quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 9

o gravador Eustachio Celebrino a obra Il

modo de temperare le penne. Os tipos que
criou são particularmente elegantes e exerceram
muita influência na criação de outros
tipos itálicos desenhados durante o século
XVI.
ARRIVABENUS, GEORGIUS - Trabalhou
como impressor em Veneza entre 1483 e
1500, tendo executado obras clássicas e textos
legais. Algumas vezes imprimiu associado
com Paganinus de Paganinis, nomeadamente
um Missale Romanum, em 1484.
Sozinho deu à estampa uma bíblia latina,
em 1487/8, obras de Horacio, em 1490, e
trabalhos de Justiniano.
ASCÊNCIO, JADOCO BÁDIO - Impressor
que imprimiu em Paris nos anos de 1500
cuja marca reproduz uma das primeiras
representações de um prelo medieval.
Ascensio ou Ascensius imprimiu primeiro
em Lyon e só depois em Paris, talvez a partir
de 1507. Foi sogro de Robert Estienne
e de Michael Vascosan. Editou, com comentários,
diversas obras clássicas que ele
próprio imprimiu. Nasceu em 1462 e faleceu
em 1533.
ASHKENAZI - Família germânica de refugiados
judeus que em 1486 fundou a
primeira tipografia hebraica em Nápoles.
Imprimiram sobretudo obras de cariz religioso
e filosófico e também um dicionário
Hebeu-árabe-Italiano. Em 1490 imprimiram
o primeiro livro de medicina em hebreu.
A sua actividade impressória em Nápoles
deve ter cessado em 1492.
ASIAIN, NICOLAS de - Também conhecido
por Nicolás de Asiayn ou Assiayn, é considerado
um dos principais tipógrafos que
trabalhou em Pamplona no século XVII.
Possuiu o título de Impressor del Reino de
Navarra. Deve ter começado a imprimir em
1607, fazendo-o até 1622, ano da sua última
impressão, embora alguns estudiosos
indiquem o ano de 1634 como o último ano
em que exerceu actividade.
Entre os trabalhos que realizou destacamse
a Breve instruction de como se há de admnistyrar
el sacramento de la Penitencia de
Bartolome de Medina, impresso em 1611,
Thesaurus verborum ac prasium, ad oratinem
ex hispana latinam efficiendam & locupletandam
de Bartolomé Bravo, de 1612, Vida
excelencias y muerte del gloriosissimo ...San
Joseph, de José Valdivielso, impresso também
em 1612, Memorable expulsión y
justísimo destierro de los moriscos de
España, de Marcos de Guadalajara y Xavier,
terminado em 1613, Viaje de la Tierra Santa
y descripcion de Jerusalem y del santo monte
Llbano, ainda de 1613, de Juan Cerverio
de Vera, Doze comedias de Lope de Veja,
Novelas exemplares de Miguel Cervantes,
ambos de 1614, e Los trabajos de Persiles
y Sigismunda, também de Miguel Cervantes,
impresso em 1617.
Trabalhou de forma esporádica no Colegio
y Universidad de Nuestra Senhora la Real,
onde imprimiu em 1610 o volume terceiro
da Cronica general de la Orden de San Benito
de Diego de Yepes e em 1616 o segundo
tomo da Arte de bien vivir y guía de los
caminos del cielo de Antonio Alvarado.
AUGEREAU, ANTOINE - Gravador francês
de caracteres do século XVI que rivalizou
com Claude Garamond e que nasceu no
Poitou. Também foi editor e impressor em
Paris. Em 1531 reimprimiu a edição de
Andrea Navegaro da obra Orationes duae,
editada por Jean Petit. Morreu enforcado e
queimado, acusado de heresia.
AURIOL, GEORGE - Nascido em 1863 em
Beauvais e falecido em Paris em 1938, o
seu verdadeiro nome era Jean-Georges
Huyot. Foi cientista, poeta, jornalista, pintor,
gravador e pedagogo. Como desenhador
de letras e criador de caracteres tipográficos,
alcançou assinalável êxito. A fauna e a
flora inspiraram-no nas suas criações decorativas.
Entre 1901 e 1924 publicou em três
colecções, mais de quinhentos monogramas
que desenhou para o Tout-Paris.
A colecção de caracteres Auriol editada por
Georges Peignot e irmão, compreende: a
Auriol redonda e cursiva (1901) e suas múltiplas
variações, a francesa ligeira (1902), a
Auriol gravada (1903), a francesa alargada
e a Auriol labeur (1904), e as Robur. Os
tipos criados por Auriol estiveram em moda
em França tanto para trabalhos tipográficos
do quotidiano, como para obras gráficas
mais elaboradas. Como complemento
dos seus caracteres, George Auriol desenhou
várias centenas de vinhetas e florões
tipográficos que alcançaram também notoriedade.
Trabalhou para os editores Larousse
e Hachette na decoração de encadernações
das enciclopédias que aqueles editaram.
A partir de 1925 Auriol leccionou na escola
Estienne um curso de história da letra.
AYALA, JUAN de - Impressor que trabalhou
em Toledo entre 1530 e 1536 de parceria
com Villaquirán. A primeira impressão
de ambos é o Tractado muy util de las obras
de misericordia de Alexander Anglus
impresso em 1530. Juntos imprimem ainda
em 1534 Los officios de San Ambrosio, as
Fabulas de Esopo e o Tratado llamado el
Desseoso y por outro nomebre espejo de religiosos,
a última impressão de ambos, executada
em 1536.
Depois desta parceria com Villaquirán continua
a imprimir sozinho junto à porta da
catedral. Dá então à estampa o Cancionero
de diversas obras de Ambrosio Montesino
e Verdadera información de Tierra Santa de
Antonio de Aranda, ambas de 1537. Após
isto trabalha incessantemente tendo impresso,
entre outros, La Tragicomedia de
Calisto y Melibeu (1538) de Rojas, El
Cortesano de Castigline e a Primera parte
de las diferencias de libros que hay en el
universo, de Alejo Venegas, ambos impressos
em 1540, o Libro de las quatro enfer-
medades cortesanas (1544) de Luís Lobera
de Ávila, o Itenerarium Adriani Sexti ab
Hispania , (1546) de Blas Ortiz, La Arccadia
(1549) de Sannazaro, as Medidas del
Romano (1549) de Diego de Segredo, e a
Eneida (1555) de Virgílio.
Depois da morte do impressor continuaram
a aparecer impressos com o seu nome ou
com o colofão en casa de Juan de Ayala.
Isso levou os investigadores a admitir que
teve continuadores, nomeadamente um filho
que poderá ser Juan de Ayala Cano.
AYRER, MARCUS - Prototipógrafo alemão,
nómada, que entre 1483 e 1506, trabalhou
em Nurenberg, Ratisbona, Bamberg,
Ingolstadt, Erfurt, e Frankfurt.
AZZOGUIDI, BALDASSARE - Primeiro
impressor a montar oficina de impressão
na cidade italiana de Bolonha em 1470.
A primeira grande obra que imprimiu foi a
Editio princeps das obras de Ovidio. Com
ele se associaram Francesco dal Pozzo, de
Parma e Annibale Malpigli, de Padua, embora
a sociedade não tenha durado muito
tempo.
BADE, JOSSE - Flamengo que fez os seus
estudos em Gand e em Lovaina e depois foi
atraído pela Itália para onde foi estudar
grego. É considerado um impressor humanista
que imprimiu em Paris numerosas obras
sobretudo para o editor Jean Petit. A sua
oficina tinha uma orientação notoriamente
literária tendo impresso muitos livros de
autores antigos. Faleceu em 1535 tendo-lhe
sucedido à frente da oficina Robert Estienne.
BAEDEKER, KARL - Famoso impressor
alemão do século XIX (1801-1859), de
Leipzig, que se tornou conhecido pela
impressão de guias. Em 1828 adquiriu à
empresa Coblenz de Fr. Röling o Reisehandbuch
für den Rhein para a sua própria
empresa editorial e com ele iniciou a famosa
colecção de guias que tem o seu nome.
BAEMLER, JOHANN - Alemão que começou
como negociante de livros em 1472 e depois
foi copista, iluminador e impressor. Deve
ter-se iniciado como impressor em
Estrasburgo e depois passou a exercer a
profissão em Augsburgo. As obras mais
importantes que imprimiu foram uma
história das cruzadas e Busch der Natur
com ilustrações de plantas.
BAINE, JOHN - Fundidor de tipo escocês,
de Edimburgo, que trabalhou na segunda
metade do século XVII. A sua primeira
fundição situava-se em St. Andrews mas
depois mudou-se para Camlachie perto de
Glasgow, em 1744. Depois de 1749 deve ter
trabalhado em Londres até 1768 tendo
regressado a Edimburgo. Em 1787, juntamente
com o seu genro, emigra para
Filadélfia onde monta uma fundição tipográfica,
a primeira bem sucedida em terras
americanas.
BAKALÁR, MIKULAS - Livreiro, editor e
impressor que instalou em Pilsen, na
Boémia, a primeira oficina tipográfica.
Editou pelo menos vinte e duas obras que
tiveram grande difusão, algumas das quais
também imprimiu. De entre elas podem referenciar-
se o primeiro Psalterio checo,
impresso em 1499, um dicionário checo,
impresso em 1511, diferentes edições de
Bakalár e o primeiro livro satírico Pokoni
a zak, de 1498.
BALLARD, ROBERT - Importante impressor
francês de obras musicais. Em 15 de
Fevereiro de 1552, Henrique II concedeulhe
a ele e a seu primo Adrian Le Roy privilégio
que os designava como os únicos
impressores de música de câmara e de
capela. O privilégio foi sucessivamente renovado
por outros reis de França aos sucessores
de Ballard e durou até 1788. A maioria
dos tipos musicais de Ballard foram
gravados por Guillaume Le Bé, um dos mais
famosos gravadores do século XVI.
A primeira obra impressa por Ballard e
pelo seu sócio e primo foi o Premier Livre
de Tabulature de Luth..., datado de 29 de
Agosto de 1551. Depois imprimiu, em 12
de Setembro do mesmo ano, o Premier Livre
de Tabulature de Guiterre. Robert Ballard
teve pelo menos sete filhos, tendo morrido
em 1588, tendo-lhe sucedido no negócio o
seu filho Pierre.
BALLIGAULT, FÉLIX - Impressor parisiense
do século XVI que trabalhou para muitos
editores e livreiros da época, como Gilles
Gourmont, Claude Jaumar e Antoine Vérard.
BALLI, PEDRO - Livreiro, encadernador e
impressor, possivelmente natural de
Salamanca, que imprimiu diversos textos
bilingues, em castelhano e línguas indíge-
nas. Trabalhou na América entre 1576 e
1600. Imprimiu, entre outras obras, a Arte
y Dictionario con otras obras en lengua
Michuacán de Juan Bauptista Laguna em
1574; Arte de la lenguamexicana y castellana
de frei Alonso de Molina em 1576; Arte
en lengua mixteca de Antonio de los Reyes
de 1593; Vocabulario en lengua misteca dos
padres da Ordem dos Pregadores e compilado
por frei Francisco de Alvarado, impresso
em 1593. Também imprimiu a Doctrina
Christiana em língua castelhana e mexicana,
de frei Juan de la Anunciación em 1575;
Doctrina Christiana muy útil y necesaria en
Castellano, Mexicano y Otomí, de 1576; o
Confessionario breve en lengua mexicana y
castellana de Alonso de Medina, de 1577.
Sobre medicina deu à estampa Cirurgía con
un arte para sangrar y examen de barbero
de Alonso de Hinojosa, impressa em 1595
acerca dos preceitos da arte de curar usados
na época. De 1600 é a Relación historiada
de las exequias funerales de la magestad
del rey D. Philipp II, nuestro Señor, feitas
pelo Tribunal do Santo Ofício.
BAPTISTE, JEAN - Gravador francês que
nasceu em 1734 e faleceu em 1781. Em
1764 foi o primeiro a gravar utilizando o
processo da água-tinta tal como hoje o
conhecemos.
BARBOU - Família de impressores e editores
franceses cuja actividade se estendeu
entre 1524 e 1820. Membros deste clã trabalharam
em Paris, Limoges e Lyon, onde
Jean Barbou começou a imprimir em 1536.
O seu filho Hugh abriu casa de impressão
em Limoges. Em 1704 Jean-Joseph
(1688-1736) monta tipografia em Paris,
depois de já ter trabalhado em Limoges.
Em 1752 a gráfica era dirigida por Joseph-
Gérard que era considerado um dos melhores
impressores franceses. Em 1753
Joseph- Gérard reimprimiu e continuou as
séries de livros dos clássicos, em pequeno
formato e com ilustrações que tinham sido
começadas em 1740 por Antoine Coustelier.
É notável a sua impressão das Fábulas de
La Fontaine, de 1762. Em 1764 imprimiu
o Manuel Typographique Vol I e o volume
segundo em 1766. Em 1771 imprimiu, de
Louis Luce, o Essai d’une nouvelle typographie.
ZAPF, HERMANN - Gravador
florentino que foi contratado em Londres
por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que o
rei D. João VI tinha encarregue de proceder
à reforma da Imprensa régia. Aprendeu a
gravar em Veneza junto de Joseph Wagner.
Bartolozzi veio para Portugal em 1802, para
dirigir a Aula de Gravura que havia sido
criada pelo Marquês de Pombal, com um
ordenado de 600 mil réis anuais, com direito
a casa e a um ajudante. Embora tivesse
vindo para Portugal com uma idade avançada,
sem a firmeza de mão que as suas
gravuras abertas no estrangeiro demonstram,
Bartolozzi deixou escola e discípulos tendo
uma grande importância nos trabalhos de
gravura que se fizeram em Portugal por
aquela época.
Bartolozzi e seus continuadores usaram o
método de gravura conhecido por ponteado
(pointillé), que consistia mais no emprego
da água forte do que no trabalho de buril
que havia sido usado no país por Carneiro
da Silva. Entre nós usou-se a técnica do
ponteado até ao segundo quartel do século
XIX, quando em França e na Inglaterra já
se usavam há muito os processos do talhe
doce, da água-tinta e da maneira-água.
Faleceu em 7 de Março de 1895.
BARREIRA, JOÃO de - Impressor régio da
Universidade de Coimbra, de origem espanhola.
Trabalhou algumas vezes em conjunto
com João Álvares. Também teve oficina
em Lisboa junto ao arco da Rua de S.
Mamede. Nas impressões que fez usou tipos
góticos, redondos e itálicos. É possível que
tenha adquirido material tipográfico a Luís
Rodrigues já que usou a marca daquele
impressor. Requereu e obteve privilégio por
dez anos para a impressão do livro Sobre
S. Mateus contra as heresias, de D. João
Soares, bispo de Coimbra. Também obteve,
entre outros, privilégio para o Manual de
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orações, tradução do castelhano para português.
BASKERVILLE, JOHN - Impressor e desenhador
de caracteres inglês que nasceu em
1706, em Wolverley, e faleceu em 1775.
Foi calígrafo e teve um negócio de vernizes
onde ganhou o dinheiro que lhe permitiu
estabelecer-se como tipógrafo.
Desenhou os seus próprios caracteres, inspirados
na caligrafia inglesa de finais do século
XVII. Foi também o inventor de alguns aperfeiçoamentos
na prensa tipográfica e, em
conjunto com o papeleiro James Whatman,
introduziu melhoramentos no chamado papel
vitela, tornando-o mais liso. Também inventou
uma tinta para seu uso pessoal, servindose
dos conhecimentos que tinha sobre
vernizes. A sua primeira obra impressa, do
poeta romano Virgílio, em quarto, causou
sensação na Europa em 1757. Foi nomeado
director da gráfica universitária de
Cambridge, onde imprime em 1763 uma
sumptuosa Bíblia em folio.
Entre 1757 e 1775, data da sua morte,
imprime mais de cinquenta obras, sem contar
com outros trabalhos menores. Em 1777,
os seus punções, matrizes e prensas são
instalados em Kehl, na Alemanha, onde são
usados para a impressão da obra completa
de Voltaire, editada pela sociedade literária
e tipográfica de Beaumarchais. Depois de
1789, Beaumarchais instalou a fundição de
Baskerville em Paris. A Gazette Nationale
é impressa, a partir de Novembro de 1790,
com tipos Baskerville e, durante os primeiros
anos da revolução, os seus tipos são usados
em muitos outros impressos. Os tipos
Baskerville são depois comprados pela
família Didot.Em 1953, Charles Peignot
compra-os e doa-os à Cambridge University
Press. Os caracteres fundidos por Baskerville
são de grande elegância e perfeição, constituindo
um tipo próprio, o baskerville, a
meio caminho entre o tipo romano clássico
de Jenson e o moderno de Bodoni.
BASTO, FRANCISCO FERNANDES de -
Impressor português do princípio do século
XVII, irmão de Fructuoso Lourenço de
Basto, também impressor e que lhe trespassou
a oficina em 1625, tendo para isso
obtido alvará de Felipe II.
BASTO, FRUCTUOSO LOURENÇO de -
Impressor com oficina em Braga que também
se estabeleceu no Porto, onde em 1611
imprimiu Privilegios dos cidadãos da cidade
do Porto, concedidos e confirmados pelos
Reys destes Reynos e agora novamente por
el Rei Dom Phelippe II... .
Imprimiu também no Porto a obra do
jurisconsulto Tomé Vaz, Allegationum super
varios materias, de 1612. Em Braga, no ano
de 1627, imprimiu a Relação do recebimento
e festas que se fizeram , na Augusta Cidade
de Braga, à entrada do ilustríssimo...Dom
Rodrigo da Cunha, livro dedicado ao conde
de Miranda, Diogo Lopes de Sousa.
BAUER, CHRISTIAN - Fundidor de tipos
alemão que nasceu em 1802 em Hanau. Após
aprender serralharia, aprende as técnicas da
fundição de tipo na empresa Dresler & Rost-
Fingerlein. Em 1835 associa-se ao tipógrafo e
fundidor Johann Christian Dietrich Nies e
ambos fundam uma estamparia, uma fundição
e uma oficina mecânica. Após vicissitudes
várias, em que se separa do sócio e se muda
para Inglaterra, regressa à Alemanha, à cidade
de Frankfürt, onde cria uma estamparia e uma
fundição de tipos e gravura. Em 1859 fabrica
uma máquina de fundir tipos inspirada no
modelo americano de Brandt e Bruce. Morre
em 1867 mas o seu irmão Konrad e o seu filho
Alexandre continuam com o negócio. É con-
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siderado uma grande figura da fundição de
tipos alemã e europeia.
BAYER, HERBERT - Primeiro professor de
grafismo publicitário da Bauhaus depois
desta instituição se ter transformado numa
escola tradicional e mudado a sua sede para
Dessau, na Alemanha, em 1925. Herbert
Bayer foi nomeado chefe da tipografia da
Bauhaus e depressa se distanciou da concepção
estética do seu mestre Moholy-Nagi.
BÉ, GUILLAUME LE - Considerado um dos
maiores gravadores de caracteres foi aprendiz
de Robert Estienne em 1540. O seu tipo
de hebreu é considerado particularmente
belo. Comprou a Garamond, em 1563, a
maior parte dos moldes tipográficos com os
quais enriqueceu a fundição Le Bé. O seu
filho foi fornecedor da Imprimerie Royale
e criou caracteres de grande beleza. Morreu
em 1645. Sucedeu-lhe seu filho que continuou
o negócio e que morreu em 1685.
A fundição foi então vendida a Jean Claude
Fournier e existirá até à Revolução Francesa.
BEARDSLEY, AUBREY - Desenhador e
ilustrador de livros inglês dos últimos anos
do século XIX. Exerceu grande influência
na arte do desenho e da ilustração de livros
pese embora tenha falecido com apenas vinte
e seis anos de idade.
BEAUCLAIR, GOTHARD de - Suíço considerado
um dos maiores desenhadores para
livros no século XX. Foi compositor em
Offenbach e trabalhou com Rudolf Koch.
Mais tarde trabalhou na Offzin Haag-
Drugulin em Leipzig e em 1928 na Insel-
Verlag. Influenciou muito a tipografia germânica
após 1945, tendo desenhado novos
tipos.
BEAUFORT, ANDRE - Francês, também
conhecido por Andrea Belforte que foi o
primeiro a ter prelo em Ferrara e foi responsável
pela quase metade dos livros que foram
impressos na cidade durante o século XV.
O primeiro período de actividade de Beaufort
em Ferrara vai de 1471 a 1475. A oficina
trabalhou com várias interrupções pelo
menos até 1489. Sabemos que Beaufort
tinha sido copista e que provavelmente
durante os períodos em que a sua tipografia
esteve parada ele se tenha dedicado a copiar
livros à mão. De 1485 até 1489 imprimiu
sobretudo livros de medicina destinados à
Faculdade de Medicina da Universidade que
reabrira em 1485 depois de ter estado encerrada
durante três anos devido à guerra entre
Ferrara e Veneza.
BELLÈRE - Família de importantes impressores
de Antuérpia no século XVII que
imprimiu na cidade e que se destacou na
edição de obras de literatura espanhola como
as comédias de Lope ou La Arcadia, e que
também deu à estampa clássicos latinos.
BENEDICHT, LORENZ - Um dos mais
importantes e competentes impressores do
século XVI na Dinamarca. Trabalhou em
Copenhague de 1560 a 1601. Foi também
o introdutor da impressão de música no
país, em 1509, com a obra Danske Salmebog
de Hans Thomesen.
BENEDY, JOSÉ - Tipógrafo que se iniciou
como compositor na oficina tipográfica dos
irmãos Lallemant e que depois exerceu a
sua profissão nas do Jornal do Norte onde
se imprimia o diário O Século onde também
foi fotógrafo. Distinguiu-se também como
fotogravador e jornalista da causa operária.
Faleceu em Novembro de 1951 com 85 anos
de idade.
BENSLEY, THOMAS - Com oficina em Boltlourt,
este tipógrafo inglês trabalhou nos
finais do século XVIII e nas primeiras três
décadas do século XIX. Tornou-se conhecido
por ter impresso a History of England de
David Hume e uma Bíblia em seis volumes,
impressa entre 1789 e 1800, para além de
outras obras de mérito. De entre elas pode
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ainda destacar-se uma belíssima edição de
The Seasons, de James Thomson, com
gravuras de Bartolozzi e de Tomkins,
impressa em 1792. Executou ainda o
primeiro livro impresso em Inglaterra que
continha litografias e que tem o título
Antiquities of Westminter, da autoria de J.
T. Smith.
Conheceu Fiedrich Gottlob Koenig, o famoso
inventor da máquina de impressão a vapor,
bem como o sócio deste Friedrich Bauer.
Com eles teve contactos comerciais que
visavam a implementação do processo de
impressão a vapor. E com eles se desentendeu
em Janeiro de 1818 por causa
daquela invenção.
Morreu em 11 de Novembro de 1835 em
Claphan Rise, perto de Londres.
BENTLEY, RICHARD - Impressor londrino
(1794-1871), que juntamente com o seu
irmão Samuel se tornou notado pela qualidade
do seu trabalho gráfico. Tornou-se
famoso pela impressão da Bentley’s
Miscellany que foi iniciada em 1837.
BENTON, MORRIS - Embora com formação
em engenharia, tornou-se tipógrafo chefe
da American Type Founders em 1900, e
criou mais de duzentos tipos de letras. De
entre eles destacam-se o Alternate Gothic
(1903), Franklin Gothic (1903-1912),
Cheltenham (1904), Clearface (1919), News
Gothic (1908), Souvenir (1914), Bulmer
(1928), Bank Gothic (1930) e American Text
(1932). Mas o tipo que criou que talvez
tenha alcançado mais fama é o Century
Schoolbook, desenhado em 1919, que se
caracteriza por ser muito legível, proporcionando
uma leitura fácil e pouco cansativa.
Estas características levaram a que este tipo
fosse muito utilizado em livros escolares e
educativos e também em jornais e revistas
e outro tipo de livros. Faleceu em 1948 aos
76 anos de idade.
BERNER,CONRAD - Fundidor de caracteres
tipográficos que sucedeu a Jacques
Sabon em 1580. No ano de 1592 publicou
o seu catálogo de tipos. Em 1626 a sua
fundição passou para as mãos de Johann
Luther. Foi o principal fornecedor de tipos
na Alemanha, nos países escandinavos e nos
Países Baixos.
BERNÚZ, PEDRO - Imprimiu em Saragoça
entre 1540 e 1571. Em 1539 adquiriu a
Jorge Coci parte da tipografia deste e, associado
com Bartolomé de Nájera, que tinha
adquirido a Coci a outra parte, começa a
imprimir e a usar a marca de Coci até 1547,
ano em que a sociedade se desfaz. Bernúz
continua a imprimir até 1571, ano da sua
última impressão.
Imprimiu, entre outros livros, os Estatutos
da cidade de Saragoça, em 1548, Libro intitulado
Arithmetica (1549) de Juan de Iciar,
Fueros de Aragón, em 1552, a Historia general
de las índias (1555), de Francisco López
de Gómara, los Anales de Aragón (1562) de
Zurita e o Coloquio del pecador y del crucifijo,
em 1571. Faleceu em 1572.
BERTHELET, THOMAS - Impressor de
Londres que trabalhou para o rei Henrique
VIII. Tornou-se famoso pela impressão da
primeira bíblia impressa na cidade, por ter
dado à estampa livros com textos legais e
pela execução de uma gramática latina em
1540.
BIEL de BASILEIA, FREDERICO - Instalado
em Burgos a partir de 1475, este
impressor trabalhou em Basileia em 1472
na companhia de Michel Wenssler. Nos trabalhos
que fez em Espanha não aparece
mencionado o apelido Biel. Vários investigadores
atribuem a este impressor duas
edições do Sacramental de Clemente Sánchez
de Vercial, de 1475/1476, que julgam serem
as primeiras obras impressas em Espanha
por Frederico de Basileia. O primeiro
impresso executado em Espanha em que
aparece o seu nome é a Grammatica latina
de Andrés Gutiérrez Cerezo, de 1485. A partir
desta data, encontram-se mais de meia
centena de obras impressas por Frederico
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de Basileia, as quais patenteiam muita qualidade,
tanto na impressão do texto como nas
gravuras e nas capitulares que iniciam os
textos.
De entre as obras que imprimiu podem
destacar-se Cárcel de amor de Diego de San
Pedro, o Doctrinal de caballeros de Alonso
de Cartagena, de 1487, a primeira edição
de La Celestina de Fernando Rojas, a Cronica
de España de Diego de Valera, de 1487, Arte
de canto llano y contrapunto y canto de
organo de 1509, de Gonzalo Martínez de
Bizcargui, e o Dictionarium de Nebrija, dado
à estampa em 1512.
A partir do ano de 1518 deixam de aparecer
livros impressos por este tipógrafo, sendo
possível que tenha morrido. A sua oficina
passou então para as mãos de Alonso de
Melgar que havia casado com a filha de
Frederico de Basileia. À morte de Melgar a
oficina prossegue a laboração, agora dirigida
pela filha, que voltará a casar, desta vez
com o tipografo Juan de Junta.
BIRCKMANN - Clã de impressores alemães
de Colónia que trabalharam durante o século
XVI. A tipografia dos Birckmann foi fundada
por Franz Birckmann, que começou
como livreiro em 1511 e a editar dois anos
depois, tendo sido uma das figuras de proa
da feira do livro de Franckfurt. Após a sua
morte, em 1530, a empresa passou a ser
dirigida pelo irmão Arnold Birckmann, o
Velho, que esteve activo como impressor e
editor até 1542. Sucedeu-lhe um dos seus
filhos, Arnold Birckmann II. Outro Birckmann,
Francis, actuava como agente da
empresa em Inglaterra.
BLADO, ANTÓNIO - Famoso impressor italiano
que foi impressor da Câmara Apostólica
e que por isso imprimiu numerosos documentos
pontifícios como bulas e indulgências, assim
como a primeira edição do Índice, impresso
em 1557. A sua primeira obra de impressão
foi Mirabilia Urbis. Imprimiu também os comentários
sobre Homero, de Eustacio, e a primeira
edição de O Princípe de Maquiavel. Outras
obras impressas por este tipógrafo são a
Repubblica dei Veneziani de Donato Giannotti
e a primeira edição de Exercitia spiritualia
de S.Ignacio, dada à estampa em 1548.
BLAKE, WILLIAM - Artista gravador inglês
de grande nomeada que ilustrou os livros
Night Thoughts de Young, impresso em 1797,
America, a Prophecy, de 1793, Book of Job,
de 1825, considerados as suas melhores
obras. Na altura do seu falecimento, em 12
de Agosto de 1827, estava a ilustrar a Divina
Comédia de Dante.
BLÁVIO, JOÃO - Alemão, natural de Colónia,
que se estabeleceu em Portugal onde foi
impressor régio de D. Sebastião. Imprimiu
em Lisboa para cima de 50 obras. Os seus
trabalhos, em caracteres góticos, redondos
e itálicos, destacam-se pela nitidez e boa
impressão. Tinha oficina no chamado Beco
do Gaspar das Naus, pouco mais ou menos
no lugar onde hoje fica a Rua do Crucifixo.
Entre 1560 e 1562 estava estabelecido na
Rua dos Escudeiros.
Usou como marca tipográfica um escudo
com três garras em roquete e no centro uma
estrela de seis pontas, tudo suportado por
dois ursos. Ao alto a marca continha as iniciais
do seu nome I.B.
Blávio terá tido, em data anterior a 1561,
uma tipografia na Índia, em Goa, que vendeu
a João Endem e João de Quinqénio.
BODONI, GIAMBATTISTA - Impressor
italiano e criador de caracteres, nasceu a
26 de Fevereiro de 1740, em Saluzzo, e fale-
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ceu no ano de 1813. É considerado o mais
importante tipógrafo do século XVIII,
impressor de reis e príncipe dos impressores.
Aos 18 anos já frequentava a Universidade
de Roma e estudava línguas do Oriente. Era
filho e neto de impressores. O pai era o
tipógrafo Francesco Agostino e o avô paterno
era Giovanni Domenico, compositor e
gravador de caracteres. Também a sua mãe,
Paola Margherita Giolitti descendia de tipógrafos,
os afamados Giolitti di Trino nel
Monferrato. Giambattista Bodoni era um
artista em toda a acepção da palavra e gozou
da protecção de muitas cabeças coroadas
da Europa, de Carlos III de Espanha ao
Papa Pio VII, passando por Napoleão. Em
Roma trabalhou como compositor na
Stamperia di Propaganda Fide, fundada em
1622 pelo papa Gregório XV. Depois Bodoni
desenvolveu a sua actividade, desde 1768
até à sua morte, na tipografia que o duque
Fernando, infante de Espanha, o encarregou
de criar e dirigir na cidade italiana de Parma.
Ao princípio, Bodoni compôs e imprimiu
com os caracteres do francês Pierre-Simon
Fournier mas depois, graças aos mecenas
que o apoiavam, criou uma fundição para
imprimir os seus próprios caracteres. Assim,
após 1779, Bodoni cria um estilo de caracteres
próprio, liberto de influências, e caminha
nun estilo que se pode considerar neoclássico.
Na sua oficina de Parma imprime muitos
livros, edições magníficas e sumptuosas que
têm como principal destino a corte de
Madrid. Os tipos de estilo romano neoclássico,
haveriam de tomar o seu nome.
O equilíbrio dos brancos, a elegância da
composição, a sua marginação e a proporção
de todos os elementos que compõem as páginas
que imprimiu, celebrizaram Bodoni como
artista gráfico de renomada fama.
A maior glória de Bodoni são os tipos por
ele criados, 268 séries de caracteres latinos,
gregos e orientais, de grande elegância
e fino recorte, em total aproximado de
55.000 matrizes que ele próprio abriu, tendo
gravado as punções e fundido os tipos.
A sua obra principal foi o Manual Tipográfico
que, infelizmente, não chegou a concluir, e
que haveria de ser terminado por sua mulher,
Margarita Dall’Aglio, em 1818, com a
ajuda do encarregado da tipografia, Luigi
Orsi. Este manual, em dois tomos, com mais
de 600 páginas, contém a experiência acumulada
por Bodoni ao longo de quarenta e
cinco anos de trabalho, ali se apresentando
291 alfabetos latinos, 34 gregos e uma
grande quantidade de tarjetas e vinhetas.
Ao morrer, em Parma, em 30 de Novembro
de 1813, Bodoni deixava para além das
muitas obras que imprimiu, uma marca
indelével na arte tipográfica.
Bodoni editou obras como a Divina Comédia
de Dante, Epithalamium exorticis linguis
reddita, Gli amori pastorali di Dragiti e Cloe
ou Aminta, de 1789, que a Biblioteca
Nacional em Lisboa possui, de entre uma
colecção de 215 volumes editados por
Bodoni. A Biblioteca Nacional portuguesa
também possui, integrado nesta colecção,
o Manual Tipográfico de Bodoni, que está
marcado na encadernação como o super-libris
da Princesa D. Maria Leopoldina do
Brasil. A glória de Bodoni não se extinguiu
com a sua morte pois que os seus caracteres
continuam a ser usados na actualidade.
As colecções de punções e matrizes
de Bodoni são hoje propriedade do Governo
Italiano, que as conserva em Parma.
BONHOMME, PASQUIER - Impressor
parisiense que publicou em 1476 as
Chroniques de France, o primeiro livro
impresso em francês em Paris e obras de
Guillaume Le Fèvre em 1479 e de Jean du
Prè em 1481.
BORGES, ALFREDO FERNANDES - Tipógrafo
português que nasceu em 8 de
Dezembro de 1924. Filho de família humilde
da Lapa, na cidade do Porto, era o terceiro
de quatro irmãos. Iniciou a sua vida profissional
aos onze anos como aprendiz de tipógrafo.
Aos dezoito anos trabalhava na
Tipografia Fonseca, à Rua dos Caldeireiros,
como oficial compositor, donde saiu dois
anos mais tarde para a Tipografia Progredior.
Aqui conhece Cândido Rocha, o encarregado
da oficina, que mais tarde montaria tipografia
na Rua do Bonjardim. Alfredo Borges
acompanhou Cândido Rocha e tornou-se o
encarregado da nova tipografia.
Em 1961 Alfredo Borges monta tipografia
própria de parceria com seu irmão António,
na Rua do Almada, assim surgindo a
sociedade Alfredo Borges & Irmão ou
INOVA, que virá a transformar-se numa das
gráficas mais importantes da região norte
do país. No começo trabalhavam doze pessoas
e o equipamento era constituído por
quatro máquinas tipográficas, uma máquina
de composição mecânica e uma guilhotina.
Apesar das dificuldades a gráfica evolui rapidamente
e em 1963 muda-se para novas
instalações na Rua Gonçalo Cristóvão sendo
então introduzidos novos processos de
impressão Em 1979 a gráfica adquire terrenos
contíguos à sua sede e projecta a construção
de um novo edifício adaptado às
exigências da indústria gráfica moderna. Na
altura do seu falecimento, em 10 de Janeiro
de1984, a Inova era uma empresa com cento
e vinte trabalhadores, bem implantada no
mercado, e conhecida pela perfeição dos
produtos gráficos que produzia.
BORGES, MARCOS - Impressor lisboeta
que tinha a sua oficina tipográfica por detrás
de Nossa Senhora da Palma, ermida que na
Lisboa dos anos de quinhentos ficava situada
perto da actual igreja de S. Nicolau Foi
impressor da casa e serviço de D. Sebastião.
Em 1578 foi-lhe concedido privilégio por
três anos para a impressão da Cartilha para
ensinar a ler... de D. João de Barros, bispo
de Coimbra.
BOTEL, HENRIQUE - Tipógrafo que foi
sócio de Paulo Hurus, segundo escritura de
22 de Outubro de 1476. Alemão, natural de
Ehimbech ou Embich, instalou-se em
Espanha pelo menos a partir de 1473 tendo
trabalhado em Barcelona, Saragoça e Lérida.
Trabalhou associado com outros alemães.
Com Holtz e Planck faz o seu primeiro trabalho,
a Ethica ad Nicomachum Pollitica
Oeconomica de Aristóteles. Em 1476, de
parceria com Paulo Hurus e Planck, imprime
Vita et transitus S... Hieronymi. Em Saragoça,
em conjunto com Planck, imprime em
1478 a Expositio Missae- Liber de expositione
vel de declaratione Missae de Benito
de Parentinis. Depois imprime em Lérida,
a partir de 1479, sendo o introdutor da
tipografia na cidade. A primeira obra que
executou em Lérida é o Breviarium Ilerdense
de 1479. Em 1480 imprime Chirurgia... de
Guy de Chauliac e uma Bula abs confrares
de la Trinidad. Em 1488 imprime
Elengantiolae de Datus e em 1490 dá à
estampa a Bula del monestir de Cadouin.
Em 1495 imprime o texto em catalão do
Sacramental-La sagramental arromançat de
Clemente Sánchez de Vercial. A sua última
impressão é a Carta de indulgencias en favor
de la Catederal de Lérida.
BOURCEV - Russo que imprimiu o primeiro
livro profano na Rússia em 1634.
Durante quase um século só se imprimiram
na Rússia livros litúrgicos. Foi preciso
esperar até aos meados do século XVII para
aparecer a primeira obra profana dada à
estampa na Rússia, um Abecedário, composto
e impresso por Bourcev, logo seguido
de outra edição em 1639, que atingiu a
espantosa tiragem de 6000 exemplares. Esta
edição contém também a primeira gravura
profana impressa naquele país.
BOWYER, WILLIAM - Impressor inglês da
primeira metade do século XVIII, conhecido
pelo Velho, de reconhecida importância, que
imprimiu em 1717 Works of Alexander Pope
e a Ilíada em 1715.
BRADFORD, WILLIAM - Impressor em
Londres foi para Filadélfia e ali começou a
trabalhar em 1685. Introdutor da imprensa
de tipos móveis na Pensilvânia e em Nova
Jérsia, e primeiro impressor em Nova York
por volta de 1693. Foi impressor de muito
papel moeda da colónia de Nova Jérsia e
de leis deste estado.
A sua primeira obra foi um almanaque para
o ano de 1686. De 1693 até 1774, ano em
que deixou de trabalhar, Bradford trabalhou
em Nova York onde era considerado impressor
afamado. Em 1725 iniciou a impressão
e a publicação da New York Gazette.
Deixou como continuadores o filho Andrew
Bradford que estabeleceu uma tipografia em
Filadélfia, continuada pelo sobrinho e filho
adoptivo William Bradford. Por sua vez, o
filho e o neto deste último impressor continuaram
a trabalhar até 1813, mantendo a
tipografia dos Bradford na cidade.
BREITKOPF, JOHANN GOTTLOB I. -
Impressor alemão do século XVIII que herdou
de seu pai o negócio de impressão.
Também foi fundidor de tipos. Chegou a ter
mais de quatrocentos alfabetos diferentes
e foi exportador de tipos para diversos
países.
Na sua tipografia trabalhavam uma centena
de pessoas e possuía vinte prelos para a
impressão de livros e mais quatro para a
impressão de música.
Distinguiu-se particularmente como impressor
de música e foi o inventor de um novo
processo de notação musical. Também idealizou
um processo para imprimir mapas utilizando
tipos móveis.
Foi um estudioso da história do livro tendo
escrito über Bibligraphie und Bibliophilie e
Geschichte der Schreibkunst, obras publicadas,
respectivamente, em 1793 e 1794.
BRITO ARANHA - Tipógrafo lisbonense
nascido a 28 de Junho de 1833, de seu
nome completo Pedro Wenscelau de Brito
Aranha. Faleceu em 8 de Setembro de 1914.
Aos 16 anos era aprendiz de composição
manual ingressando alguns anos depois na
Imprensa Nacional de cujo quadro artístico
fez parte. Mais tarde abraça a carreira do
jornalismo e escreve, revê e traduz. Foi
colaborador do jornal O Futuro, correspondente
do Diário de Leiria, do Comércio do
Porto e redactor principal do Diário de
Notícias. Para além de ter sido autor do
livro Memórias Históricas de Portugal foi o
continuador do Dicionário Bibliográfico obra
cuja publicação tinha sido suspensa por ter
falecido o seu autor Inocêncio Francisco da
Silva.
Publicou assim quatro volumes do Suplemento
ao referido dicionário, uma obra
monumental e de grande valor. Foi um dos
fundadores da Sociedade de Geografia de
Lisboa, da Associação Tipográfica Lisbonense
e Artes Correlativas e da Associação
dos Escritores e Jornalistas Portugueses.
BROCAR, ARNAO GUILLÉN de - Impressor
francês oriundo de Brocq, diocese de Lescar.
Pensa-se que trabalhou em Toulouse com
Henri Mayer antes de se instalar em
Espanha. Em Toulouse também pode ter
entrado em contacto com Turner e Parix.
Brocar foi um dos mais importantes impressores
do renascimento espanhol, tendo feito
trabalhos gráficos de altíssima qualidade,
contendo alguns magnificas ilustrações.
Brocar foi justamente distinguido pelo
imperador Carlos I que lhe concedeu o título
de tipógrafo real, distinção que o seu filho
Juan, outro tipógrafo de mérito, também
obteve.
Instalou-se em Pamplona, talvez chamado
pelos reis de Navarra, Catalina de Foix e
Juan de Albrit. A primeira impressão de
Brocar em Pamplona é o Manuale secundum
consuetudinem Ecclesie Pampilonensis
de 1490. Deu à estampa nesta cidade outros
livros, sobretudo litúrgicos, embora
tenha impresso o Epílogo en medicina y
cirugia, em 1495, de Johannes de Ketham,
o Tratado de la peste de Vasco de Taranta,
e o Título original de Nuestra Señora de
Pedro de Fuentedueña, ambos de 1499, a
Crónica Troyana de Guido de Columna,
impresso em 1500. Neste ano muda-se para
Logroño, possivelmente por causa da
instável situação política vivida em
Pamplona. Em 1502 imprime em Logroño
as Elegantiae de Agostino Dati, seguindose
muitas outras obras como o Sacramental
de Sánchez Vercial, em 1504, ou as
Introductiones latinae de Nebrija que o apresentou
ao cardeal Cisneros porque este queria
começar a fazer livros impressos para a
Universidade de Alcalá de Henares. Para
aqui se muda em 1511, sem contudo fechar
a oficina de Logroño, o que só fará em 1514.
Também trabalhará em Valladolid e Toledo
sem deixar a oficina de Alcalá.
Em Alcalá de Henares, onde imprimirá até
á morte ocorrida em 1523, instala-se na
Rua dos Tintes. Imprimiu textos para a Universidade
e a Bíblia Poliglota que foi distribuída
em 1521 embora tenha sido
impressa entre 1514 e 1517. A razão deste
hiato deve-se a que a obra teve de aguardar
pela aprovação do Papa Leão X, a quem
aliás tinha sido dedicada. Os 600 exemplares
impressos foram vendidos a seis ducados
e meio, preço abaixo do custo de
impressão mas mesmo assim uma verdadeira
fortuna ao tempo. Os custos de composição,
impressão e encadernação ultrapassaram
os cinquenta mil ducados de ouro. A Bíblia
Poliglota Complutense ou de Alcalá é uma
obra em seis volumes e quatro idiomas:
hebreu, caldeu, latim e grego. Cada uma
das línguas está composta com corpos diversos.
Os caracteres góticos e romanos do
texto latino, e sobretudo os gregos, são
considerados das mais belas obras de
fundição tipográfica.
A sua última impressão é Questiones logice
de Antonio Coronel, executadas em 1523.
BROCAR, JUAN de - Filho do tipógrafo
Arnaldo ou Arnao de Brocar, estudou na
Universidade Complutense. A partir de 1520
deve ter-se dedicado à docência Foi casado
com Francisca de Angulo, irmã do impressor
Andrés de Angulo que lhe sucedeu à
frente da oficina. Com a morte do pai toma
conta da oficina de impressão juntamente
com o seu irmão Pedro e com Miguel de
Enguía.
Em Alcalá de Henares, onde trabalha entre
1538 e 1552, imprime em 1538 Pradisus
dlitiorum Pauli apostoli de Gutierre Trejo,
considerado o seu primeiro trabalho. Depois
entram no seu prelo o Libro de agricultura,
(1539) de Gabriel de Herrera, Rhetorica en
lengua castellana, (1541) de Miguel de
Salinas, Las siete partidas (1542), um dos
seus trabalhos tipográficos mais importantes,
Aviso de Caçadores y de Caça (1543)
de Pedro Nuñez de Avendaño, Arte ingeniosa
de música (1544) de Melchior de
Torres e as Obras (1546) de Francisco
Cervantes Salazar.
Em 1542 e 1543 também trabalha em
Logroño onde imprime algumas obras de
carácter religioso, missais, breviários e
manuais. Terá trabalhado em Segóvia, no
ano de 1548, mas não há conhecimento de
obras tipográficas por ele impressas nesta
cidade. Juan de Brocar morreu em Março
ou Abril de 1552. A sua oficina continua a
laborar aparecendo obras com o nome do
já falecido tipógrafo. Porém, em 1560
aparece pela primeira vez o nome de Andrés
de Angulo que como se disse lhe sucedeu
à frente da gráfica.
BRUCE, DAVID - Escocês que em 1793
emigrou para a América e que se estabeleceu
com oficina de impressão em Nova York,
em 1806, de parceria com seu irmão. Depois
tornou-se fundidor de tipo e foi o introdutor
da estereotipia na América. O seu filho,
com o mesmo nome, inventou uma máquina
de composição que foi usada no continente
europeu e no americano.
BRUCI, ANTONIO - Impressor litográfico
catalão que abriria em Barcelona no ano de
1820 uma litografia que ficou sob a direcção
de Thierry, cunhado de Engelmann.
BRUN, NARCISO - Impressor alemão, que
pode também ter sido livreiro, que imprimiu
em Paris o primeiro livro em português
impresso na França. Trata-se das Horas de
Nossa Senhora segundo costume romão com
as horas do Espirito Sancto e da cruz e dos
finados e sete psalmos e oração de São Leão
papa e oração da empardeada e com outras
e devotas orações de Frei João Claro,
impresso em 13 de Fevereiro de 1500,
segundo o colofão, mas que se pensa ter
sido de facto impresso em 1501. É um livro
com 120 fólios não numerados, com 17
gravuras de página inteira e muitas outras
mais pequenas e algumas tarjas.
BRUN, PEDRO - Impressor saboiano que
trabalhou em Saragoça em conjunto com o
alemão Nicolas Spindeler. Foi impressor em
Genéve. A partir de 1477 imprime em
Barcelona onde terá permanecido até
1483/84. Aqui imprime várias obras de
parceria com Spindeler e Pedro Posa. Mas
também imprime a sós como no caso do
Manipulus curatorum de Clemente Sánchez
de Vercial e o Libro de Consolat de mar.
A partir de 1484 deixou provavelmente
Barcelona para se instalar em Sevilha.
Porém, o primeiro impresso conhecido comprovadamente
impresso por Pedro Brun na
cidade andaluza é o Nobiliario de Fernando
de Mexia, de 1492. Em 1499 dá à estampa
a Ystoria del noble Vespasiano e em 1506
termina o Liber distichorum, provavelmente
o seu último trabalho de impressão. É provável
que o tipógrafo moravo Valentim
Fernandes, que trabalhou em Lisboa, lhe
tenha adquirido material tipográfico de que
se serviu nas suas impressões na capital
portuguesa.
BRY, THEODOR - Gravador e impressor
alemão do século XVII, de Frankfürt, que
publicou uma colecção monumental chamada
Grandes Viagens, que haveria de ser
prosseguida pelo seu filho e pelo genro deste.
BUENO, PASCUAL - Considerado um dos
mais importantes impressores de Saragoça,
trabalhou na cidade entre 1678 e 1725. Foi
impressor do Reino de Aragão, do Hospital
de Nossa Senhora de Gracia onde parece
ter-se iniciado, ostentando ainda os títulos
de impressor do Rei, da Cidade, do

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