,
os estudiosos consideram como primeiro
membro desta família Diego Fernández de
Córdoba que trabalhou em Valladolid entre
1535 e 1539, mas também em Palência, em
1536, 1545 e 1548, Medina del Campo, de
1550 a 1552 e em 1586, Burgo de Osma,
em 1555,1561,1570 e 1587, Berlanga, em
1564 e em Medina de Rioseco em 1575.
Perante a diversidade de lugares onde trabalhou,
alguns estudiosos da tipografia consideram
estarmos perante dois impressores
com o mesmo nome. Seja como for, o certo
é que um Diego Fernández (ou Hernández)
de Córdoba esteve instalado em Valladolid,
na Rua de la Libreria e aí imprimiu diversas
obras como Los seys libros del Delphin
de música de Luis de Narváez, impresso em
1538, Las cent novellas de Boccaccio, dado
à estampa em 1539, o Libro de música en
cifras para vihuela de Esteban Daza, de
1576, o Retablo de la vida de Christo, de
1582, da autoria de Juan de Padilla, Arte
de gramática latina, de Diego de Carvajal,
impressa em 1582, Agoniaa del tránsito de
la muerte, obra impressa em 1538, da autoria
de Alejo Venegas, De pulsus arte et
Harmonia, de Luis Mercado, impresso em
1584, Manual de confesores, de 1586, escrito
por Martín Azpilicueta, Las siete Partidas,
de 1587, de Gregorio López.
Em Palência imprimiu, no ano de 1536,
Passiones, lamentaciones et reliqua e Ordo
ad conficiendum sanctum chrisma et oleum,
as primeiras obras que foram impressas
nesta cidade. Em 1545, ainda em Palência,
imprime o Breviarium ad ussum Ecclesiae
Pallentinae e em 1548 as Constituciones
Sinodales del Obispado de Palencia, o seu
último trabalho de impressão na cidade.
Depois da morte, em 1572, de Francisco
Fernández de Córdoba, e após um curto
lapso de tempo, começa a trabalhar em
Valladolid o seu filho Diego que imprimiu
sobretudo obras religiosas, embora também
tenha executado impressões de textos de
literatura, filosofia, história e mesmo música.
De entre as obras saídas do seu prelo podem
destacar-se o Privilegio del rey Ramiro y de
los votos de Santiago, de 1578, Las transformaciones
de Ovídeo, de 1589, Summa
sacramentorum de 1594, de Francisco de
Vitoria e Arte de música theórica y prática
de Francisco de Montanos, impresso em
1592.
Outros membros desta família dedicaramse
depois à arte tipográfica. É o caso da
viúva de Diego, Ana de Salcedo, que trabalhou
em Valladolid entre 1603 e 1609, e
do filho de ambos, também chamado Diego,
que imprimiu naquela cidade entre 1611 e
1614. Para além destes, outros membros da
família exerceram o ofício de impressores,
numa actividade que se estende pelas
primeiras três décadas do século XVII.
CORREA, FRANCISCO - Impressor português
que trabalhou em Coimbra, na Rua
Sophia, de 1549 a 1555, dirigindo a
tipografia do Estudo Real. A partir de 1555
passou a trabalhar em Lisboa, fazendo-o até
1583, ano em que parece ter morrido. Em
1555 imprimiu no Porto O livro de aritmética
de Bento Fernandes. Em 19 de Março
de 1572 obteve privilégio por dez anos para
a impressão do Livro de Horas de Nossa
Senhora, em latim e português. Usou os
títulos de impressor do Cardeal Infante D.
Henrique e de tipógrafo régio. Os trabalhos
que imprimiu foram geralmente compostos
em tipos redondos e itálicos.
COSIN, PIERRES - É, juntamente com
Alonso Gómez, o introdutor da tipografia em
Madrid no ano de 1566. Os seus trabalhos
são considerados de fraca qualidade. Naquele
ano imprime na cidade Defenso in iure pro
decretis concilii, a primeira obra impressa na
capital espanhola. Ainda naquele ano imprime
os Proverbios do Marquês de Santillana.
Depois imprime outras obras em conjunto
com Alonso Gómez no ano de 1567. A partir
de 1658 monta oficina sozinho por detrás
da Victoria e aí trabalha com regularidade até
1579. Entre as obras que imprimiu podem
destacar-se, pela sua importância, Relación
de la muerte del príncipe D. Carlos, de Juan
López de Hoyos, impressa em 1568, La
Araucana de Ercilla, impresso em 1569,
Imagen de la vida christiana de Heitor Pinto,
de 1572, Las obras de Cristóbal Castillejo,
de 1573 e a Propalladia de Bartolomé de
Torres Naharro, impresso em 1573.
Pierres Cosin deve ter falecido por volta do
ano de 1605.
COSTA CARREGAL, JOAQUIM da - Tipógrafo
português, nascido no Porto em 6 de
Janeiro de 1848. É considerado um dos gráficos
mais importantes da sua época. Após
muitos anos de trabalho na arte tipográfica
adquiriu a Imprensa Internacional e tornase
industrial gráfico. Gráfico de excepcionais
qualidades, imprime edições luxuosas de
D. Quixote, Os Miseráveis, História do Cêrco
do Porto, entre outras obras de elevada qualidade
gráfica. Depois funda a Tipografia
Ocidental sucessora da Imprensa Internacional,
e instala-a na Rua da Fábrica, 66.
Em 1889 Costa Carregal enviou à exposição
de Paris trabalhos por si impressos.
Theodoro Goebel, tipógrafo de méritos de
Stuttgart, referindo-se a esses trabalhos na
publicação profissional Journal fur Buuchdruckerkunst
escreveu: Costa Carregal, do
Porto, mostrou-se um óptimo impressor de
gravura em madeira. Joaquim da Costa
Carregal foi premiado nessa exposição com
a medalha de ouro.
No Porto foi a sua oficina, a Imprensa Internacional,
a primeira a imprimir música com
recurso a caracteres metálicos musicais. Na
Tipografia Ocidental, Costa Carregal privou
com alguns dos maiores vultos da arte e
literatura portuguesas do século XIX como
Oliveira Martins, Antero de Quental, Rafael
Bordalo Pinheiro, Ricardo Jorge, Júlio de
Matos, Rocha Peixoto, Soares dos Reis,
António Carneiro, Ciríaco Cardoso, Basilio
Teles, Alexandre Braga, Joaquim de
Vasconcelos, Ramalho Ortigão, José Sampaio,
Alves Mendes, Guerra Junqueiro, Eça
de Queirós, João Chagas, Júlio Gama,
Alberto Pimentel e Augusto Nobre.
A Tipografia Ocidental foi a primeira oficina
portuense que trabalhou com estereotipia,
tendo sido vendida após a morte de Joaquim
da Costa Carregal, ocorrida em 29 de Março
de 1897.
Joaquim da Costa Carregal teve sete filhos,
tendo deixado como seu continuador o
Dr. Joaquim da Costa Carregal que com o
pai aprendeu a arte tipográfica e que
escreveu algumas obras de divulgação da
técnica gráfica, tendo sido Presidente do
Grémio Nacional dos Industriais de Tipografia
e Fotogravura.
COSTA, MANESCAL MIGUEL - Impressor
português que trabalhou em Lisboa no
século XVIII e que é considerado um dos
melhores da sua época. Os seus prelos constituíram
o primeiro núcleo da Régia Oficina
Tipográfica, que os adquiriu. A Impressão
Régia foi criada em 1768 por iniciativa do
Marquês de Pombal. A Direcção técnica e
administrativa da Impressão Régia foi-lhe
confiada por trinta e três anos o que atesta
bem a sua competência como administrador
e gráfico.
COSTA, MANUEL LUIZ da - Impressor
litográfico que fundou em Lisboa uma das
primeiras litografias da cidade e que era
uma das mais conceituadas. A casa chamavase
Litographia de Manuel Luiz ou Litographia
de Manuel Luiz da Costa e estava
situada na Rua dos Mártires nºs 12 e 14.
Esta casa litográfica atingiu grande desenvolvimento
e prestígio devido á qualidade
dos seus trabalhos e á competência dos
artistas que nela exerceram actividade como
Legrand, Fonseca, Barreto Sendim e o
grande pintor animalista Tomás da Anunciação.
Manuel Luiz deve ter passado a casa,
por volta de 1850 à firma Lopes & Bastos
que imprimiria dois conhecidos retratos de
Garrett e Herculano desenhados por Fertig.
Este Bastos era o escultor Vítor Bastos autor
do monumento a Luís de Camões em Lisboa.
COSTER, LOURENS - Tipógrafo de Haarlem
a quem alguns holandeses atribuem a
invenção da imprensa de tipos móveis ou
tipografia. Lourens Janszoon Coster residiu
em Haarlem entre 1436 e 1483 e era estalajadeiro
e negociante de vinho, velas, azeite
e sabão. Desempenhou na igreja da cidade
o cargo importante de coster ou sacristão.
Outros membros da família tinham exercido
as mesmas funções de tal forma que o título
tornou-se, com o tempo, no apelido da
família.
Segundo a genealogia manuscrita da sua
família que ainda hoje se conserva em
Haarlem, e que foi organizada por volta de
1559, Lourens Coster teria dado ao mundo
a primeira obra impressa em 1446. Coster
teria impresso com recurso a tipos móveis,
um Speculum humanae salvationes e um
donato, entre outros livros. A esmagadora
maioria dos estudiosos da tipografia do
século XV rejeita contudo a possibilidade
de Coster ter sido o inventor da tipografia
por falta de fundamento em factos históricos.
COSTILLA, JORGE - Tipógrafo espanhol
que trabalhou em Barcelona, Valência e
Murcia, entre 1520 e 1532. Foi, em Bar-
celona, discípulo de Diego Gumiel, entre
1497 e 1500. Depois começa a trabalhar em
Valência a partir de 1502, onde é considerado
o mais importante impressor dos
princípios do século XVI. Nesta cidade tem
oficina no carrer de la Verge Maria de Gracia.
Imprime, entre outras obras, Summa de
todas las cronicas del mundo de Jacobo de
Bergamo, em 1510, De Nova Logica de
Raimundo Lulio, em 1512, Lo quart del
Cartoxa, de Ludolfo de Saxónia, de 1513,
e Flos sanctorum, em 1514, de Jacobo de
Voragine.
Nos anos de 1518 e 1519 trabalha em
Murcia. Aí imprime Theórica de virtudes en
coplas de arte humilde com commento e
Inquisición de la felicidad, obras de Francisco
de Castilla, impressas em 1518.
Por volta de 1520 regressa a Valência onde
imprime Pronostico o juyzio de Diego de
Torres, Libro de las maravillas del mundo,
de Juan de Mandavilla, em 1521, Epistoles
de S. Jeronimo, em 1525, Instrucción de la
muger christiana de Juan Luis Vives, em
1528, e Libri Magistri Sententiarum, em
1531, de Juan de Celaya. A última obra que
imprimiu parece ter sido o Tratado que todo
fiel christiano debe saber para oyr la missa,
dado à estampa em 1532, da autoria de
Alonso Madrigal.
CRACAS, GIOVANNI FRANCESCO - Um
dos mais famosos impressores romanos do
século XVIII. A sua oficina imprimiu, em 5
de Agosto de 1716, o primeiro número do
Diário de Roma que durante algum tempo
foi o orgão oficial da Corte.
CRAESBEECK - Família de tipógrafos que
trabalhou em Portugal a partir de 1597.
Peeter van Craesbeeck, de Antuérpia, o fundador
da família, instala-se em Lisboa fugido
às lutas religiosas nas Províncias Unidas, e
funda uma tipografia com material importado
da Flandres. A gráfica passará de geração
em geração durante cento e seis anos.
Pedro Craesbeeck, como é conhecido entre
nós, fizera a sua aprendizagem como tipógrafo
junto de Cristophe Plantin e do genro
deste, Balthasar Moretus.
Aos onze anos foi admitido na oficina de
Plantin como aprendiz e seis anos depois
era oficial compositor. Durante trinta e cinco
anos Pedro Craesbeeck trabalhou nas suas
tipografias de Lisboa e Coimbra. Em Lisboa
a sua oficina estava situada em Santa Maria
Madalena.
Três anos depois de ter chegado a Portugal,
foi nomeado por Filipe II, impressor real.
Em 1632, com a sua morte, seus filhos sucedem-
lhe no comando da empresa. Lourenço
Craesbeeck fica à frente da Officina
Craesbeeckiana e em 1639 funda nova casa
em Coimbra. Paulo, seu irmão mais novo,
dirige os destinos da gráfica de Lisboa.
Paulo Craesbeeck foi nomeado em Outubro
de 1624 livreiro das ordens militares de
Cristo, Aviz e Santiago, para servir durante
o impedimento de Sebastião Garcia, serventuário
do Ofício. A 27 de Outubro de
1628 é provido no lugar de livreiro e de
impressor, a título definitivo, das três ordens
militares. Paulo teve os seus prelos instalados
em Bucelas pelos anos de 1643 e residiu
com sua mulher, Cecília Soares, na Rua dos
Douradores e ao Pocinho Secco, entrando
para a rua que na Lisboa antiga tinha o
nome de Painel do Anjo, na freguesia de
S.Julião.
Paulo Craesbeeck morreu em 1660. Em 1661
António Craesbeeck de Melo sucederá a
Paulo, vindo a ser nomeado, em 1666,
impressor real. António viveu em Lisboa,
em casa própria, na Rua dos Espingardeiros,
freguesia de S. Nicolau não se sabendo se
foi também aqui que teve a oficina de
impressão.
A capacidade produtiva das oficinas dos
Craesbeeck foi notável, contando-se cerca
de setecentas e cinquenta edições das quais
são de destacar nove edições de Os Lusíadas
e onze das Rimas, de Luís de Camões. Devese
também a Pedro Craesbeeck a primeira
edição da Peregrinação de Fernão Mendes
Pinto, impresso em Lisboa em 1614.
Imprimirão também belíssimas edições de
obras musicais como é o caso do volume
pertença da Biblioteca Nacional que inclui
uma colecção de quatro missas, cinco motetos
e duas antifonas a quatro, cinco e seis
vozes, da autoria do compositor Francisco
Garro, que foi mestre da Capela Real em
Lisboa. Daquela mesma oficina saíram as
Décadas da ásia de Diogo de Couto e obras
de D. Francisco Manuel de Melo, João Pedro
Ribeiro e António de Sousa Macedo.
CRAMOISY, SÉBASTIEN - Impressor parisiense
do século XVII a quem o cardeal
Richelieu confiou a direcção da Imprimerie
Royale e que imprimiu um importante conjunto
de livros monumentais. Depois da sua
morte, ocorrida em 1669, a direcção da gráfica
estatal passou para o seu neto Sébastien
Mabre-Cramoisy.
CRANE, WALTER - Notável ilustrador de
livros, inglês que colaborou com William
Morris. Ilustrou todo o tipo de livros desde
Shakespeare até livros de histórias para crianças.
CREUSSNER, FRIEDRICH - Tipógrafo
alemão de Nuremberg que foi o primeiro a
imprimir em alemão As viagens de Marco
Polo. Foi também o primeiro a utilizar na
Alemanha um tipo de letra bastarda conhecido
por Schwabacher, e que foi popular
naquele país durante dois séculos.
CROMBERGER - Família de tipógrafos
alemães que trabalhou em Sevilha na
primeira metade do século XVI. Também
são conhecidos por Corenbenger, Kronberger,
Kroneberger ou Chronberger. Jacobo
ou Jacome Cromberger teve oficina naquela
cidade onde, entre 1502 e 1528, deu á
estampa alguns dos mais belos livros góticos
impressos em Espanha. Jacobo também
trabalhou em Portugal. Em 1508 o rei
D. Manuel I de Portugal concedeu-lhe autorização
para imprimir no país. Jacobo imprime
em Évora e em Lisboa, cidade onde virá a
falecer em 1528. Jacobo nunca abandonou
Sevilha, embora tenha viajado várias vezes
a Portugal. São empregados seus que, com
material tipográfico da empresa sevilhana,
realizam impressões em Portugal. Jacobo
Cromberger imprimiu em Portugal uma versão
revista das Ordenações. De acordo com
os colofãos dos livros das Ordenacões, o
primeiro e o quarto tomos foram impressos
em Évora, e o segundo, o terceiro e o
quinto volumes foram executados em Lisboa.
Jacobo Cromberger foi casado com Comincina
de Blanques, viúva de Ungut. Teve três
filhos: Francisco, que faleceu muito jovem,
João (Juan) a quem cedeu o negócio através
de uma doação inter vivos, e Catalina. No
inicio da sua actividade Jacobo Cromberger
fez sociedade, em 1503, com Stanislao
Polono, mas em 1504 já trabalha sozinho
depois de ter adquirido o material gráfico
daquele. Jacobo e Polono imprimem em
1503 o Livro de Marco Polo, numa tradução
de Fernández de Santella, Logica de Pedro
Hispano, Opera de Aulio Persio Flacoe o
Tractado de la inmortalidad del ánima, de
Fernández de Santaella.
Em 1504 Cromberger imprime Carmen
Pascale de Celio Sedulio. Depois imprime
muitas outras obras: Vocabularium em 1506,
Missale hispalense em 1507, as Ordenanzas
de Alfonso de Montalvo, em 1508, Cárcel
de amor de Diego de San Pedro, Coplas de
Mingo Revulgo em 1510, Las CCC de Juan
de Mena e Historia de los amantes de Eneas
Silvio Picolomini, ambas impressas em 1512,
Crónica de España de Diego de Valera, em
1517, Suma de geographica de Martín
Fernández de Enciso, em 1519, Libro llamado
Fiameta de Boccaccio, em 1523. Em
1525 dá-se a transferência da sua oficina
para o seu filho Juan, embora Jacobo continue
a imprimir, umas vezes só, outras
acompanhado do filho, pelo menos até ao
ano de 1528. O segundo tipógrafo da “dinastia”
Cromberger trabalhou sózinho a partir
de 1528. Foi casado com Brígida Maldonado
de quem teve nove filhos. Imprimiu diversas
obras, de qualidade tipográfica idêntica
à do pai, tendo utilizado algum material
tipográfico novo. Em 1530 imprimiu Los
Proverbios de Iñigo López de Mendoza, e a
Suma de geogrephia de Martín Fernández
de Enciso, Relox de príncipes de Antonio de
Guevara, em 1531, Historia general de las
Indias de Gonzalo Fernández de Oviedo, em
1535, Cancionero general em 1540, de
Hernando del Castillo, que se julga ter sido
o seu último trabalho. João (Juan)
Cromberger, correspondendo ao pedido do
bispo do México e do vice-rei do Conselho
das índias, fundou uma sucursal da imprenta
Cromberger na Nova Espanha. Em 12 de
Junho de 1539 partiu do porto de Sevilha
uma embarcação que transportava uma
prensa de madeira para imprimir, algumas
gravuras xilográficas, tipos móveis de
madeira e metal, e todos os demais utensílios
necessários à impressão, para além
de uma apreciável quantidade de papel.
A tipografia a implantar no México vai ser
dirigida pelo bresciano Giovanni Paoli (Juan
Pablos).
João Cromberger faleceu em Sevilha em 1540
mas a sua mulher Brígida continua com o
negócio, embora o seu nome nunca conste
dos impressos então feitos, os quais ostentam
a menção de terem sido executados en
la imprenta de Juan Cromberger que sancta
gloria aya. A partir de 1546 Jacobo ou
Jácome Cromberger II exerceu também em
Sevilha a arte tipográfica até ao ano de 1553.
CRUCHE, PIERRE - (Ver Eskrich, Pierre)
CRUSE, ALOYS - Um dos mais importantes
impressores em Genebra, também conhecido
por Louis Guerbin. A sua primeira obra foi
um breviarium genebrino encomendado pelo

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