quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 4




Imprimiu em 1730 o Discurso poetico em
que se reprovam as lagrimas choradas por
bens temporaes e que só devemos ter
saudade das delicias da gloria, de Pedro
Pacheco de Leandres, e, em 1745 Saudades
de D. Ignez de Castro, pelo licenciado
Manuel de Azevedo Conimbricense Offerecida
ao sr. Guilherme Joaquim Paes Velho
pelo Padre João de Gouveia, presbytero do
habito de S. Pedro, de D. Maria de Lara
Menezes.
GALHARDE, GERMÃO - Impressor francês
estabelecido em Lisboa, pelo menos desde
1519, chamava-se na sua língua de origem
Germain Gaillard. O seu nome aparece aportuguesado
de diversas formas: Germão
Galharde, Germam Galharde, Germão
Galharte ou Galhard.
Terá adquirido aos herdeiros de Valentim
Fernandes, de quem pode ter sido auxiliar, o
material tipográfico deste, constituído por
caixas de tipo, prelos, gravuras e tarjas
decorativas.
Em Lisboa imprimiu, em 1519, aquela que
poderá ter sido a sua primeira obra, ou pelo
menos uma das primeiras, o Missale secundum
consuetudinem Elborensis ecclesiae.
Pensa-se que em 1521, também em Lisboa,
imprimiu a Carta das Novas, a primeira
obra impressa dedicada à Etiópia, de que se
conhece um único exemplar, propriedade da
British Library, em Londres. Em 1523 deu à
estampa, ainda na capital, Contra os Juízos
dos Astrólogos, do monge da Ordem dos
Jerónimos Frei António de Beja. Talvez em
1525 imprime as Coplas de Mingo Revulgo,
de que existe um exemplar na Biblioteca
Nacional de Lisboa.
Em 1530, Gaillard viria a montar uma oficina
tipográfica no mosteiro de Santa Cruz de
Coimbra, por encargo de D. Dionysio de
Moraes. Aí imprimiu o Reportório para se
acharem as matérias no Livro Spelho da conciencia,
que terminou em 9 de Agosto de
1530. A tipografia montada por Gaillard no
mosteiro de Coimbra funcionou até 1577. O
tipógrafo porém, voltou a Lisboa em 1531.
Em 1534 a oficina de Germain Gaillard deu
à estampa aquela que é talvez uma das mais
conhecidas obras impressa pelo tipógrafo
francês, A Cartinha para ensinar a ler, de D.
Diogo Ortiz de Vilhegas, bispo de Viseu.
Outra obra impressa por Gaillard que teve
como a Cartinha várias edições, foi o
Reportório dos Tempos, de André de Li, que
Valentim Fernandes traduziu e de que também
imprimiu uma edição em 1518.
A primeira edição impressa por Gaillard é
de 1521, tendo sido por ele reeditada mais
quatro vezes em 1528, 1543, 1552 e 1557. A
viúva de Galharde viria a imprimir, em 1563,
uma nova edição do Reportório dos Tempos,
de que existe um exemplar na Biblioteca
Geral da Universidade de Coimbra.
Germain Gaillard foi o primeiro impressor a
utilizar em Portugal tipos móveis musicais.
GALHARDO, ANTÓNIO RODRIGUES - Impressor
português que trabalhou a partir de
1761 e cuja actividade se estende ao século
XIX. Teve oficina tipográfica em Lisboa, na
rua de S. Bento, e depois mudou-se para a
esquina da rua de S. António. Em 1761
imprimiu a obra O Norte e Guia para o caminho
do céo, e definições moraes dos dez mandamentos
da lei de Deus... . No ano de 1799
imprimiu, entre outras obras, o Exame crítico
sobre a Memoria academica que o rev. P.
M. Fr. Joaquim de Sancto Agostinho offereceu
à R. Academia das Sciencias de Lisboa,
de FR. Francisco Robalo.
Entre 1764 e 1766, associado à Régia
Oficina Silviana, imprimiu a obra em seis
volumes A Mocidade, enganada, desenganada,
duello espiritual... do Pde. Manuel Consciência.
GANDARILLAS, MANUEL JOSÉ - Tipógrafo
chileno que em 1815 montou oficina
gráfica em Buenos Aires. Os tipos desta gráfica
eram de origem inglesa, pelo que os trabalhos
que imprimiu caracterizam-se pela
falta de acentos. Aqui se imprimiram os
primeiros números da Gaceta, órgão periódico
do Governo, cuja publicação cessou
quando começou a imprimir El censor, jornal
que criticava o Governo. Esta gráfica
também imprimiu o semanário político e
económico com o título La Prensa Argentina.
GARAMOND, CLAUDE - Gravador de
punções francês, nascido em Paris em 1500,
e que foi também impressor e editor. O seu
nome ficou famoso graças aos caracteres
que gravou em 1530-1531, inspirados nos
modelos de Francesco Griffo, que trabalhou
com o impressor veneziano Aldo Manuzio.
Os caracteres Garamond foram utilizados
pela primeira vez na composição de livros
religiosos que foram impressos na tipografia
de Claude Chevallon, em Paris.
Vários impressores e fundidores compraram
matrizes a Garamond, como, por exemplo,
Robert Estienne. Após a sua morte, ocorrida
em 1561, Guillaume Le Bé e André Wechsel
compram uma parte do material de Garamond.
Mas a maioria das matrizes é adquirida por
Cristophe Plantin de Antuérpia e por Jacques
Salton, fundidor de Frankfürt. No século XX os
caracteres Garamond foram redesenhados por
várias empresas europeias e norte-americanas
de fundição, sendo também utilizados pelas
principais empresas fabricantes de fotocomponedoras.
GARCÍA MORRÁS, DOMINGO - Impressor
madrileno do século XVII que trabalhou na
capital espanhola entre 1646 e 1683.
Imprimiu muitas obras, algumas das quais
de bastante interesse, como é o caso da
primeira parte das Comedias escogidas de
los mejores ingenios de España, de 1652,
Emblematum centum, de 1653, da autoria de
Juan de Solórzano Pereira, Obras de
Vergilio, em 1660, Navidades de Madrid y
noches entretenidas en ocho novelas, de
1663, da autoria de Mariana de Carvajal y
Saavedra, Metamorphoses de Ovidio, impressas
em 1664, Madridpatria verdadera
del diamante de la fe, del martillo de los
hereges, impressa em 1678, da autoria de
Cabrera Núñez de Guzmán.
Tinha o título de Impressor do Estado
Eclesiástico de Castela e Leão, para além de
outros. Em 1651 era Mayordomo de la
Hermandad de Impresores e em 1654 detinha
o cargo de Portero de Cadena de Su
Majestad.
GARNETT, PETER - Fundador da notável
Tipografia Laboratório, em 1923. Esta tipografia
tinha ligações com o curso de
impressão artística que Garnett dirigiu no
Instituto Carnegie de Tecnologia, de
Pittsburgo. A divisa desta tipografia era Nil
vulgare, nil pertriti, nil inepti que significa
nada de lugares comuns, nada de vulgar,
nada de ineptidão. O livro mais importante
saído desta tipografia foi uma alegoria de
Hildegarde Flanner intitulada That Endeth
Never, uma cuidada edição de cinquenta e
três exemplares.
GAST, MATIAS - Natural de Antuérpia, este
impressor trabalhou em Salamanca, por
conta própria, entre 1558 e 1577, sendo
considerado um dos mais importantes tipógrafos
da cidade na segunda metade do
século XVI, ao nível dos Junta ou dos
Portonariis, que foram seus contemporâneos.
Antes de se estabelecer em Salamanca foi
livreiro em Medina del Campo. Em Salamanca
também exerceu o comércio de
livros, actividade, aliás, que acumulará com
a de tipógrafo durante toda a sua vida.
Foi casado com Lucrecia filha de Junta, de
quem foi empregado. Após a morte de
Junta, associado a sua sogra, imprime sobre
o nome de “Herederos de Juan de Junta”.
Porém, a partir de 1558, Matias Gast
estabelece-se com oficina própria e começa
a imprimir em seu próprio nome.
A sua produção tipográfica foi grande e de
qualidade assinalável. Em 1558 imprime De
arte dicendi de Francisco Sánchez de las
Brozas. Em 1561, depois de uma estadia em
Antuérpia, imprime Escriptura original que
su magestad el Rey don Felippe el II dio a
don Francisco de Mendoça. Em 1562 dá à
estampa Arithmetica prática y especulativa,
de Juan Pérez de Moya, e de 1563 é a obra
da Summa de la doctrina christiana, de
Domingo de Soto. No ano de 1569 imprime
Alphabetum hebraicum de Martín Martinez
de Cantalapiedra, e em 1571 Libro aureo de
Marco Aurelio de Antonio Guevara. A sua
última impressão foi Adiciones al memorial
de la vida christiana de Luis de Granada,
impresso em 1577 e terminado pelos seus
herdeiros, ano em que também imprimiu e
musica libri septem de Francisco de Salinas.
Para além destes livros imprimiu muitos
textos litúrgicos e missais e breviários.
Faleceu nos primeiros dias do mês de
Outubro de 1577, deixando seis filhos, três
dos quais ainda menores. A sua oficina continuará
a trabalhar sobre o nome de
“Herederos de Matias Gast”.
A sua viúva, Lucrecia Junta, em nome dos
filhos menores, juntamente com os genros,
constituem então sociedade em 1578 e
prosseguem o negócio de impressão e de
livraria. Imprimem a partir daqui muitos
livros, boa parte deles da autoria de frei Luís
de Granada. A sociedade manteve-se até
1587 ano em que Cornelio Bonardo, um dos
seus genros, casado com a sua filha
Jerónima, começará a imprimir sozinho.
GAZINI DE PIEMONTE, NICOLAU -
Como o nome indica este impressor italiano
era natural do Piemonte e trabalhou em
Medina del Campo, em 1511, onde imprimiu
Valerio de las historias escolasticas, que
parece ter sido o seu único trabalho na
cidade. Em 1512 trabalha associado a Juan
de Villaquirán na cidade de Toledo. Algumas
vezes o colofão das obras que imprime contém
a menção “Nicolas Gazini ex pedemontium”,
outras vezes aparece apenas a
expressão “Nicolas de Piemonte”. Em conjunto
com o sócio imprime em Toledo, em
1512, Contemptus mundi e duas edições de
Syderati constructionis ars noviter, de Pedro
Torres. A partir de 1513 Villaquirán passa a
imprimir a sós e Nicolau Gazini vem para
Portugal Há porém um lapso de seis anos
entre 1513 e 1518, em que não se sabe o
que fez e por onde andou o impressor.
Gazini imprimiu em Lisboa, em conjunto
com Valentim Fernandes, e em Março de
1518 dá à estampa um manual de sacramentos
segundo o costume da santa igreja
de Coimbra, Manuale secundum consuetudinem
almae Colymbriensis acclesiae,
impresso com recurso a material tipográfico
do moravo.
GEDALIAH, JUDAH - Tipógrafo judeu
nascido em Lisboa onde trabalhou na oficina
de Eliezer Toledano até à expulsão dos
judeus em 1497. Depois foi para Salónica,
onde fundou a primeira tipografia na cidade
com o material que tinha trazido de Lisboa.
A sua oficina continuaria a laborar depois da
sua morte, dirigida pelos filhos.
GEMENI,THOMAS - Impressor e fundidor
de Londres, também conhecido por Thomas
Geminus, embora o seu verdadeiro apelido
fosse Lambrit ou Lambert. Nasceu em 1500
perto da cidade belga de Lille. Destacou-se
na impressão de mapas e cartas marítimas.
Os seus dois trabalhos mais importantes
são Compendiosa totius anatomiae dlineatio,
de 1545, e o mapa das ilhas britânicas
que imprimiu em 1555.
GERING, ULRICH - Impressor alemão que
trabalhou em Paris a partir de 1468, em
conjunto com Michael de Friburgo e Martin
Crantz. Na tipografia da Sorbonne imprimiu
em conjunto com os companheiros, mais de
vinte livros em tipo romano muito perfeito.
A sua primeira obra foi uma colecção de cartas
em latim da Gasparino Barzizi, editada
por Heynlin, talvez impressas em 1470.
A obra que se seguiu foi provavelmente a
Orthographia, também de Gasparino, publicada
em 1 de Janeiro de 1471.
Depois de desfeita a sociedade com Crantz e
Friburgo, Gering continuou a imprimir sozinho
em Paris, sem muito êxito, até ao seu
falecimento em 1510.
GHERLINC, JOÃO - Tipógrafo alemão cujo
nome também aparece com as seguintes
grafias: Gherlinch, Gherling, Guarlinch,
Garlinç, Garlinch, Garlin. Trabalhou em
Barcelona, ao que parece chamado por
Bartolomé de Nigro, comerciante de
Génova. Nos anos de 1487 e 1488 imprimiu
vários breviários para Génova. Terá também
trabalhado na Galiza e possivelmente em
França. Em 14 de Outubro de 1486,
Gherlinc constituía uma sociedade com o
comerciante genovês Jerónimo de Nigro
para a impressão de livros de fôrma em
Barcelona. Uma das principais obras
impressa por Gherlinc é a Grammatica, seu
libellus de efficiendis orationibus, de
Bartolomé Mates, impressa em Barcelona,
ao que se julga no ano de 1488. Em
Barcelona imprimiu ainda o Diurnale
Vicense, executado em 1489.
Depois de abandonar Barcelona deve ter
vindo para Portugal e trabalha em Braga em
1494, onde imprime o Breviarium Bracharense,
de que existe um exemplar na
Biblioteca Nacional de Lisboa e outro na
Câmara Municipal de Cantanhede. Sabemos
que Gherlinc imprimiu também em
Monterrey, Salamanca e talvez Orense.
Nesta segunda fase da sua actividade
imprimiu a Bulla indulgentiarum de
Inocêncio VII, que não tem indicações
tipográficas e de que se conhece um exemplar
na Hispanic Society of America, em
Nova York, Certificado de indulgências de
Inocêncio VII, em português, que também
não tem indicações tipográficas e de que se
conhecem dois exemplares à guarda da
Biblioteca da Universidade de Cambridge,
Breuiarium Auriense, impresso talvez em
Monterrey no ano de 1495, Manuale
Bracharense, de que se não conhecem actualmente
exemplares, impresso em
Monterrey em 1496, Breuiarium Auriense,
impresso em Salamanca em 1501, e de que
existe um exemplar na catedral de Toledo e
Certificado de confraternidade e indulgência
para os benfeitores da catedral de Orense,
impresso em 1503, sem indicação de lugar e
de que existem três exemplares guardados
nos Arquivos da Catedral de Orense.
Entre 1513 e 1521 aparece em Toulouse um
mestre Jean de Garlys ou de Guerlins,
impressor em casa de M. Mananti e que se
manteve em actividade até 1521. Não há a
certeza de ser o mesmo impressor que trabalhou
em Barcelona, Braga, Monterrey,
Orense e Salamanca, embora tal hipótese
não seja de afastar completamente.
GHOTAN, BARTHOLOMAEUS - Estabeleceu
a primeira oficina tipográfica na cidade de
Magdeburgo. Como muitos dos primeiros
impressores, Gothan foi clérigo julgando-se
que trabalhou com a ajuda do impressor
Lucas Brandis, cujos tipos utilizou. Em
1484 transferiu a sua actividade para
Lubeck.
GIL, JERÓNIMO - Gravador madrileno do
século XVIII que executou uma enorme
colecção de punções e matrizes de letras
para a Biblioteca Real.
GILL, ERIC - Arquitecto, xilógrafo e desenhador
de caracteres inglês que foi também
escultor e ensaísta. Nasceu em 1882 e faleceu
em 1940. É o criador dos caracteres
Gill, que apareceram em 1928. Os punções
dos seus primeiros caracteres foram gravados
em Paris por Charles Malin. Eric Gill
criou várias colecções de caracteres de que
se destacam o Gill Sans, o Perpetua e o
Felicity, contrapartida do Perpertua em itálico.
Os caracteres Perpetua de Eric Gill
foram difundidos pela Monotype Corporation.
É também o criador dos caracteres Joanna,
que surgiram em 1930 e também foram difundidos
pela Monotype Corporation.
Outros tipos criados por Gill foram o Golden,
o Cockered (1929), o Aries (1932), o
Buyan e o Jubilee (1934).
Eric Gill não foi só um criador de tipos, mas
também um estudioso da tipografia e da
legibilidade dos textos, tendo escrito um
Essay on Typography onde revela as suas
ideias sobre a arte negra.
GILLISS, WALTER - Tipógrafo americano
do século XX de reconhecido mérito.
Imprimiu e publicou as primeiras edições da
revista Vogue. A sua obra tipográfica mais
importante é a Iconography of Manhattan
Island, de Phelps Stokes.
GIMBERNAT, CARLOS - Foi o primeiro
espanhol que aprendeu e praticou o processo
de impressão litográfico. Tendo sido vice-reitor
do Real Gabinete de História Natural de
Madrid, aproveitou uma prolongada estadia em
Munique para aprender com Karl Senefelder,
irmão do inventor da litografia, a nova técnica.
Fruto dessa aprendizagem foi a publicação do
Manual del Soldado español en Alemania, editado
nesse país no ano de 1807 e que é o
primeiro livro espanhol com reproduções
litográficas e a primeira aplicação da litografia
à cartografia.
GINI, PIETRO - Italiano que estabeleceu
em Lisboa, na segunda década do século
XX, uma oficina de fundição de tipos.
Alguns anos depois adquiriu a maquinaria
da casa Corvaceira & Afonso, que havia sido
extinta, bem como as fundições privativas
da Casa Editora Lda., e do jornal O Mundo.
GINIOUX - Família de livreiros e impressores
que no século XVII trabalhavam em
Coimbra. Possivelmente José Ginoux
estabeleceu-se no Porto, na Rua das Flores,
onde, em 1762, era depositário da Gazeta
Literária que há data já era publicada em
Lisboa.
GIOLITI - Célebre familia de impressores
italianos, de Ferrara, que trabalharam no
negócio de impressão e de livreiros, de
forma ininterrupta, de 1483 a 1606, principalmente
em Trino e Ferrara. O primeiro
membro da familia chamava-se Bernardino
Stangnino. O segundo membro do clã foi
Giovanni il Vecvhio que introduziu a
tipografia em Trino em 1508 e se especializou
na impressão de livros jurídicos, tendo
trabalhado algum tempo associado ao editor
Gerardo de Zeis. Depois de 1531 trabalhou
numa oficina gráfica em Turim, talvez como
proprietário, em conjunto com Martin
Cravoto e Francesco Robi. Em 1536 por
causa da invasão francesa da cidade de
Turim vai para Veneza onde se mantém
muito activo até 1539. O membro mais
importante da familia foi Giovanni Gabriele,
conhecido por Gabriel, filho de Giovanni il
Vecchio.
GIOLITI, GABRIEL - Nascido no seio de
uma importante família de impressores e
editores venezianos, este impressor foi o
introdutor da impressão de motivos decorativos
nas páginas de rosto dos livros.
Grande parte dos seus livros foram impressos
em itálico e são reimpressões de
Ariosto, Boccaccio, Dante e Petraca.
Também imprimiu várias traduções para o
espanhol de autores clássicos. Faleceu em
1578.
GIUNTI (v. Junta) - Família de tipógrafos,
editores e mercadores de Florença. Filipe
Giunti, nascido em 1450, foi o primeiro
tipógrafo da família. A família Giunti foi
concorrente de Aldo Manuzio. Os Giunti
abriram oficinas gráficas e livrarias em
Roma, Veneza, Lyon, Londres, Salamanca,
Madrid e Burgos. Em Castela os Giunti
eram conhecidos por Junta, Junti e também
Iunta e Juncta, em Veneza por Zonta e em
Lyon por Junte. A obra editorial e tipográfica
dos Giunti desenvolveu-se de 1497 até ao
século XVI. A sua marca tipográfica era um
lírio florentino.
GLOVER, JOSE - Sacerdote inglês, de
Sutton, responsável pela montagem da
primeira tipografia no território que é hoje o
dos Estados Unidos da América, em 1639.
Glover não assistiu porém à instalação da
oficina, pois morreu no mar a caminho da
América. A primeira obra saída desta
tipografia foi o Freeman´s Oath, a que se
seguiu o Almanach for 1639, Calculated for
New England, de William Pierce.
Em 1640 foi impressa a primeira obra de
que conhecemos exemplares e que é geralmente
conhecida por Bay Psalme Book.
GNECO, AZEDO - Gravador da Casa da
Moeda que foi um dos fundadores do
Partido Socialista Português, no ano de
1875. Em Setembro de 1890 foi eleito presidente
da Liga das Artes Gráficas de Lisboa,
acumulando com a direcção da redacção do
jornal O Gráfico.
GODDARD, MARY KATHARINE - Famosa
impressora e encadernadora americana que
em 1777 imprimiu as cópias oficiais da
Declaração de Independência dos Estados
Unidos da América, autenticadas com as
assinaturas dos membros do Congresso,
tendo cada uma dessas cópias sido enviadas
para cada um dos trinta estados americanos.
Foi irmã de William Goddard tendo-lhe sucedido
à frente do Maryland Journal.
GODDARD, WILLIIAM - Figura importante
dos alvores das artes gráficas norte-americanas,
abriu casa gráfica em Baltimore no
ano de 1773, depois de ter trabalhado como
impressor em tipografias de Providência,
Rhode Island e Filadélfia.
Em 1774 passou a gerência da gráfica de
Baltimore para sua irmã Mary Katharine e
dedicou-se à criação de um novo sistema
postal que substituísse o ineficiente sistema
de correio colonial.
GODFRAY, THOMAS - Impressor londrino
que é considerado o primeiro em Inglaterra
a ter recebido um privilégio para a impressão
exclusiva de um livro. Este era The
history of king Boccus. O seu único trabalho
de impressão que se encontra datado é a
primeira edição completa das obras do
famoso poeta inglês Chaucer, editada por
William Thynne, e que foi publicada em
1532.
GOES, MATHIAS VAN der - Tipógrafo que
imprimiu o primeiro livro em Antuérpia em
1481.
GOESCHEN, GEORG JOACHIM - Impressor
e editor estabelecido em Leipzig nos
finais do século XVIII e princípios do século
XIX. Foi editor de Schiller, Goethe (Obras
Completas), que imprimiu e editou entre
1787 e 1791), e Wieland (Obras Completas),
em 42 volumes, que imprimiu entre 1794 e
1802).
GÓMEZ, ALONSO - Primeiro impressor
que se instala em Madrid, no ano de 1566,
associado com Pierres Cosin. A parceria
continuaria em 1567, embora Gómez também
imprima sozinho e usando o título de
Impressor do Rei. Também foi livreiro
durante toda a sua vida, tendo actuado, pelo
menos algumas vezes, como editor.
Para além das obras que imprimiu em conjunto
com Cosin, as primeiras impressas na
capital espanhola, executou a tiragem da
Primera parte de las diferencias de libros que
hay en el mundo, de Alejo Vanegas, de 1569,
Summa de casos de consciencia de Juan de
Pedraza, impressa no mesmo ano, Las obras
de Garcilaso de la Veja, em 1570,
Pragmatica sibre el precio del pan, em 1571,
Arte de escribir, de 1577, Index et catalogous
librorum prohibitorum, de 1583, entre
outras obras.
Tinha oficina na Rua de Santiago, embora
em 1578 tenha trabalhado no Mosteiro de
Atocha. Terá trabalhado em Valladolid e em
Toledo mas não são conhecidas obras por
ele impressas nessas cidades. Faleceu em
1584, tendo a sua viúva Maria Ruiz continuado
com a gráfica durante alguns anos.
GONÇALVES, ANTÓNIO - Impressor português
do século XVI que imprimiu a 1ª
edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões,
no ano de 1572. Entre as obras que imprimiu
pode também destacar-se Rosto da
Historia da provincia de Sãcta Cruz, impresso
em Lisboa em 1576. Foi contemporâneo
de Antonio Mariz e João Álvares. Foi o organizador
da tipografia do Mosteiro de Santa
Cruz em Coimbra.
GORCHS, CEFERI - Criador de tipos que
em 1880 desenhou e fundiu para uma edição
da novela D.Quijote, o tipo conhecido por
Bastarda Española, inspirado na caligrafia
de Cervantes.
GOTARD, HUBERT - Impressor e fundidor
de caracteres saboiano, natural de Rumily,
que trabalhou em Barcelona a partir de
1581, tendo começado por imprimir a
Gramática de Nebrija e a Vida del ilustrissimo
señor Octavio Gonzaga, de Francesco da
Correggio. Associado a Jaume Cendrat,
imprime três obras entre 1582 e 1584. O
seu último trabalho de impressão deve ser
do ano de 1590, tendo a sua viúva continuado
o negócio, até porque voltou a casar com
outro impressor, Sebastian de Cornellas,
que tomou a seu cargo a oficina impressora.
Gotard imprimiu obras de Erasmo, a
Tercera parte del libro de la oráción, de
Andrés Capilla, em 1587, o Libro de conversion
de la Madalena, de Pedro Malón de
Chaide, em 1588, Summa de casos de consciencia,
de Juan de Pedraza, também
impresso em 1588, e muitas outras obras.
GOUDY, FREDERIC WILLIAM - Desenhador
de letras norte-americano que
nasceu em 1865 em Bloomington no Estado
do Illinois e morreu em 1947. Em associação
com sua mulher Bertha e com Will
Ranson, montou uma tipografia com o nome
de Village Press, em Chicago. Já antes abrira,
em 1895, a Tipografia Booklet Em 1908
muda a gráfica para Nova York e em 1912
funda, ao lado da Village Press, a Village
Typefoundry. Mas é a partir de 1921 que
realmente desenvolve a sua actividade de
desenhador, gravador de matrizes e fundidor
de caracteres. Para isso muito contribui
o facto de ter sido nomeado director artístico
da Lanston Monotype Cª., o que lhe permite
fundir os seus caracteres nas suas máquinas
da empresa.
Goudy gravou sessenta alfabetos, alguns dos
quais ganharam reconhecida notoriedade. É
o caso do goudy bold, do goudy extra bold,
do goudy black, do goudy outline, do goudy
heavy e do goudy heavy condensed. Criou
ainda o Copperplate Gothic que foi desenhado
para a Marder Luse Company em
1905 e que teve grande êxito e imediato
sucesso, sendo considerado um dos seus
melhores tipos, embora seja um tipo só de
maiúsculas. É também o criador do
Kennerley Old Style que está muito próximo
dos tipos clássicos romanos usados pelos
primeiros impressores em Veneza. Este tipo
foi desenhado em 1911 para uma luxuosa
edição de dez novelas de H. G. Wells, publicadas
por Mitchel Kennerley. O seu último
tipo de letra foi desenhado seguindo o estilo
antigo para a Universidade da Califórnia,
entre 1937 e 1938 mas viria a ser só comercializado
em 1959 pela Lanston Company.
Foi professor de Dwiggins e Oswald Cooper.
Escreveu cerca de seis dezenas de livros dos
quais se destacam The Alphabet, A Half-century
of Type Design and Typofraphy,
Tipologia, Studies in Type Design and Type
Making.
GOYTIA, JOSÉ MARIA - Fundador da primeira
oficina gráfica no Panamá, instalada
em 1820.
GRANDJEAN, PHILIPPE - Célebre gravador
de punções que nasceu em 1666 e
faleceu em 1714. É o criador dos famosos
tipos roman du roi, mandados gravar por
Jean Anisson. Os caracteres gravados por
Grandjean serão utilizados pela primeira vez
em 1702, em Paris. Os caracteres gravados
por Grandjean romperam com a tradição
dos caracteres criados por Jenson, Griffo e
Garamond e abriram caminho à utilização
de caracteres muito diferentes, nomeadamente
aos criados por Didot e Bodoni, em
que existe um contraste muito mais acentuado
entre caracteres grossos e finos.
GRANJON, ROBERT - Contemporâneo de
Claude Garamond, gravador de punções e
fabricante de matrizes em Lyon onde trabalhou
entre 1557 e 1562. Foi também impressor
e editor. Trabalhou em Paris e em Roma,
entre 1578 e 1589, onde foi convidado pelo
papa Gregório XIII para fazer os tipos para
a Typographia Vaticana, fundada em 1559 e
que foi reorganizada em 1587 pelo papa
Sixto V. Granjon é especialmente conhecido
por ter criado um tipo cursivo apelidado de
civilité e pelos seus tipos românicos e itálicos
que foram largamente usados em toda a
Europa. Teve uma longa relação com Plantin
em Antuérpia tendo os seus tipos civilité, e
os gregos e siríacos, sido usados na Bíblia
Poliglota.
GRASSET, EUGÉNE - Artista suíço, nascido
em 1844, em Lausanne, e naturalizado
francês. Viveu em Paris onde morreu em
1917. Desenhou numerosas capas para
livros, nomeadamente para a editora
Larousse. A ele também se devem muitos
cartazes. Escreveu o Método de composição
ornamental. Criou o caracter tipográfico
conhecido por grasset que foi fundido pela
fundição de Gustave Peignot e Filhos.
GRAVELOT, HUBERT - Artista francês,
ilustrador de livros, um dos melhores do século
XVIII. Gravelot é conhecido pelas gravuras que
compôs para a obra Contes Moraux, de
Marmontel, impressa em Paris no ano de 1765.
GREEN, SAMUEL - Substituto dos Day à
frente da oficina americana que havia sido
criada por Jose Glover e sua viúva, Samuel
Green não tinha prática de impressor, mas
alguns anos depois era já um gráfico notável
.O primeiro livro que ostenta o seu nome no
colofão é A Platform of Church Discipline.
Samuel Green imprimiu muitos livros em
terras norte-americanas, pelo menos até
1692, ano em que o seu nome aparece pela
última vez num pé de imprensa. Em 1691,
Samuel Green que para além de imprimir
em Boston também imprimiu em Cambridge,
deu sociedade ao filho Bartholomew
Green. O nome dos dois impressores
aparece em 1692 no livro Ornaments for the
Daughters of Zion.
GREYFF, MlCHEL - Impressor alemão que
estabeleceu a sua primeira oficina gráfica
em Reutlingen em finais de 1476. Em 1489
imprimiu um livro sobre bruxas Von den
Unholden oder Hexen de Ulricus Molitoris.
GRIFFO, FRANCESCO - Gravador, provavelmente
antigo ourives, natural de
Bolonha, também conhecido por Francesco
de Bolonha, que criou para Aldo Manutio,
em 1501, um novo tipo de caracteres que
viriam a ser denominados de itálicos,
aldinos ou grifos. Estes caracteres apareceram
pela primeira vez na famosa colecção de
bolso de formato in 8º, editada por Aldo e
que se destinava a tornar populares as obras
dos clássicos latinos e dos poetas italianos.
Em 1516 abriu a sua própria tipografia em
Bolonha.
GRIJS, PAWEL - Considerado o primeiro
impressor sueco, imprimiu a partir de 1510,
sobretudo obras de carácter religioso.
GRIS, LUÍS HENRY - Tipógrafo que nasceu
em Lisboa em 19 de Julho de 1910, filho de
uma família com grandes tradições nas artes
gráficas. Seu avô já trabalhara na arte desde
os 14 anos em gravura de talhe doce e aos
17 anos já era oficial da especialidade.
Luís Henry Gris começou como aprendiz de
compositor em 1924 na antiga Papelaria
Correia e Raposo na Rua do Ouro em
Lisboa. Aos 21 anos era já chefe da oficina,
cargo que desempenhou até a empresa
deixar de ter actividade. Desejoso de montar
oficina tipográfica própria, viria a criar no
bairro das Colónias, em Lisboa, a Tipografia
Colonial. Como progredir era o seu lema,
funda anos depois a Tipografia Henry Gris
& Rodrigues Lda, que mais tarde adoptaria
o nome de Tipografia Henry Gris, Lda,
instalada na Avenida João Crisóstomo, 2-A
bem junto ás traseiras do edifício do
Instituto Superior Técnico, na Lisboa moderna.
A tipografia Henry Gris era uma das pequenas
casas gráficas mais conceituadas de
Lisboa pela perfeição do seu trabalho. Luís
Henry Gris foi fornecedor desde 1932, e
durante mais de cinquenta anos, de todos os
impressos da Presidência da República
Portuguesa, o que ilustra bem a elevada
qualidade dos trabalhos gráficos que executava.
Em 10 de Junho de 1985, o Presidente
da República condecorou-o com a Ordem de
Mérito Industrial no grau de Oficial. Fez
parte dos órgãos sociais do Grémio dos
Tipógrafos e da Associação Portuguesa das
Indústrias Gráficas e Transformadoras do
Papel.
GRYPHE, SÉBASTIEN - Tido por um dos
mais activos impressores humanistas, grande
vulgarizador das edições de Aldo Manúcio,
reuniu à sua volta alguns dos mais ilustres pensadores
da época como Rabelais, Clement
Marot, os Scève, Alciat, Sadolet e Barthélémy
Aneau. Faleceu em 1556.
GRUENINGER, JOHANN - Impressor de
incunábulos em Estrasburgo, mas que já
antes havia impresso em Basileia, começou
a trabalhar naquela cidade renana em 1482.
Imprimiu mais de uma centena de obras em
latim e alemão sobre teologia, liturgia, ciências
e literatura.
GUASP - Família de impressores que trabalhou
em Espanha desde o último quariel do
século XVI até aos primeiros anos do século
XX. Terá sido Gabriel Guasp o fundador da
família, activo entre 1574 e 1634. Podem,
porém, ter existido dois impressores com o
mesmo nome de Gabriel Guasp, que podem
ter sido tio e sobrinho, pois que existem
impressos de 1593 e 1597 que ostentam no
colofão a menção Herederos de Gabriel
Guasp. O primeiro dos Guasp teve oficina
perto da praça de Cort, ou da Curia, em
Palma de Mallorca.
A primeira impressão com o nome de
Gabriel Guasp é Sintaxis nova etymologias
novae respondens, de Juan Berard, do ano
de 1538. Embora a sua produção fosse
escassa, imprimiu depois deste ano mais
algumas obras como o Tratado de reducción
de reales castellanos en monedas de diversos
reinos, de Melchor Garcia, do ano de 1589,
ou El destrozo y robo hecho a una Nao
Regusea, de Hernando de la Cárcel, impressa
em 1591.
Outro Guasp que trabalhou em Palma de
Mallorca, entre 1598 e 1633, foi Gabriel
Guasp Miquel, filho de Jaime Guasp e de
Apolonia Miquel, irmão de Pedro e Antonio,
também tipógrafos. Ainda em Palma de
Mallorca trabalham como tipógrafos
Melchor Guasp Oliver, entre 1688 e 1713, e
Pedro Guap Oliver, entre 1654 e 1668.
GUEDES, ALFREDO - Aguarelista de mérito,
findador da Litografia de Portugal, juntamente
com José Pinto da Silva, Rogério
Moniz, e José Rufino Peres, uma das principais
litografias portuguesas, situada no ano
da fundação, em 1893, no Bairro Alto, na
Rua da Rosa nº 309 a 315, em Lisboa. Foi
gerente técnico da Litografia de Portugal.
GUILLARD, CHARLOTTE - Considerada a
primeira mulher impressora famosa, foi
viúva de dois tipógrafos, Berthold Rembolt e
Claude Chevallon.
Dirigiu em Paris a sua oficina que tinha a
divisa sub solé aureo. Segundo o seu próprio
depoimento, trabalhou nas artes gráficas
durante cinquenta e quatro anos, tendo
impresso obras de valor tipográfico até ao
ano de 1556, altura do seu falecimento.
GUIMARÃES, ANTÓNIO ÁLVARES RIBEIROIniciador
da mais importante família de
impressores e livreiros portuenses no século
XVIII, era natural de Caldas de Vizela,
tendo casado no Porto em Outubro de 1758.
Foi pai do importante tipógrafo do Porto,
António Álvares Ribeiro com o qual é por
vezes confundido. Desenvolveu a sua actividade
no Porto a partir de 1749 até ao ano da
sua morte em 1774.
GUIMARÃES, SIMÃO da SILVA - Artista
gravador portuense que fundou em 1907 a
oficina de gravuras fotomecânicas hoje conhecida
por Simão Guimarães, Filhos, Lda,
uma das casas mais reputadas do país neste
tipo de trabalhos. Faleceu em 1931 e após a
sua morte a denominação social da empresa
passou a ser a de Simão Guimarães,
Sucessores, sendo constituída pela sua
viúva e filhos. Em 1947 passou a designarse
pelo nome que ainda hoje tem.
GUTENBERG JOHANNES GENSFLEISCHConsiderado
o inventor da imprensa de
tipos móveis ou tipografia, ou pelo menos o
seu reinventor na Europa, a sua vida ainda
hoje não é inteiramente conhecida. O apelido
Gutenberg veio do nome do vinho da casa
da sua família. Nasceu em Mogúncia, hoje
Mainz, centro comercial com alguma importância,
provavelmente na última década
do século XIV, no seio de uma família de
ourives, profissão que também abraçou. Na
terceira década do século, deslocou-se para
Estrasburgo onde tentou aperfeiçoar as técnicas
que já vinha desenvolvendo de repro-
dução de livros de forma mecânica. Em
1445, tendo voltado a Mogúncia, continuou
com as suas tentativas para imprimir a
Bíblia, mas, faltando-lhe os meios para
prosseguir as suas experiências, associou-se
a Johann Fust, homem de dinheiro, que
segundo alguns estudiosos era banqueiro,
segundo outros era ourives e que lhe terá
emprestado 800 ducados exigindo-lhe em
troca participação nos lucros da empresa
que então formaram e a que puseram o
nome de Das Werk der Buchei, que significa
Fábrica de Livros.
A sociedade ganhou, pouco tempo depois,
um novo sócio, Peter Schöeffer. Terá sido
este que descobriu o modo de fundir e fabricar
os caracteres, aliando o chumbo ao
antimónio. E foi na oficina gráfica por eles
criada que acabou de se imprimir em 1456 a
chamada Bíblia de Gutenberg, de Mazarino,
ou de 42 linhas, considerada geralmente o
primeiro livro impresso, e que deve ter sido
iniciada um par de anos antes.
Fust exigiu a Gutenberg a devolução do
empréstimo e este, depois de peripécias nos
tribunais, perdeu a causa e teve que lhe
entregar a oficina com grande parte do
equipamento, segundo se depreende de um
documento notarial redigido por Ulrich
Helmasperger em 1455. Gutenberg deve ter
continuado a imprimir com a ajuda de outros
sócios e com o material tipográfico com
que conseguiu ficar. Pouco antes de morrer
a 3 de Fevereiro de 1468, cego ou com a
vista muito doente ou debilitada, recebia
uma pensão do Arcebispo de Mogúncia, que
também lhe concedeu o título de homem
bom da corte. Gutenberg foi sepultado na
igreja dos Padres Franciscanos de Mainz,
destruída em 1793 por um bombardeamento
dos franceses.A Bíblia impressa por
Gutenberg e acabada por Fust, é constituída
por dois volumes com 1284 folhas de grande
formato, a duas colunas cada uma, com 42
linhas em todos os exemplares a partir da
página onze, pois em alguns livros as nove
primeiras páginas só têm 40 linhas e 41 linhas
a página 10.
A letra utilizada é gótica, tendo sido impressos
150 exemplares em papel e 35 em
pergaminho.
Atribui-se a Gutenberg, embora sem provas
irrefutáveis, a impressão do Catholicon, de
Balbo, gramática e vocabulário latinos,
escrito no século XIII, e que foi impresso
em Mogúncia no ano de 1460.
Também se lhe atribui a impressão de uma
Bíblia de 36 linhas, em três volumes, possivelmente
impressa em Bamberg no ano de
1458.
GUTHERIE, JAMES - Fundador da famosa
Tipografia de Pear Tree, criada em 1899.
Depois de 1907, Gutherie trabalhou na sua
oficina de Bognor, em Sussex, na Inglaterra.
É famosa a beleza dos livros da tipografia de
Pear Tree, devido em grande parte às decorações
e ilustrações que têm reproduzidas.
GUYOT, FRANÇOIS - Francês gravador de
punções e abridor de matrizes, residente em
Antuérpia, que foi responsável pelos fundos
tipográficos de Plantin. Os seus caracteres
foram vendidos a impressores londrinos
pelo seu filho Gabriel, tendo sido utilizados
na Grã-Bretanha até 1700. Os seus caracteres
foram utilizados em toda a Europa,
com excepção da França, na Índia (Goa) e
no Japão, para onde foram levados pelos
portugueses, especialmente pelos missionários
jesuítas.
François Guyot faleceu em 1572 e logo
Plantin o substituiu pelo gravador Hendrik
van Keere que, segundo algumas opiniões,
era superior a Guyot.
Um dos seus filhos, Gabriel, também fundidor
de tipo, trabalhou em Inglaterra de
1576 a 1558, tendo mais tarde também tido
actividade em Roterdão.
GYMNICH - Familia de impressores alemães
de Colónia que imprimiu durante o
século XVI. O primeiro membro da familia
foi Johann Gymnich I que trabalhou em
Colónia de 1520 até 1544. Seguiu-se-lhe seu
filho Martin que imprimiu entre 1542 e
1551, e outro seu filho, Johann II que trabalhou
com o prelo de 1550 até 1556.
O filho de Martin, Johann, imprimiu de
1572 a 1596. Tal como os Gymnich, os
Birckmann estabeleceram uma sucursal da
sua casa impressória em Antuérpia.
HAAS - Família de fundidores de tipos de
Basle. Aqui Johann Wilhelm adquiriu uma
fundição fundada por Jean Exertier e que
depois havia pertencido a Genath. O seu
filho Wilhem tomou conta do negócio em
1764 e em 1770 comprou nova fundição que
juntou a esta. Em 1772 inventou um prelo
metálico que representou um avanço grande
no campo da impressão tipográfica.
HABRE, CHARLES - Impressor francês que
imprimiu em 1723 o primeiro impresso realizado
em Cuba que ostenta o nome do
impressor. Trata-se da Tarifa general de precios
de las medicinas simples y compuestas,
galénicas y chimicas, antiguas y modernas
que se han de vender en las Boticas para el
bueno uso de la Medicina.
HALLER, JOHANNE - Editor, livreiro e
fundador da primeira tipografia estável em
Cracóvia, tinha sido antes negociante de vinhos
e animais. Da sua tipografia, fundada
nos primeiros anos de 1500, saíram uma
série de livros em latim e em polaco. A sua
obra mais conhecida é o Missal de Cracóvia.
HAN, ULDERICO - Alemão que em 1476
exercia em Roma o ofício de impressor com
a protecção do cardeal espanhol Torquemada.
O seu nome de origem é Ulrich Han.
No ano de 1476 imprimiu Meditatones de
Vita Cristi, da autoria do cardeal. A obra
contém trinta e uma gravuras e é considerado
o primeiro livro com gravuras impresso
fora da Alemanha. Ulderico publicou cerca
de oitenta obras das quais se destaca um
Missale Romanum, considerado o primeiro
livro impresso que contém notas musicais
impressas. Imprimiu também a Compendiosa
Historia Hispaniae de Sánchez de
Arévalo e Expositio super Psalterio de Juan
de Torquemada, numa altura em que este já
tinha falecido há dois anos. Imprimiu ainda
em 1471 Scrutinium Scripturarum de Pablo
de Santa Maria.
HANAU, BERTHOLD RUPPEL de - Impressor
que se estabeleceu em Basileia
pouco depois da abertura da Universidade,
em 1460. Trabalhou com Gutenberg em
Mainz. Para além de bíblias imprimiu os
famosos comentários aos Evangelhos de
S. Gregório, Moralia in Job, o primeiro livro
que continha uma errata.
HANSARD, LUKE - Impressor inglês da
Câmara dos Comuns que fez a sua aprendizagem
em Norwich e foi empregado de
Hughs, na altura impressor da Câmara, e
seu sócio a partir de 1774. Imprimiu até à
sua morte, ocorrida em 1825, os Parliamentary
Journals. Sucederam-lhe os seus
filhos James e Luke.
HAULTIN, PIERRE - Gravador e fundidor
de tipos francês que a partir de 1558 trabalhou
com Paulo Manúcio quando este foi
solicitado para criar uma tipografia no
Vaticano. Haultin, juntamente com Granjon,
tem o mérito de no decurso da segunda
metade do século XVI ter feito dos caracteres
itálicos aquilo que hoje são, quer no
que respeita à forma quer no que concerne
ao seu emprego. Assim retirou aos antigos
caracteres itálicos o que neles havia de caligráfico,
deu às maiúsculas a mesma inclinação
das letras minúsculas, pois que até
então aquelas eram direitas, normalizou o
espacejamento e resolveu numerosos problemas
técnicos relativos à sua fundição.
HAUY, VALENTIN - Impressor do primeiro
livro em braille, produzido em França em
1784.
HEREMBERCK, JACQUES - Impressor
alemão também conhecido por Jacobus de
Herrenberg, que esteva estabelecido com
oficina gráfica em Lyon por volta de 1488.
Nesse ano imprimiu em associação com
Michel Topié, uma tradução e adaptação
ilustrada da Peregrinatio in terram Santam.
Em 1490, com o mesmo parceiro, imprimiu
Le Recueil des histoires troyennes.
HESS, ANDREAS - Tipógrafo considerado o
introdutor da tipografia na Hungria, em
Budapeste, no ano de 1473. Antes tinha trabalhado
em Roma onde provavelmente
aprendeu a imprimir com Lauer. Das poucas
obras que imprimiu destaca-se as Crónicas
dos Húngaros de 1473, também conhecida
por Chronicon Budense. Imprimiu também
De legendis poetis de S. Basilio Magno, após
o que nada mais dele se conhece.
HEYNLIN, JOHANN - Alemão que foi
reitor e bibliotecário da Universidade de
Paris que, juntamente com Guillaume
Fichet, é considerado o introdutor da tipografia
em França. Heynlin veio da Alemanha
para Paris em 1459 mas alguns anos depois,
em 1463, partiu para Basileia para continuar
os seus estudos universitários.
Na Suíça tomou contacto com a tipografia
através de alguns impressores que ali trabalhavam,
nomeadamente em Basileia. Ao
regressar a Paris em 1468 associou-se a
Fichet e ambos montaram uma tipografia
para servir os alunos da Sorbonne.
HIDALGO, CLEMENTE - Impressor que
trabalhou em Sevilha entre 1598 e 1615, e
em Cádiz em 1610. Em Sevilha estava instalado
na rua de la Plata. É considerado um
dos mais importantes impressores sevilhanos
da sua época sendo responsável por
uma numerosa produção. A sua primeira
produção impressa é o Comentariorum in
Job, de Juan de Pineda, executado em 1598.
De 1599 é a Segunda proposicion... a la
Ciudad de Sevilla en que se ponen algunas
advertencias..., e de 1601 é o Libro de las
alabanzas y excelencias de la gloriosa Santa
Anna da autoria de Valentina Pinelo.
Imprimiu em Sevilha muitas outras obras e
em Cádiz, em 1610, Grandezas y antiguedades
de la isla y ciudad de Cádiz de
Juan Suárez de Salazar, Explicación de el
hymno ..., de Pedro de Abreu. Deve ter falecido
em 1620 ou 1621.
HOCHFEDER, CASPAR - Considerado o
introdutor da imprensa de tipos móveis na
Polónia, em Cracóvia, no ano de 1475.
HOERNEN, ARNOLD THER - Segundo impressor
na cidade de Colónia onde aprendeu
com, Ulrich Zell, antes de começar a
trabalhar sozinho em 1470. Ficou famoso
por ter sido o primeiro a imprimir numeração
árabe na obra Sermo in festo..., de 1470.
Foi também um dos primeiros a imprimir
ilustrações. Imprimiu vários trabalhos de S.
Tomás de Aquino e de autores latinos clássicos.
HOLBEIN, HANS - Gravador, um dos maiores
da escola alemã, chamado o mestre de
Bâle, nasceu em 1490 e faleceu em 1543.
Também foi pintor, arte onde alcançou
ainda mais fama do que como gravador.
HOLIE, LIENHARD - Famoso fundidor alemão
de caracteres, conhecido pela perfeição
e sentido artistico dos seus tipos romanos.
HONGRE, PIERRE - Tipógrafo que trabalhou
em Lyon em 1482 junto de Mathieu
Husz na reimpressão da obra Légende dorée.
Após um lapso de tempo em que se não sabe
onde esteve e o que fez, reaparece em Lyon
e em 1500 imprime com grande qualidade o
Missel de Lyon que rivaliza com o impresso
por Ioannes Neumeister.
HOOGHE, ROMEYN de - Renomado ilustrador
de livros holandês do século XVII que
ilustrou um grande número de livros entre
os quais alguns comemorativos. Ilustrou
Advis fidélle aux véritables hollandois, de
Abraham de Wicqquefort, impresso em
1673, e Spiegel om wel te sterven, de La
Vigne, livros que inserem alguns das seus
desenhos mais conhecidos. Também são de
referir as ilustrações que fez em dois livros
comemorativos, a entrada em Haia do rei
inglês Guilherme III e os funerais da rainha
inglesa Maria II.
HOPYL, WOLFGANG - Célebre impressor
parisiense dos anos de 1500 que imprimiu
numerosos livros escolares e religiosos. De
acordo com o inventário da sua oficina feito
após a sua morte, em 1523, tinha cinco prelos,
uma dezena de fontes em bom estado e
muito completas, uma quantidade importante
de punções e sobretudo de matrizes,
vinhetas, letras capitulares ornamentadas e
gravuras em madeira.
HURUS, HANS - Irmão de Paulo Hurus,
este impressor de origem alemã trabalhou
em Saragoça entre 1488 e 1491 sendo também
conhecido por Juan Hurus. A sua
actividade tornou-se conhecida no período
em que substitui o irmão quando este se
ausentou de Saragoça. Em 1488 imprimiu o
Missale Oscense e, possivelmente, em
1487/88 o Sumario de Astrologia ou
Lunarium... de Bernat de Granollach.
Em 1489 imprime as Fábulas de Esopo e em
1490 as Ordenanzas reales de Alfonso Diaz
de Montalvo, bem como o Grammaticale
compemdium de D. Siso. Em 1491 Juan
Hurus imprime Os Proverbios de Séneca,
sendo este o último ano da sua actividade.
HURUS, PAULO - Também conhecido por
Pablo de Constanza, trabalhou em Barcelona
em 1475 e em Saragoça pelo menos
entre 1477 e 1499. É um dos tipógrafos que
trabalhou em Espanha que mais obras de
qualidade ali imprimiu. Para além de tipógrafo
foi também homem de negócios e literato,
tendo estudado na Universidade de
Basileia. Chegou a Espanha vindo de
Constância e instala-se em Valência não se
conhecendo obras por ele impressas nesta
cidade. Em Barcelona, no ano de 1475,
associado com Juan de Salzburgo, imprime
Rudimenta grammatices de N. Perottus, o
primeiro livro que contém de forma expressa
que foi impresso na cidade e que tem
colofão com indicação do nome dos impressores.
Naquele mesmo ano Paulo Hurus terá
impresso outros livros em Barcelona, embora
estes não contenham indicação de quem
foi o impressor, como Opera de Salustio,
Bellorum Romanorum libri duo de Lucius
Aunaeus Floro, Orationes in Catilinan de
Cícero e De epidemia et peste de Vasco de
Taranta de que se não conhecem exemplares.
Hurus trabalhou depois em Saragoça, talvez
a partir de 1476, tendo naquele ano assinado
contrato com Botel para imprimir Fori
Regni Araginum. Entre 1478 e 1481 não se
conhecem trabalhos por ele impressos.
Julga-se que nesse período Paulo Hurus
dedicou-se a outros negócios e realizou viagens
relacionadas com as suas actividades
na empresa de Ravensgurg. Nesse período
terá também adquirido material tipográfico
que depois virá a usar na impressão de outras
obras. Em 1481, em sociedade com
Juan Plank, imprimiu Descriptio obsidionis
Rhodiae urbis de Caoursin, e Psalterium
Latinum. Em 1482 imprime ysopete historiado,
as Fábulas de Esopo, e Expositio super
toto Psalterio do cardeal Torquemada.
Entre 1483 e parte de 1484 Paulo Hurus faz
novo interregno na sua actividade impressória,
viajando fora de Espanha. A partir de
1485 Hurus regressa ao trabalho tipográfico
e naquele ano imprime sozinho o Missale
Caesaraugustanum, considerado uma das
suas obras primas de impressão. Paulo
Hurus prossegue então a sua actividade até
1499, ano da sua última impressão, realizando
obras tipográficas de grande qualidade
com numerosas gravuras. São sobretudo
obras religiosas que são feitas nos seus
prelos, embora também imprima textos
clássicos gregos e latinos. De André de Li
imprime Suma de paciencia, Tesoro de la
pasión e Repertorio de los tiempos. Também
imprimiu Das mulheres ilustres, de
Boccaccio, em 1494, e Viagem à Terra Santa
de Breydenbach, obras em que terá utilizado
material tipográfico do alemão Koberger,
nomeadamente gravuras.
Em 1498 Paulo Hurus relaciona-se contratualmente
com o seu sobrinho Lope
Appentegger, com Georg Koch (Jorge Coci)
e com Leonardo Hutz, para a feitura da obra
Breviarium Hieronymitanum cuja impressão
é terminada em 1499. Neste mesmo ano
imprime a sua última obra, Crónica de
Aragón de Vagad, e a sua oficina passa a
pertencer a Appentegger, Coci e Hutz. Ao
que se julga Hurus abandonou Espanha e
vai para Constanza onde vive entre 1500 e
1510, sabendo-se pouco da sua vida posterior.
Porém, em 1537 um tal Pablo Hurus
comprou parte da tipografia de Coci não se
sabendo se este Pablo é o mesmo Paulo
Hurus que a havia vendido a Coci. Alguns
investigadores falam de um segundo Paulo
Hurus, mas outros consideram tratar-se da
mesma pessoa e assinalam o ano de 1539
como o ano da sua morte.
Segundo o escritor Aquilino Ribeiro, Rodrigo
Álvares, considerado o primeiro impressor
português, teria aprendido a arte
tipográfica com Paulo Hurus em Saragoça.
Contudo, Artur Anselmo considera esta
hipótese de fantasista.
HUSZ, MARTIN - Impressor de Lyon que
começou a trabalhar de parceria com Jean
Syber em 1478, e depois trabalhou sozinho.
A sua fama advém-lhe de ter impresso o
Mirouer de la Rédemption de lumain lignaise,
o primeiro livro francês ilustrado com
gravuras em madeira que lhe tinham sido
emprestadas por Bernard Richel de Bâle, e
que está datado de 28 de Agosto de 1478.
Deve ter falecido no final do ano de 1481.
HUSZ, MATHIEU - Filho de Martin Husz,
sucedeu a seu pai no negócio de tipografia.
Em 1482 reimprimiu o Mirouer de la
Rédemption e, no mesmo ano, imprime
Propriétaire des choses. Depois associou-se
a Pierre Hongre para executar a impressão
da Légende dorée en français, e com Jean
Schbeler, com quem imprimiu o livre de la
ruyne des nobles Hommes et Femmes e as
Fables d’Esope. Em 1484 trabalha de novo
sozinho e imprime em 1486 a Destruction de
Troye la Grant, e depois a Legenda aurea,
com muitas ilustrações. Imprimiu e publicou
ainda numerosos romances de cavalaria
como L’Istoire de Pierre de Provence et de la
belle Maguelonne e, em 1499, Danse macabre
des Hommes et des Femmes, livro que é
considerado importante para a história da
tipografia porque, pela primeira vez e única
no século XV, nos mostra a imagem de uma
oficina tipográfica daqueles tempos e que
provavelmente era a do próprio Mathieu
Husz.
HUTZ, LEONARDO - Tipógrafo também
conhecido por Leonardo Alemão que, como
o nome indica, era de origem germânica
tendo trabalhado em Espanha a partir de
1491. Começa por trabalhar em Valência
associado com Hagenbach aí imprimindo
Historia de la Passió de Nosso Senhor Jesu
Christi en cobles, de Bernat Fenollar, Furs
nous del regne de Valencia e capitols Opus
grammaticae e Lo quart del Cartaxá de
Ludolfo da Saxónia, estas últimas duas
obras impressas em 1495, ano em que deve
ter abandonado a Catalunha e se radica em
Salamanca. Imprime então Liber de secreta
secretorum de Aristóteles, Textus aareviatus
in cursum Logices Aristotelis, Repetición de
amores y Arte de ajedrez, Contra haereticam
pravitatem, entre outras obras. Em Salamanca
trabalha umas vezes só, outras associado
com Lope Sanz.
Depois deixa Salamanca e vai para Saragoça
onde parece ter começado por ser empregado
de Paulo Hurus. Em 1498, juntamente com
Appentegger e Coci, assina um contrato com
Hurus para a impressão do Breviarium
Hieronymitanum, cuja impressão os três terminam
em 1499, ano em que ficam à frente da
tipografia de Hurus. Em Salamanca imprime
com os sócios, entre outras obras, Carmen
pashale de Sedulio, e as Constitutiones
Archiepiscopatus Caesaraugustani, ambas as
obras impressas em 1500.
Entre 1505 e 1506 imprime outra vez em
Valência executando a Oratio luculenta de
laudibus Valentie de Alonso de Proaza e Ars
methaphisicalis naturalis ordinis arboris
nature, esta última impressa em 1506 e que
se julga ser o seu último trabalho.
HUYOT, JEAN-GEORGES - (Ver Auriol,
George)
IBAR, JUAN de - Também conhecido por
Juan de Ybar, ou Juan Sanz de Ibar, é considerado
um dos melhores tipógrafos de
Aragão no século XVII. Desenvolveu a sua
actividade em Saragoça na rua da Cuchillería,
entre os anos de 1634 e 1676. A sua
primeira impressão deve ter sido a da obra
Navidades de Zaragosa de Matias de
Aguirre, executada em 1634.
As suas impressões foram numerosas e de
temática variada. De entre elas podem
destacar-se La hora de todos y la fortuna
com seso, de Quevedo, dada à estampa em
1651, Diálogo de la verdadera honra militar,
de Jerónimo de Urrea, impresso em 1661,
Sucessos y prodigios de amor en ocho novelas
exemplares, de Juan Pérez de
Montalbán, impresso em 1665, Floresta
española de apotegemas, de 1667, da autoria
de Melchor de Santa Cruz de Duueñas,
Primera parte del curioso escaparate de las
verdades, de Bonifácio Cortes del Rey,
impresso em 1668, a antologia Delicias de
Apolo, recreaciones del Parnaso, de 1670,
Antologías del púlpito, de 1676, que deve ter
sido o seu último trabalho. Algumas obras
têm no colofão o nome de Juan Sanz de
Ibar, como é o caso da Disertación histórica
de la patria del invencible mártir San
Lorenzo, impressa em 1672.
Deve ter falecido em 1676, tendo deixado
continuadores pois que entre 1676 e 1678,
aparecem obras impressas com a referência
de Herderos de Juan de Ibar. Estes
herdeiros eram provavelmente a sua viúva e
filhos, mas a sua actividade foi breve. A oficina
de Ibar foi provavelmente vendida a
Pascual Bueno que nessa altura inicia a sua
actividade como tipógrafo independente.
IBARRA Y MARTÍN, JOAQUÍN - Tipógrafo
espanhol, natural de Saragoça, que nasceu a
de 19 de Julho de 1725, tendo falecido a 13
de Novembro de 1785. Foi aprendiz de tipó
grafo com dez anos em Cervera, na tipografia
da Imprenta Pontifícia y Real da
Universidade. Em 1753 monta a sua própria
tipografia em Madrid na Rua da las Urosas.
Nesse mesmo ano imprimiu os seus primeiros
três livros. Mais tarde mudou-se
para a Rua Gorguera onde instalou a oficina
que tinha ao seu serviço cem operários gráficos.
Em 1766 foi nomeado impressor de Carlos
III e em 1779 tipógrafo oficial da Real
Academia Espanhola. Também foi impressor
do Supremo Conselho das índias e da
Câmara de Madrid. Imprimiu obras de
grande valor tipográfico como a Paleografia
española de Esteban Terreros y Pando
(1759), Parnaso español de Sedano (1768-
1778) em nove volumes, Conjuración de
Catilina de Salústio, em 1772, Historia de
España de Mariana, em 1780, Viaje de
España em 20 volumes, de Antonio Ponha,
entre 1772 e 1794, a primeira edição da
Donipote para a Real Academia Española, a
Bibliotheca hispana de Nicolás António,
entre 1783 e 1788, em 4 volumes, para além
de muitas outras obras, mais de 2500 livros.
Para o seu êxito muito contribuiu a sua sólida
preparação cultural que adquiriu nos
estudos humanisticos que fez em Cervera e
que depois completou de forma autodidacta.
À sua morte a empresa foi continuada pela
sua viúva, depois pelos seus filhos, e finalmente
pelos netos, até ao seu encerramento
em 1836. Na Imprenta Ibarra imprimiramse
mais de duas mil e quinhentas obras ao
longo dos seus oitenta anos de existência.
IGLESIA, ANDRÉS GARCÍA de la - Impressor
espanhol que trabalhou entre 1650 e
1680 e que imprimiu em 1674 a primeira

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