quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 14


Momme imprimiu o dicinario de Inglês-
Sueco de Jacob Srenius.
MONMAERT, JEAN - Impressor belga que
trabalhou em Bruxelas e que é considerado
o mais activo na cidade no século XVII.
Imprimiu numerosas obras literárias, dicionários,
gramáticas, livros religiosos, documentos
oficiais e pompas fúnebres. Foi
impressor de algumas importantes obras da
literatura espanhola, de Cervantes e Luís de
Granada.
MONTEIRO, JOAQUIM DIAS - Litógrafo
português que nasceu e morreu no século
XIX e que foi cavaleiro de N. Srª da
Conçeição de Vila Viçosa. Escreveu um
Relatório sobre as pedras lithographicas do
Calhariz da Arrábida descobertas em VI-1849
pelo autor, impresso em Lisboa em 1855.
MOREAU, PIERRE - Calígrafo francês do
século XVII que criou caracteres que imitavam
a caligrafia do seu tempo, e com os
quais publicou uma bela edição da
L’Imitation de Jésus-Christ e a Enéide.
MORETUS - Família de impressores que
trabalhou na oficina de Antuérpia com
Christophe Plantin. Nesta oficina trabalhou
o genro de Plantin, que era um Moretus. O
neto de Plantin, Baltazar Moretus, foi um
destacado e famoso tipógrafo, tendo trabalhado
com o pintor Rubens, que gravou
muitas estampas para os seus livros. A oficina
Plantin-Moretus existiu até ao ano de
1867, altura em que foi vendida por
Eduardo Moretus ao município de Antuérpia.
Nela está hoje instalado o famoso
Museu Plantin-Moretus, um dos mais ricos
e completos museus gráficos do mundo.
MORISON, STANLEY - Tipógrafo e historiador
inglês nascido em 1889 e falecido em
1967.
Foi o criador dos caracteres times new
roman que executou para o jornal Times, de
Londres, e que o periódico utilizou pela
primeira vez na edição de 3 de Outubro de
1932.
Foi conselheiro tipográfico desde 1923 da
Cambridge University Press, pois possuía
profundos conhecimentos de história dos
caracteres. Escreveu a obra The First
Principles of Typography, a qual co-nheceu
muitas edições e traduções em diversas línguas.
MORRIS, WILLIAM - Escritor, tipógrafo e
desenhador de caracteres inglês que nasceu
em 1834 e faleceu em 1896. Dedicou os últimos
dez anos da sua vida ao desenho de caracteres
e à tipografia.
É o criador dos caracteres golden, feitos a
partir do modelo dos romanos utilizados por
Nicolaus Jenson em Veneza, no ano de
1470, e dos caracteres troy e chaucer, estes
últimos utilizados em 1896 nas obras de
Chaucer. Foi também o criador da gráfica
Kelmscott Press, fundada em Londres em
1890. Os livros desta gráfica inglesa marcam
o começo do moderno renascimento da
arte tipográfica, constituindo obras de
grande beleza e qualidade gráfica.
MOTA, JOÃO JOSÉ da - Tipógrafo com
oficina no Rossio, em Lisboa, em meados do
século XIX, onde se imprimiam os cartazes
para os teatros de S. Carlos, Salitre e da Rua
dos Condes. Foi nesta tipografia que se iniciou
como aprendiz de tipógrafo, em 1838,
Francisco Alves da Silva Taborda que,
depois de se tornar oficial de tipógrafo, foi
actor de teatro, um dos maiores da cena
nacional, tendo-se estreado em 1846 no
teatro Ginásio, propriedade do tipógrafo
João José da Mota.
MOURA, JOSÉ CARDOSO de - Com oficina
tipográfica no Porto em meados do século
XVIII, este tipógrafo dedicou-se à impressão
de muitas obras de divulgação de novos conhecimentos
e ideologias. Em 1767 imprimiu
o folheto Sumário das indulgências e graças
concedidas pelo Santo Padre Papa Paulo
quarto à Santa Casa da Misericórdia do Porto
e a todos os irmãos, confrades, servidores e
benfeitores do seu hospital. No mesmo ano
deu à estampa Physices Universae Summa ex
lectissimis recentioribus collecta a P. Antonio
Cardozo Congregationis Oratorii Portuensis.
MOXON, JOSEPH - Célebre impressor
inglês que nasceu em 1627 e escreveu o
primeiro livro em língua inglesa sobre
tipografia. Morreu em 1700.
MUELLER, JOHANN - (Ver Regiomontanus
Johannes)
MURILLO, JERÓNIMO - Natural de Segóvia,
é considerado o mais importante e famoso
impressor de Valladolid no século XVI.
Começou a imprimir em Valladolid, em 1610,
na Rua da Libreria, sendo a sua primeira obra
Pragmnasmatum latinitatis, de Jacobo
Pontano. Em 1619 foi nomeado impressor do
Mosteiro do Prado, tendo também sido
impressor da Universidade. Imprimiu sobretudo
textos religiosos, tendo trabalhado até
1652. Contudo, também deu à estampa textos
de Direito e de Medicina. Sem deixar a oficina
de Valladolid imprimiu em Astorga no ano de
1624, De vera e falsa gloriae, de Alfonso Mejia
de Tovar, em Toro, no ano de 1630, o Libro
de los tratados de Christo, de Rodrigo Portillo,
em Segóvia, em 1630 e 1632, Las Epístolas de
S. Paulo e Argenis, de John Barclay, e em
Arévalo, em 1644. Em 1645 deu à estampa
Historia de las vidas y milagros de nuestro
beato padre frey Pedro de Alcántra, de Pedro
Villafranca. Faleceu em 1661.
MÜTEFERRIKA, IBRAHIM - Nome islamizado
de renegado húngaro que nasceu em
1674 e faleceu em 1745, e que introduziu na
Turquia a tipografia no ano de 1724. A alta
qualidade da caligrafia turca e a resistência
profissional dos escribas turcos impediu,
antes daquela data a introdução no país da
imprensa de tipos móveis. Depois da sua
morte, a casa tipográfica fundada por
Müteferrika deixou de existir, tendo no
entanto produzido, durante o período em
que laborou, 23 livros, incluindo um
dicionário árabe e uma gramática francoturca.
Só em 1784 a Turquia viria a ter de
novo uma tipografia em laboração, uma gráfica
oficial criada pelo sultão Abdul Hamid 1.
MYTO, JONATA de VYKOHEVO - Responsável
pela instalação da primeira oficina
impressora em Praga. Imprimiu um
Psalterio e a Historia Trojanska.
NACHMIAS, SAMUEL IBN - Introdutor da
tipografia na Turquia, em 1494, na cidade
de Constantinopla.
NEFEDIEV, MAROUSA - Impressor russo
que provavelmente trabalhou na primeira
gráfica moscovita, na companhia de Vassjuk
Nikiforov. Esta primeira oficina gráfica em
Moscovo imprimiu em 1556-57 o Evangelho,
e um livros de salmos.
NEGREIROS, ALMADA - Considerado a
maior figura do modernismo português,
Almada Negreiros foi um artista multifacetado.
Foi pioneiro duma visão publicitária
que só depois de 1930 seria aceite. Como
artista gráfico, distinguiu-se na feitura de
cartazes, alguns dos quais muito conhecidos,
como o da Fábrica Suissa de Chocolates,
o cartaz para a peça teatral A Casaca
Encarnada, levada à cena pela Companhia
Lucília Simões, o cartaz das bolachas
Aliança, e ainda o cartaz que anunciava a
Canção de Lisboa, filme de Cottinelli Telmo.
De 1929 é o cartaz que fez anunciando a
Exposição Portuguesa em Sevilha e que
obteve o 1º prémio num concurso aberto em
1928.
NEUMEISTER, IOHANNES -
Companheiro de Gutenberg em Mogúncia,
tornou-se impressor itenerante, como a maioria
dos tipógrafos dos alvores da imprensa.
Imprimiu na Alemanha, na Itália, na Suíça, e
na França, em Albi e em Lyon onde se fixou a
partir de 1485.
A sua fama e renome veêm do também
famoso Missel de Lyon, impresso em 1487, e
que inicialmente era para ter sido executado
por Martin Husz. Este missal é uma obra
sumptuosa, decorada com pinturas e impressa
com belos caracteres que possibilitaram
uma impressão de grande nitidez, e é em tudo
comparável ás grandes obras gráficas executadas
por Gutenberg.
Vários exemplares deste notável missal
podem ser vistos na Bibliothèque de Lyon e
no Musée de l’Imprimerie daquela cidade.
Com o concurso de Michel de Topié,
Neumeister imprimiu ainda, em 1495, o
Missel d’ Uzès cuja qualidade está bastante
próxima do de Lyon.
NEVEJA, ANDRONIK - Impressor russo
que imprimiu em Moscovo, onde substituiu
Ivan Fedorov. Para além de dois livros de
salmos, imprimiu em 1589 um manual de
Quaresma, em 1591 um manual pentecostal,
e em 1597 o Apostol, com uma tiragem de
1050 exemplares. A sua actividade estendeu-
se ao longo de grande parte do século
XVII.
NEVES, ALEXANDRINO JOSÉ das - Fundidor,
director da fundição da Imprensa
Nacional, cargo que abandonou em 1821
para se estabelecer por conta própria, foi o
iniciador da concorrência na fundição de
tipos com a gráfica pública portuguesa.
NEVES, JOSÉ DE SOUSA - Discípulo de
Joião Batista Ribeiro, litografou no Porto e
dele se conhecem retratos em litografia de
Vicente José de Carvalho e Henrique
Guilherme de Sousa, datado de 1840, e
ainda o Ugolino, datado de 1847.
NIELSEN, TYGE - Dinamarquês que instalou
a primeira oficina gráfica na Noruega,
em Christiana, actualmente Oslo, em 1643.
A razão porque só tão tarde se instalou uma
oficina na Noruega prende-se com o facto de
até 1814 os dois países terem estado politicamente
unidos, e durante muito tempo o
centro da vida literária dos dois países ter
sido Copenhague, onde se imprimiam os
livros para a Noruega. Nielsen imprimiu em
Oslo a Postilla Catechetuica do padre
Christen Bang.
NIKIFOROV, VASSJUK - Impressor russo
que provavelmente imprimiu em Moscovo,
na primeira oficina gráfica da cidade, conjuntamente
com Marousa Nefediev, em meados
do século XV.
NOBRE FRANÇA - Tipógrafo português do
século XIX, da Imprensa Nacional, que
elaborou o programa do Partido Socialista
criado em 1875 por proposta do gravador da
Casa da Moeda Azedo Gneco. Outros tipógrafos
fizeram parte do conselho central do
Partido Socialista, como é o caso de Lúcio
Fazenda e António Joaquim de Oliveira.
NORTON, JOHN - Artista gráfico norteamericano
do século XX, formado pelo Art
Institut of Chicago, que se tornou famoso na
publicidade e ilustração de alguns dos principais
periódicos americanos. Também se
destacou na criação de cartazes.
NOTARY, JULIAN - Imprimiu em Inglaterra
a partir de 1496, em sociedade com Jean
Barbier e Jean Huvin, de Ruan. Foi o último
impressor a trabalhar em Inglaterra no
século XVI. Em 1498, Jean Huvin deixou a
sociedade e Notary e Barbier estavam a trabalhar
em Westminster.
NUTHEAD, WILLIAM - Impressor que foi o
primeiro a montar oficina tipográfica no
estado norte-americano do Maryland.
Faleceu em 1695, sucedendo-lhe sua mulher
Dinah, a primeira mulher que dirigiu uma
oficina gráfica em terras da América do
norte.
OCHART, MELCHOR - Filho de Pedro
Ochart, este impressor estabeleceu a sua
oficina no Colégio franciscano de Santiago
de Tlatelolco, fundado em 1536 no México.
Imprimiu para os religiosos do Colégio o
Confesionario de frei Juan Bautista, de
1599, e a Primera parte de las Advertencias
a los confessores de los indios.
OCHART, PEDRO - Impressor de origem
francesa, nascido em Rouen, genro de Juan
Pablos e seu empregado na oficina tipográfica
mexicana. O seu nome figura de formas
distintas nas folhas de rosto e nos colofãos
dos livros que imprimiu. Umas vezes aparece
a forma francesa Ochart, outras a forma
castelhanizada de Ocharte e outras a forma
simplificada Charte. É o terceiro impressor
com registo certo em terras americanas.
Perseguido pela Inquisição por suspeita de
heresia, deixou a sua oficina gráfica à deriva
durante sete anos.
Imprimiu obras de carácter religioso, algumas
bilingues, como cartilhas para ensino
dos índios. Uma das melhores impressões
executadas na tipografia de Pedro Ocharte
foi a obra Provisiones, Cedulas, Instrucciones
de S. M..., com 218 folhas, in folio,
terminada em 23 de Novembro de 1563, e
que é geralmente conhecida por Cedulario
de Puga, porque o seu compilador foi Vasco
de Puga. Em 1570, imprimiu Opera medicinalia...
de Francisco Bravo, que é considerado
o primeiro livro de medicina impresso na
América. Em 1581 imprimiu o livro de
história natural Primera parte de los problemas
y secretos marauillosos de las Indias,
de Juan de Cardenas. Em 1567 dá à estampa
Constitución de la Cofraria de los
Juramentos, interessante obra sobre hábitos
e costumes. De 1569 é a Cartilla para
enseñar a leer, nuevamente enmendada y
quitadas todas las abreuiaturas que antes
tenía, que alguns consideram o primeiro
livro para alfabetização impresso na América.
O Tractado brebe de medicina y de todas las
enfermedades, de frei Agustín Farfan, foi
impresso em 1592, e é uma obra de medicina
doméstica. Do ponto de vista tipográfico,
as obras mais notáveis impressas por
Ochart são o Psalterium, de 1548, e o
Antiphonarium, de 1589.
Pedro Ochart utilizou diversos formatos e
toda a sorte de tipos, que às vezes combinou
numa mesma obra, tendo também utilizado
muitas gravuras e diversas letras capitais.
As suas obras caracterizam-se por uma
grande imprecisão ortográfica, pois que no
mesmo livro imprime a mesma palavra com
diferentes grafias, fazendo o mesmo no que
respeita aos nomes próprios. A mesma
imprecisão se nota no uso de letras maiúsculas.
Contudo, é preciso não esquecer que
estamos numa época que coincide com o
período de fixação da língua castelhana.
Algumas vezes trabalhou de parceria com
outros tipógrafos, como são exemplos os
casos de Graduale Dominicale de 1576, que
imprimiu em conjunto com Antonio Espinosa,
e o Vocabulario en lengua çapoteca, de
1578, em que o parceiro foi Antonio
Ricardo.
OGLIN, ERHARD - Natural de Reutlingen,
este impressor alemão foi oficial impressor em
Basileia durante a última década do século XV
e em 1505 instalou-se em Augsburgo onde
imprimiu associado com Hans Otmar e depois
com Jörg Nadler. De 1508 a 1518 trabalhou
sozinho tendo sido o primeiro impressor na
cidade de Augsburgo a utilizar caracteres
hebreus. Mas este tipógrafo é fundamentalmente
conhecido por ter sido o primeiro
impressor alemão que imitou e aproveitou o
invento de Ottaviano Petrucci para gravar tipos
musicais embora sem a elegância dos do italiano.
Debaixo da direcção do famoso humanista
Conrad Celtes imprimiu em 1507 as Melopoeiae
de Petrus Titonius, constituídas por vinte e
duas peças musicais a quatro vozes.
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Livro1 9/12/02 12:01 Page 101
OLIVARES, ANTÓNIO SERRA - Catalão
nascido em Barcelona em 1818, notabilizouse
em várias disciplinas do saber como a
Linguística, a Música e o Desenho, aplicando
os seus vastos conhecimentos ao serviço
das artes gráficas. Olivares modificou a
caixa espanhola de tipos, construindo-a
numa só peça de madeira, facilitando a composição
manual dos tipos, pois que até aí a
caixa alta e a caixa baixa eram constituídas
por duas peças separadas. Escreveu o
Manual de la Tipografia Española, editado
em Madrid em 1852.
OLIVEIRA, HENRIQUE VALENTE de -
Impressor português do século XVII, em
casa do qual foi impresso o periódico O
Mercúrio, que apareceu em Janeiro de 1663
e cuja linha editorial era a da defesa da independência
portuguesa, noticiando as guerras
entre os dois países ibéricos. Porém,
também incluía notícias da vida mundana da
época e mesmo uma secção sobre espectáculos
públicos como as touradas. Henrique
Valente de Oliveira foi tipógrafo dos
duques de Bragança.
ORTAS - Com este apelido trabalharam em
Portugal os tipógrafos judeus Samuel e
Abraão d’Ortas, provavelmente oriundos de
Orthez nos Pirinéus.
Foram proprietários da oficina tipográfica
situada em Leiria que produziu, tanto quanto
se conhece, entre 1492 e 1496, e possuíam
três tipos de caracteres quadrados e
um rabínico. Abraão, um dos três filhos de
Samuel d’Ortas, parece ter sido o principal
gráfico da oficina e ter mesmo aberto as
matrizes e fundido os caracteres.
A primeira obra impressa na oficina de Leiria
foram os Provérbios de Salomão, executados
em 1492, obra custeada por Samuel Kolodro.
Em 1494, a oficina hebraica imprime os
Profetas primeiros, em 1495 Abraão d’Ortas
imprime O caminho da vida, e em 1496 as
tábuas astronómicas de Zacuto. Após o decreto
de D. Manuel que ordenou a expulsão dos
judeus os d’ Ortas saíram de Portugal.
ORGA - Apelido dos irmãos valencianos
José e Tomás, filhos do tipógrafo José Orga.
Do seu prelo saiu a primeira edição, em dez
volumes, da tradução para castelhano da
Bíblia de Pde. Felipe Scío de San Miguel, a
primeira autorizada em Espanha, depois do
Concílio de Trento. Esta obra foi impressa
entre 1790 e 1793, com numerosas gravuras.
OTMAR, SYLVAN - Impressor de Augsburgo,
partidário do movimento da Reforma,
que imprimiu a Bíblia de Lutero, de
que o seu pai já havia impresso catorze
edições. Imprimiu também a Theologica
Germanica, cuja leitura Lutero recomendava.
PABLOS, JUAN - Nome castelhanizado do
compositor manual italiano Giovanni Paoli,
natural de Bréscia na Lombardia. Juan
Cromberger, principal impressor em
Sevilha, decidiu em 1539 fundar uma
tipografia no México, funcionando como
sucursal da oficina andaluza. O novo empreendimento
de Cromberger foi encorajado
pelo arcebispo espanhol no México,
Zumárraga, e pelo vice-rei Mendoza.
Em 12 de Junho de 1539, Cromberger e
Juan Pablos assinaram um contrato de acordo
com o qual Pablos seria tipógrafo e gerente
da tipografia a implantar no Novo
Mundo, reservando o alemão o direito de
colocar um representante junto do italiano
para fiscalizar todos os movimentos comerciais
da nova gráfica. Nem Pablos nem a
mulher receberiam qualquer salário, embora
ela tivesse que cuidar da lida da casa onde
se instalavam o impressor e o auxiliar que
os acompanhavam. Tinha de imprimir três
mil folhas por dia e ficava responsável por
todos os erros de composição e pela revisão
das provas, embora não pudesse dispor dos
lucros proporcionados pela oficina, para
além do mínimo e indispensável à sua
própria manutenção e à da oficina. Juan
Pablos estava ainda proibido de fazer
sociedade em qualquer outro negócio. Para
além disto ainda teria de servir como agente
de vendas de livros e mercadorias enviados
de Espanha por Cromberger.
Pablos não dispôs de nenhum capital para o
novo empreendimento e até as despesas da
viagem, as da mulher e do impressor, eram
pagas pelo patrão que custeava também os
fretes de transporte do material e do prelo.
O contrato de sociedade previa que esta
teria a duração de dez anos, findos os quais
seriam feitas as contas definitivas.
Deduzidas as despesas de transporte,
salários, renda da casa, gastos pessoais de
Juan Pablos e da mulher e da amortização
do material e do prelo, o italiano receberia
um quinto dos lucros líquidos. Em todos os
livros impressos na oficina mexicana tinha
de figurar no colofão a expressão na casa de
Juan Cromberger. O contrato entre o
alemão e Juan Pablos não teve longa
duração pois que vigorou apenas entre 12 de
Junho de 1539 e Setembro de 1540, data da
morte de Cromberger.
Vencidas as grandes dificuldades de uma
viagem transatlântica naqueles remotos
tempos, as caravelas e galeões atracam em
Veracruz em Setembro de 1539, e depois à
capital, la Tenochtitlan de los aztecas, situada
num planalto a mais de dois mil metros
de altitude.
Para além de Pablos chegavam ao México
sua mulher, Jeronima Gutierrez, e um competente
impressor, o piemontês Gil (ou
Gilberto) Barbero, natural de Roecaverano.
Para além deles viajou também um ajudante
negro. Juan Pablos, recém chegado, não perde
tempo, pois no próprio ano em que aportou,
1539, deu à estampa a Doctrina
Cristiana em língua indígena e castelhana,
pequena brochura de doze folhas, impressa
com tipo gótico e tamanho in quarto, de que
se fizeram anos depois várias reimpressões
em diferentes tamanhos e línguas. Assim se
tornou Juan Pablos no primeiro tipógrafo a
dar à estampa em terras da América. Em
1540 Pablos imprime Manual de Adultos e
em 1541 o primeiro jornal, uma simples
folha com o fim de informar sobre o terramoto
de 11 de Setembro de 1541 que
destruiu a primeira cidade fundada na
Guatemala. No ano de 1548 aparece o seu
nome, pela primeira vez, no colofão da obra
Doctrina Cristiana en lengua española y
mexicana, hecha por los religiosos de ala
Orden de Santo Domingo, um livro in quarto,
de 154 folhas, a duas colunas, uma em
espanhol e a outra na língua nativa dos
índios. Em 13 de Julho de 1554, Juan
Pablos terminou a obra Dialectica Resolutio
cum texto, primeiro livro composto com
tipos romanos no México e, no mesmo ano,
os Dialogos de Cervantes Salazar e
Recognitio Sumularum. Em 1560 o piemontês
publica a sua última obra, o Manuale
Sacramentorum.
Por volta do final do ano de 1560, princípios
de 1561, morre aquele que foi o pioneiro da
tipografia no Novo Mundo, pois que em 21
de Agosto de 1561 já encontramos a viúva a
administrar os bens. Sucede-lhe à frente da
oficina Pedro Ocharte, que tinha sido seu
empregado e que se casara com uma filha de
Juan Pablos.
PADERBORN, JOÃO de - (Ver Vestfália, João
de)
PALMART, LAMBERTO - Tipógrafo alemão
nascido em Colónia que, ao que parece,
procedente de Paris, chegou a Espanha por
volta do ano de 1473 ou 1474, e instalou
uma oficina tipográfica em Valência. Julgase
que foi o primeiro impressor que trabalhou
na cidade e que é o autor dos
primeiros incunábulos impressos naquela
urbe e que não ostentam o nome do impressor.
Há porém estudiosos que dizem ter sido
Alfonso Fernández de Cordoba o primeiro
impressor em Valência, enquanto que outros
dão essa primazia aos Vizlant que consideram
ter sido impressores. Deve ter tido
relações comerciais com os Vizlant, família
de comerciantes de livros estabelecida na
cidade e de que se não sabe ao certo se também
actuou no negócio de impressão.
Atribui-se-lhe hoje a impressão de Les obres
o trobes davall scrites les quals tractem de
lahors de la sacratissima Verge Maria e um
texto de Salustio impresso em 1475.
É só em 1477 que aparece La Tertia Pars
summa, de S. Tomás de Aquino, o primeiro
impresso onde Palmart aparece mencionado
como impressor.
Palmart trabalhou em Valência até 1490 ou
1492, tendo impresso muitas e variadas
obras. Delas se destacam a Cosmographia,
de Pomponio Mela, impresso em 1482, Los
Furs... del regno de Valencia, também de
1482, Lo primer del Cartoxá e a Omelia
sobre lo Psalm De profundis, impresso em
1490.
Lamberto Palmart trabalhou em 1477 e
1478 em associação com Alfonso Fernández
de Cordoba tendo os dois impresso a Bíblia
numa tradução de Frei Bonifácio Ferrer, de
que apenas hoje existe uma folha na
Hispanic Society de Nova York.
PALOMINO, JUAN BARNABÉ - Importante
gravador espanhol da primeira metade do
século XVIII. As primeiras obras de
Palomino são estampas do próprio Palomino
ou obras do seu tio Acisclo Palomino. Em
1724 desenhou e gravou o Triunfo da Fé
para a obra de Francisco Jesús Maria de San
Juan del Puerto e Patrimonio seráfico de
Tierra Santa, impresso em Madrid em 1724.
No final do primeiro quartel do século
XVIII, Palomino é já considerado o gravador
madrileno de técnica mais apurada e um dos
primeiros de Espanha.
PANNARTZ, ARNALDO - Tipógrafo alemão
que em conjunto com Conrado Sewynheim
introduziu a tipografia em Itália. Imprimiu
no mosteiro de Subiaco e em Roma. Foi
chamado a Itália pelo cardeal espanhol Juan
de Torquemada que em 1464 estava à frente
do mosteiro de Subiaco, pequena localidade
perto de Roma. Em 1474 Pannartz separouse
de Sweynheim. Pannartz continuou a
imprimir em Roma até ao seu falecimento
em 1476, e Sweynheim começou a trabalhar
em gravura de cobre, especialmente de
mapas, para uso de outros impressores. (ver
Conrado Seweynheim).
PAOLI, GIOVANNI - (Ver Juan Pablos).
PAREDES, JULIÁN - Primeiro impressor
da Gaceta de Madrid, que apareceu em
1661, e que teve oficina gráfica entre os
anos de 1647 a 1701. A Gaceta de Madrid
foi depois impressa em diversas oficinas. A
partir de 1678 é impressa por Bernardo de
Villadiego que trabalhou entre 1665 e 1693.
Depois, a partir de 1697, Antonio Roman
encarregou-se da impressão da Gaceta, no
que foi seguido pelos seus herdeiros.
PARIX, JUAN - Alemão natural de Heidelberg
(Ihoannes Parix), que imprimiu o primeiro
livro executado em Espanha de que se
conhecem exemplares, o Sinodal de
Aguilafuente, impresso em Segóvia no ano
de 1472, e que é a compilação das actas de
um sínodo, presidido por Juan Arias
D’ávila, realizado na igreja de Santa Maria,
em Aguilafuente. Na catedral de Segóvia
existem cinco exemplares deste livro. Antes
de vir trabalhar para Segóvia, Parix terá
exercido a sua profissão em Roma. A sua
actividade em Espanha decorreu entre os
anos de 1472 e 1474 pois que em 1475 já
trabalha na cidade francesa de Toulouse.
Em Espanha este impressor imprimiu ainda
Modus confitendi, de Andrés de Escobar,
Expositiones nominum legalium, Apparatus
libri Institutionum, de Johannes de Platea e
Singularis iuris de Ludovicus Pontanus,
entre outras obras, todas impressas no
período que medeia entre 1472 e 1474.
Em Toulouse, onde viveu e trabalhou até à
sua morte, ocorrida em 1502, associou-se
sucessivamente a Henricus Turner e
Stephanus Clébat, tendo a partir de 1490
trabalhado por conta de outrem numa gráfica
da cidade.
PAZ - Nome de família de impressores que
ocupou um destacado lugar na Galiza trabalhando,
nomeadamente, em Santiago de
Compostela, a partir de 1541. Nesta data
começa a trabalhar Augustín Paz, que faz
trabalhos impressos em Zamora, Astorga,
Mondoñedo e Oviedo. Augustín morrerá na
prisão em Santiago de Compostela. Sucedelhe
sua viúva Beatriz Pacheco e depois seu
filho Luís de Paz que trabalhará entre 1578
e 1605.
Augustín Paz iniciou a sua actividade como
impressor independente em Zamora no ano
de 1541, imprimindo em conjunto com Juan
Picardo a Crónica general de España, de
Florian de Ocampo. Depois passa a trabalhar
em Astorga em 1546 e 1547 e aí imprime
o Misal Astoricense e o Manual
Astoricense, de 1546 e 1547 respectivamente.
Em Astorga imprime ainda, naqueles
anos, o Dialogo entre los sabios de Cristobal
de Castillejo, e Thesoro de los Angeles, de
Francisco de Evia, Libro de albeyteria, de
Francisco de la Reina, entre outros.
Chamado pelo bispo Diego de Soto muda-se
para Mondoñedo onde em 1548 começa a
imprimir missais e breviários. Aqui executa
também, em 1550, as Horas de nuestra
señora según el uso romano. A sua última
impressão em Montoñedo foram os Colloquios
satiricos com un colloquio pastoril, de
Antonio de Torquemada, impresso em 1553.
Provavelmente neste ano muda-se para
Santiago de Compostela onde, porém, não
se conhecem impressos que tenham o seu
nome no colofão. Em 1555 começa a
imprimir em Oviedo. Executa aí as
Constituciones Sinodales del Obispado de
Oviedo, impressas em 1556. No mesmo ano
sai também do seu prelo o Breviarium
secundum consuetudinem Diocesis Ovetensis.
Depois é preso por dívidas e encarcerado
em Santiago de Compostela onde virá a
falecer.
Sua viúva, Beatriz Pacheco, imprime em
1562 o Cofessionario util y provechoso, de
Francisco de Vitória, e provavelmente outras
obras que não chegaram até nós. Depois
começa a trabalhar o filho de Augustín e
Beartiz, Luís de Paz, que também foi
livreiro, actividade a que aliás parece ter-se
principalmente dedicado. A sua primeira
obra deve ter sido as Constituciones del
Arcebispo Blanco, impressas em 1578.
Imprime depois várias obras, já no século
XVII, sendo que o seu último trabalho deve
ter sido o Synodo Diocesano que celebró el
Azebispo Maximiliano de Austria, executado
em 1605. Sucedeu-lhe seu filho Juan
Pacheco que imprimiu pelo menos dez obras
onde o seu nome aparece referenciado, embora
sejam conhecidas outras dez onde as
semelhanças tipográficas levam os investi-
gadores a também lhe atribuírem a sua
feitura.
A primeira obra de Juan Pacheco é uma
Bula de Clemente VII, de 1607. Em 1608
deu à estampa Breve Sumario y Relación de
lo que gozan y participan todos los hermanos
y confrades de la cofradia de la
Virgen... del Pilar de Zaragoça, obra que
imprimiu sem licença, razão pela qual foi
preso. Imprimiu até 1618, ano em que levou
ao prelo a sua última obra, o Libro del subsidio
que pagan todos los Benefícios,
Dignidades y Monasterios deste Arzobispado
de el señor Santiago. Em 1621, já viúvo,
ruma à América e nada mais dele se sabe.
PEDRO, MANUEL (filho) - Ilustre tipógrafo
portuense que foi mestre na Escola de Artes
Decorativas Soares dos Reis, no Porto. É
autor de diversos opúsculos como Estudos
sobre técnica de Composição tipográfica e
notas Tecnológicas sobre Composição
Tipográfica: I-Deitados, II- Paginação, IIIFólios
e Assinaturas.
PEDRO, MANUEL (pai) - Tipógrafo português
que trabalhou no Porto no princípio
do século XX. Filho de pobres aldeãos
durienses que um dia tentaram a sua sorte
na cidade, Manuel Pedro já é aprendiz de
tipógrafo aos nove anos de idade numa
pequena tipografia para as bandas de Santo
André (Praça dos Poveiros), com o ordenado
de um vintém. Depois trabalhou na Empresa
Literária e Tipográfica na antiga Rua de D.
Pedro. Foi membro dos corpos Directivos da
Liga das Artes Gráficas do Porto tendo
entrado nas grandes lutas do principio do
século pela implementação do regime das
oito horas de trabalho e do descanso semanal.
Trabalhou também em Coimbra onde
produziu trabalhos artísticos de grande
valor gráfico. Mais tarde emigra para o
Brasil onde trabalha nas mais modernas
tipografias da América do Sul.
É autor de vários livros sobre a divina arte
negra. De 1944 é o seu livro Tipógrafos ilustres
e de 1945 Gutenberg e a Arte na Imprensa.
Em 1946 escreve Os caracteres de
Imprensa e a Tipografia Científica e, no ano
seguinte, Os Burros dos Tipógrafos, Os
Amores de Gutenberg e As Artes Gráficas.
Em 1948 surge outro seu livro, o Dicionário
Técnico do Tipógrafo e em 1949, O Guia
Profissional do Tipógrafo.
Faleceu com 67 anos de idade no ano de
1956.
PÉREZ, DIEGO - Impressor espanhol do
século XVII, contemporâneo de Luis
Estupiñan, que imprimiu a primeira edição
do poema épico religioso Cristiada de Frei
Diego de Hojeda (1611) e o primeiro tratado
impresso em Espanha de óptica fisiológica,
Uso de los antoios para todo género de
vistas, de Benito Daza de Valdés (1623),
obra com muitas gravuras que ilustram o
texto.
PETRUCCI, OTTAVIANO - Tipógrafo em
Fossombrone e Veneza e que também fundou
uma fábrica de papel que esteve em
laboração até ao século XIX. Em 1498 foilhe
concedido privilégio para a impressão de
musica pelo Senado veneziano. No ano de
1500 montou uma tipografia exclusivamente
dedicada à impressão de música. O
seu primeiro trabalho nesta nova tipografia
foi Harmonice musices ahecatin, executado
em 1501. Em 1514 voltou a Fossombrone,
acompanhado de fundidor Francesco de
Bologna. Veneza, porém, continuou a ser o
principal centro tipográfico de música
impressa.
PEZZANA - Família de tipógrafos de Veneza
que trabalhou na cidade no século XVII e
que chegou a ter em laboração vinte e sete
oficinas gráficas. Lorenzo Pezzana e seu
filho Nicolo Pezzana distinguiram-se sobretudo
pela impressão de bíblias e obras litúrgicas.
PFISTER, ALBRECHT - Impressor tudesco
que imprimiu no continente europeu o
primeiro livro ilustrado. Trata-se de uma
obra de Ulrich Boner, com o título Edelstein,
impressa em Bamberg em 1461. Este
impressor adquiriu provavelmente tipos a
Gutenberg, tendo tido uma actividade muito
curta pois iniciou-a em 1460 e faleceu em
1466. Conservam-se cinco obras impressas
por Pfister. De entre as obras que imprimiu
podem referir-se Der Ackermann von
Boehmen, de 1460, uma colecção de fábulas,
Der Edelstein, de 1461, como acima se indicou,
Buch der vier Histoiren, uma edição em
alemão e outra em latim da Biblia pauperum
com 34 páginas, e uma tradução para o
alemão do poema latino Belial, de Jacopo da
Teramo, bispo de Espoleto.
PHEMISTER, ALEXANDER - Gravador de
caracteres que em 1861 emigrou para os
Estados Unidos e que foi um dos sócios da
Fundição Franklin, em Cincinnati. Os caracteres
novos que criou foram conhecidos nos
Estados Unidos com o nome de franklin old
style.
PHILIPPE, NICOLAS - Impressor que em
conjunto com Marc Reinhart foi o responsável
pela abertura da segunda tipografia
criada na cidade francesa de Lyon. Em 1477
imprimiu Pratique nouvelle du droit.
Também imprimiu em 1478 a Légende
dorée, obra abundantemente ilustrada, e em
1482, Fais de Jason e o Mirouer de la Vie
humaine.
PIFERRER, TOMÁS - Notável tipógrafo de
Barcelona que imprimiu em 1764 a
Máscara real, o seu melhor trabalho
tipográfico.
PIGOUCHET, PHILIPPE - Famoso pelo
Livro de Horas que imprimiu para Simon
Vostre em 1491, este impressor parisiense
especializou-se neste tipo de livros de
pequeno formato, impressos com caracteres
góticos e com decorações, que imitavam as
cópias manuscritas que se utilizavam antes
da utilização da imprensa de tipos móveis.
O trabalho de Pigouchet foi imitado por
Thielmann Kerver, outro impressor parisiense
que imprimia livros de horas.
PINELLI - Família de impressores venezianos
que teve oficina gráfica na cidade durante os
séculos XVII e XVIII. António Pinelli, um
dos membros da família que ostentava o
título de impressor ducal, imprimiu em
1623 a História Veneta, de Andreas Morsoni.
PINPIN, TOMAS - Primeiro impressor
nascido nas Filipinas que aprendeu a
imprimir com Juan de Vera que havia dado
à estampa em 1602 o livro Doctrina
Cristiana.
PIRANESI, GIOVANNI BATTISTA - Um
dos maiores nomes da gravura artística setecentista.
Nasceu em Veneza em 1720 e
depois de estudar arquitectura estabelece-se
em Roma onde se relaciona com Salvi,
arquitecto da famosa Fonte de Trevi, e com
Van Vitelli. Depois foi aluno do gravador
Vasi, também arquitecto, autor de vistas de
Roma. Piranesi decide então dedicar-se à
gravura. Em 1743 edita a Prima Parti Di
Archtettura e Prospectiva. Depois edita a
primeira edição dos Carceri de 1745, considerada
uma obra prima da água forte.
Piramesi deixou-nos cerca de 2000 matrizes,
na maior parte de grandes dimensões,
produzidas na oficina onde também trabalharam
os seus filhos.
PLANCK, JOHANNES - Tipógrafo germânico
também conhecido por Juan Plank pois
que imprimiu em Espanha, nas cidades de
Barcelona e Saragoça. Alguns estudiosos
consideram que Juan Plank e Juan de
Salzburgo são a mesma pessoa, mas outros
notam haver diferenças significativas no trabalho
de um e outro. Plank foi sócio de
Botel e Holtz e os três imprimiram em 1473,
provavelmente em Barcelona, a Ethica ad
Nichomacum, de Aristóteles. Também trabalhou
associado com Paulo Hurus, pois
que em 1476/77 imprimiu em conjunto com
ele e com Botel, em Saragoça, a Vita et transitus
S. Hieromyni.
Depois da morte de Holtz, Plank e Botel
constituem nova sociedade em 1477, e em
1478 ambos imprimem em Saragoça a
Expositio Missae, de Parentinis.
Entre 1480 e 1484, em Saragoça, imprime
em conjunto com Hurus livros de Esopo,
Torquemada e Roselis, entre outros.
PLANTIN, CHRISTOPHE - Este impressor
de origem francesa exerceu a profissão em
Antuérpia. Nasceu em 1520 e faleceu em
1589. Foi aprendiz de encadernador em
Caen mas o seu desejo de se tornar impressor
leva-o a adquirir em Paris uma parte do
material de Garamond. Regressado a
Antuérpia em 1548 monta a sua tipografia,
uma casa bem equipada e financeiramente
sólida. Em 1570 foi nomeado impressor de
Filipe II de Espanha e, por influência deste,
obteve da Santa Sé o monopólio de imprimir
livros litúrgicos em todos os países à época
dominados por Espanha. Por volta de 1570,
Plantin tinha uma das maiores oficinas gráficas
da Europa, uma casa onde funcionavam
vinte e dois prelos. Como a oficina
já não coubesse nas quatro casas que ocupava,
Plantin comprou uma propriedade que
ainda hoje existe e onde está instalado o
Museu Plantin-Moretus. O expoente máximo
da carreira tipográfica de Plantin foi a
edição da Bíblia Poliglota. Para poder publicar
os seis volumes planeados, os quais continham
texto em latim, grego, hebreu e
caldeu, o impressor pediu ajuda ao rei de
Espanha que lhe concedeu um adiantamento
de 6000 ducados os quais deveriam ser
pagos em número equivalente de exemplares
da obra completa. A obra, porém,
viria a ser constituída por oito volumes
fazendo subir o seu custo muito acima do
inicialmente previsto. A edição foi publicada
de 1568 a 1573, tendo sido impressos mil e
duzentos exemplares. Para além destes,
Plantin deu à estampa doze exemplares em
velino que destinou ao rei.
Dificuldades financeiras, algumas das quais
causadas pela instável situação política vivida
em Antuérpia, levaram Plantin a deixar a
oficina na cidade ao cuidado dos seus genros
e a radicar-se em Leida, em 1582, onde as
autoridades universitárias o nomearam
impressor da Universidade, função que
desempenhou durante três anos. Acalmada
a situação política em Antuérpia, regressa e
volta a imprimir na cidade até ao seu passamento
em 1 de Julho de 1589.
POESCHEL,CARL ERNEST - Impressor e
editor de Leipzig que nasceu em 1874 e faleceu
em 1944. Começou a trabalhar na oficina
gráfica de seu pai, a Poeschel & Trepte,
fundada em 1870. Dedicou toda a sua vida à
impressão de belos livros. Foi o fundador da
Janus-Press.
POLONO, ESTANISLAO - Tipógrafo polaco
que em conjunto com Meinardo Ungut,
ambos procedentes, ao que parece, de
Nápoles, da oficina de Matías Moravus, foi
chamado a Espanha pelos Reis Católicos,
tendo trabalhado em Sevilha e Alcalá de
Henares. Por vezes o seu nome apresenta
algumas variantes como Ladislao, Stanislao,
Lançalao ou Estanyslan. Em conjunto com
Ungut imprimiu cerca de sessenta obras em
Sevilha.
Depois da morte de Ungut em 1499, Polono
prossegue a sua actividade tipográfica
dando à estampa La Coronación, de Juan de
Mena e o Manual de Doctrina, de Fernández
de Santaella, ambos do ano de 1502. Neste
mesmo ano muda-se para Alcalá de
Henares, a instâncias do Cardeal Cisneros, e
nesta cidade permanece até 1504. Aqui
imprime nove obras, a primeira das quais é
a Vita Christi de Ludolfo de Saxónia, dada à
estampa em 1502.
Sem deixar a oficina de Alcalá de Henares
imprime também em Sevilha, onde associado
com Jacobo Cromberger executa em
1503 o Libro de Marco Polo numa tradução
de Rodrigo Fernández de Santaella, a Logica
de Pedro Hispano, Opera, de Aurelio Flaco e
o Tractado de la immortalidad del ánima, de
Santaella.
Em 1504 regressa definitivamente a Sevilha,
sem que se conheçam mais obras por si
impressas.
PONDE, ARTHUR - Gravador inglês nascido
em 1705 e que morreu em 1758. É considerado
o primeiro a utilizar a técnica de
gravura maneira de crayon, muito adaptada
às grandes produções. Esta técnica de
reprodução seria mais tarde abandonada
com o aparecimento dos processos fotomecânicos.
PORTONARIIS - Nome de família de tipógrafos
que imprimiram em Salamanca e que
também aparecem referenciados como
Portonaris ou Portonarijs. Originários de
Itália, estabeleceram-se em Lyon tendo
alguns dos seus membros passado a trabalhar
em Espanha, sobretudo em Salamanca,
embora também tenham exercido o ofício de
impressores em Medina del Campo e em
Saragoça.
Andrea de Portonariis foi um dos mais
importantes impressores de Salamanca e os
seus irmãos Vicente, Gaspar e Pedro exerceram
a actividade de livreiros, embora
Vicente e Gaspar tenham realizado ocasionalmente
alguns trabalhos impressos.
Andrea tinha nascido em Tridino, na Itália,
e em 1545 está instalado em Medina del
Campo como editor e livreiro, após o que se
mudará para Salamanca onde monta oficina
de impressão. A sua primeira obra impressa
é do ano de 1547 e é a Aurea frugifera commentaria,
de Diego Segura.
As suas impressões, de grande qualidade,
são numerosas. Em 1549 imprime o Vocabularium
ecclesiasticum de Rodrigo
Fernández de Santaella, e a Summa conciliarum
et pontificum, de Bartolomé de
Carranza.
Andrea Portonariis imprimiu todas as obras
de Aristóteles e diversas obras de clássicos
gregos e latinos como Homero, Platão,
Hipócrates, Cícero e Suetonio, bem como
textos de professores da Universidade de
Salamanca e dos maiores autores espanhóis
da época. Também imprimiu textos legais,
como os Estatutos da Universidade, e bastantes
livros litúrgicos. Uma das suas
impressões mais importantes são as Siete
Partidas, cuja impressão se iniciou em 1555
e com a qual obteve o título de tipógrafo
real. Andrea deve ter falecido em 1668, ano
em que contudo imprimiu Historia de Reyna
Saba, de Alonso de Orzco e Homiliae... in
psalmum miserere mei Deus, de Alonso de
Castro.
A oficina de gráfica passou à sua morte para
o filho, Domingo de Portonariis de Ursino,
que começara a trabalhar em 1569. A actividade
impressória de Domingo foi grande e
importante. O seu primeiro trabalho é a
Summa sacramentorum, de Francisco de
Vitoria, a que se seguem Alphabetum graecum,
de Fernando Valdés, La Araucana, de
Alonso de Ercilla, impresso em 1574, o
Cancionero, de Jorge de Montemayor,
impresso em 1571, Opera omnia, de Diego
de Covarrubias y Leyva e Chirugiae libri Sex,
de Andrés de Alcazar, estes últimos impressos
em 1577.
Em 1577, Domingo deixa Salamanca e
muda-se para Saragoça. Na cidade aragonesa
imprime, entre outras obras, o Tractatus
de unitate ovilis et pastoris, Libro primero
del valeroso y invencible principe don
Belianis de Garcia e Repertorium fororum et
observatiarum regni aragonum, de Miguel
de Molino. O seu trabalho impresso mais
importante executado em Saragoça é a
segunda parte dos Anales de la Corona de
Arágon, de Zurita, que deu à estampa entre
1579 e 1580.
Domingo de Portonariis de Ursino faleceu
em Saragoça no ano de 1585, tendo ostentado
os títulos de Tipógrafo de Su Magestad e
Impressor del Reino de Aragón.
PORTUENSE, FRANCISCO VIEIRA - Gravador,
gráfico e artista plástico português,
natural do Porto.
Recebeu a sua formação artística e profissional
na Aula de Desenho da Companhia
das Vinhas do Alto Douro. Depois foi para
Roma, completando a sua formação em
1789. Estudou com Covi e viaja pela
Alemanha e Inglaterra obtendo mais conhecimentos.
No regresso a Portugal, em 1800,
é nomeado professor da Aula onde se tinha
iniciado. Falecido em 1805, deixou uma
notável obra de pintura e gravura de características
românticas, movimento que então
começa a despontar.
POSA, PERE - Considerado o primeiro tipógrafo
catalão, nasceu em San Juan de
Avinyonet e trabalhou em Barcelona a partir
de 1481 associado com Pedro Brun com
quem imprimiu a Historia de Alejandro
Magno de Quinto Curcio Rufo e Ars brevis
de Raimundo Lulio, obras dadas à estampa
em 1481.
Tinha oficina na Rua da Boqueria, junto à
igreja de Nossa Senhora del Pino onde
executou numerosos trabalhos gráficos.
Ainda em 1481 imprime duas edições dos
Capitols i actes de la Cort e o Doctrinale de
Alexander de Villa Dei. Em 1482 dá à estampa
Suma de la art de arismetica, de
Santcliment e em 1483 Epistola de insulis
nuper inventis, a famosa carta de Cristóvão
Colombo a Luís de Santángel. No ano de
1484 é a vez de imprimir Modus epistolandi,
de F. Niger e o Libre de Consolat de mar. Em
1495 imprime Pastorale, de Eiximenis.
A sua actividade impressória prolonga-se
pelo século XVI. Em 1501 imprime Ars
Magna, em 1504 Ars generalis ultima,
Apostrophe e as Constitutiones noves e, em
1505, Arbore scientie, que deve ter sido a
sua última impressão. Sucedeu-lhe como
herdeiro de ofício o seu sobrinho com o
mesmo nome, que trabalhou em Barcelona a
partir de 1518.
PRADELL, JOSÉ EUDALDO - Criador de
novos tipos de letra, nasceu em Ripoll
(Gerona), em 1721. Trabalhou como fabricante
de punções e abridor de matrizes de
letras, primeiro em Ripoll e depois em
Barcelona. Em 1765 foi chamado por Carlos
III de Espanha para abrir matrizes e fundir
tipos para as tipografias espanholas e da
América espanhola. Fundiu várias famílias
de doze corpos desde glosilla, de sete pontos
e meio, até ao chamado Gran Canon de
quarenta e dois pontos. Os tipos que criou
são de grande beleza e legibilidade.
PRÉ, JEAN du - Impressor de Lyon, o
primeiro tipógrafo da cidade a imprimir em
1490 com caracteres romanos. Essa impressão
é as Satires, de Juvenal, terminada
a 2 de Dezembro daquele ano. Em 1491
imprimiu ainda dois volumes da Mer des
Histoires ilustrado com belas gravuras.
PUERTO, ALFONSO del - Juntamente com
Antonio Martínez e Bartolomé de Segura é
considerado o mais antigo tipógrafo de
Sevilha e mais antigo de nacionalidade
espanhola. (Ver Martínez, Antonio e Segura,
Bartolome).
PYNSON, RICHARD - Impressor que
sucedeu a Guillaume Faques como impressor
do Rei em 1509. Começou a imprimir
em Londres em 1490 tendo executado cerca
de 400 livros até à sua morte em 1530.
Os seus livros são considerados dos melhores,
do ponto de vista técnico e tipográfico,
de entre os incunábulos ingleses. Deu à
estampa o famoso Canterbury Tales. Foi
detentor de uma espécie de monopólio que
lhe permitiu imprimir todos os livros de
Direito e Códigos legais para uso dos juristas.
QUENTELL, HEINRICH - Impressor alemão
natural de Estrasburgo que imprimiu mais
de 300 obras em latim de literatura
medieval. Do seu prelo saíram ainda bíblias
ilustradas em dialectos alemães. Trabalhou
em Colónia partir de 1478, ano em que
imprimiu a sua mais importante publicação,
uma tradução da Bíblia em dois dialectos
alemães, e que é conhecida por Bíblia de
Colónia. O seu filho Pedro prosseguiu com o
negócio que só acabaria com a morte do seu
neto Johann em 1551.
QUILLARD, PIERRE ANTOINE - Gravador
francês que veio para Portugal tendo
sido nomeado para o serviço do rei D. João
V por volta de 1728, recebendo encomendas
de famílias nobres e do Paço da Ribeira,
também pintando retratos e temas religiosos.
Como gravador, Quillard ilustrou várias
obras, destacando-se nas gravuras avulsas
Lançamento ao Mar da Nau Lampadosa,
Dança do Outavado, e Fogo de Artifício.
QUIÑONES, MARIA de - Uma das poucas
mulheres impressoras que constam do pé de
imprensa de trabalhos tipográficos, trabalhou
em Madrid por volta de 1628 até 1666.
Foi mulher do impressor Pedro Madrigal,
filho do impressor com o mesmo nome. Em
1603 ou 1604, morre Pedro Madrigal
(filho), e Maria de Quiñones volta a casar,
desta vez com Juan de la Cuesta.
Desaparecido este, começam a aparecer trabalhos
gráficos assinados por Maria de
Quiñones, como é o caso das Obras do
Conde de Villamediana, de 1635, Discurso
de la nobleza de España, de 1636, da autoria
de Barnabé Moreno de Vargas, Thesaurus
verborum, de 1644, de Bartolomé Bravo,
Honor del gran patriarca San Ignacio de
Loyola, de Juan Eusébio
Nieremberg, impresso em 1645, Autos
sacramentales com quatro comedias nuevas
y sus loas y entremeses, de 1655, e Sarao de
Aranjuez, de 1666, de Jacinto de Ayala, que
é considerado o último trabalho de Maria de
Quiñones. Faleceu em 5 de Julho de 1669.
RACKHAM, ARTHUR - Ilustrador de livros
e desenhador famoso, de nacionalidade
inglesa. Notabilizou-se especialmente com
as suas inimitáveis ilustrações a cores.
RAEFF, CANON POUL - Impressor dinamarquês
do século XVI que imprimiu obras
religiosas ao serviço da Igreja Católica, de
conteúdo contrário ao movimento da Reforma,
cujas ideias então se generalizavam
nos países nórdicos. Do seu prelo saiu também
o missal Nidrrosiense que lhe foi
encomendado pelo bispo de Nidaros, na
Noruega.
RAIMONDI, MARCO ANTÓNIO - Gravador
italiano, em actividade desde aproximadamente
1500 até 1527, e que se tornou em
Roma o grande divulgador das obras de
Rafael, reproduzindo fielmente os seus trabalhos.
Marco António Raimondi foi uma
das vítimas do cerco de Roma, em 1527,
pelo exército de Carlos V, pelo que deixou
de gravar a partir desta data.
RATDOLT, ERHARD - Alemão natural de
Augsburgo que imprimiu em Veneza, de
princípio associado com Bernhard Maler e
Pedro Laeslein. Na sua impressão de 1476
do Calendarium Regiomontanus, com uma
edição latina e outra italiana, aparece pela
primeira vez a página de rosto. Na primeira
página aparecem o título, o nome do autor,
a cidade, a data de impressão e o nome dos
impressores. Pela primeira vez também é
usada nesta obra numeração árabe para a
datação, assim como é também a primeira
vez que são usadas em Itália iniciais
gravadas. Este impressor especializou-se na
produção de obras de astronomia e de
matemática. A obra mais notável que
executou é a Geometria, de Euclides de
1482, com mais de quatrocentos gravados
de madeira, letras iniciais e figuras
geométricas. Em 1486 o tipógrafo regressou
à Alemanha onde continuou a trabalhar activamente
até à sua morte em 1528.
REGIOMONTANUS, JOHANNES - Nome
latinizado por que foi mais conhecido o
impressor alemão de Nuremberg, Johann
Mueller de Koenisberg, cuja oficina teve
curta existência e não pode levar a cabo o
seu projecto de imprimir obras científicas.
REINER, IMRE - Húngaro nascido em 1900
que é considerado um dos mais importantes
artistas gráficos e tipógrafos do século XX.
Naturalizou-se suíço e ilustrou muitos livros
tendo também escrito obras sobre tipografia.
Desenhou o tipo conhecido por
Corvinus para a Bauersche Giesserei.
REMONDINI - Família de tipógrafos italianos
do século XVIII que exerceu a actividade
tipográfica em Bassiano, perto de
Veneza. Tinha uma grande casa gráfica com
mais de quarenta prensas e quase mil trabalhadores.
RENNER, PAUL - Criador de tipos que em
1928 criou o célebre tipo de letra conhecido
por Futura. Estudou arquitectura e pintura
e a partir de 1934 dedicou-se a esta última e
escreveu sobre tipografia e fez estudos da
cor. Criou também o tipo Renner Antiqua
em 1939. Faleceu em 1956 com 78 anos de
idade.
REUWICH, ERHARD - Tipógrafo alemão
que imprimiu em Móguncia (Mainz), um
dos mais belos livros ilustrados na Alemanha
nos alvores da arte tipográfica, a
Peregrinatio in Terram Sanctum.
REVILLA, FRANCISCO - É um dos mais
importantes tipógrafos espanhóis do século
XVIII, embora tenha ainda começado a trabalhar
no século XVII. Trabalhou em
Saragoça na Rua de San Lorenzo a partir de
1698, ano em que imprimiu a Dissertación
del Martyrio de Santo Dominguito de Val de
Diego José Dormer. Em 1699 executa
Letras que se cantan en la Santa Iglesia
Metropolitana del Asseo de Zaragoza, onde
aparece mencionado como impressor da
Inquisição. Terá terminado a sua actividade
no ano de 1752.
RIBEIRO, ANTÓNIO - Impressor estabelecido
em Lisboa nos finais do século XVI.
Também teve oficina em Almeirim, de parceria
com Francisco Correa, e pelos anos de
1581, em Vila Verde. Tinha como marca
tipográfica uma palmeira com os ramos
superiores cingidos por uma coroa. Sobre a
coroa aparecia o sol. Ao lado dos troncos
duas figuras, uma representando o rio
Douro e a outra o rio Minho. Todas as figuras
estavam circunscritas numa oval que era
formada pela divisa Virtus media utroque
gandet. Imprimiu em Lisboa no ano de 1578
a obra intitulada Felicissima victoria concedida
del cielo al señor don Juan d’áustria en
el golfo de Lepanto... de Jeronymo Côrte
Real.
RIBEIRO, ANTÓNIO ÁLVARES - Impressor
português dos últimos anos do século
XVIII, que era filho de António Álvares
Ribeiro Guimarães, que também foi impressor
e com o qual aparece muitas vezes confundido.
Estava estabelecido na Rua de
S. Miguel n.º 260, no Porto, onde exerceu
actividade de livreiro e tipógrafo. O primeiro
trabalho que conhecemos saído dos seus
prelos é o Guia de Pecadores, de frei Luís de
Granada, impresso em 1749. Daí em diante
a sua actividade tipográfica foi sempre em
crescendo tendo trabalhado para a Mitra da
cidade do Porto. Exerceu a sua actividade de
tipógrafo pelo menos até 1803. Depois da
sua morte, em 1812, a viúva e os filhos continuaram
a imprimir muitas obras até meados
do século XIX, apesar do incêndio que
em 1820 destruiu totalmente a oficina.
Nessa altura a empresa passou a laborar na
Rua dos Lavadouros, n.º 16.
RIBEIRO, ANTÓNIO BAPTISTA - Um dos
primeiros a imprimir litográficamente no
Porto. Nascido em Vila Real em 1796, faleceu
no Porto em 29 de Julho de 1868. Foi
também pintor e professor de Desenho da
Academia de Marinha e Comércio da Cidade
do Porto e director do Museu Portuense fundado
pelo Duque de Bragança, fituro rei D.
Pedro II. Conhecemos trabalhos litográficos
executados por João Baptista Ribeiro, entre
1833 e 1844. São dele os retratos de Manuel
da Silva Passos e de Sá da Bandeira, de
1832, D. Pedro, Duque de Bragança, fardado,
Princesa Amélia, ambos de 1833, retrato
de D. Maria II, de 1836, do Remechido,
de 1838, de Francisco de Almada e
Mendonça e de Teresa Tavola, de 1842, e de
1845 o retrato de Francisco da Silva Sousa.
RICARDO, ANTÓNIO - Impressor italiano
do Piemonte que em 1579 introduziu a
tipografia no Peru, imprimindo em Lima.
António Ricardo teve a protecção dos jesuítas.
O seu primeiro livro, um catecismo, foi
impresso em 1584. Imprimiu ainda confessionários,
leis e normas oficiais. Em 1596
deu à estampa o Arauco domado, de Pedro
de Oña e em 1597 é vez de imprimir o Libro
general de las recciones de plata y oro de
Juan Belveder.
RICHEL, BERNHARD - Impressor de
incunábulos em Basileia que imprimiu,
entre outras obras, várias versões em
alemão do Speculum humanae salvatones e
Fasciculus temporum, de Werner Roolewinck.
RICHOLFF, JÜRGEN - Impressor procedente
de Lübeck a quem o rei sueco Gustavo
Vasa encarregou de criar a Imprensa
Real sueca. Imprimiu em 1526 o Novo
Testamento em sueco pois que o rei havia
entrado num processo de rompimento de
relações com a Igreja romana. Em 1541 saiu
da sua prensa uma versão sueca da Bíblia,
chamada Bíblia de Gustavo Vasa.
RICKETTS, CHARLES - Decorador e ilustrador
de livros, de origem inglesa, dos
finais do século XIX, que trabalhou para a
tipografia Vale.
RIESSINGER, SIXTO - Tipógrafo que
depois de ter trabalhado em Roma introduziu
em Nápoles, em 1470, a imprensa de
tipos móveis. Trabalhou nesta cidade
durante dez anos, após o que regressou a
Roma. Imprimiu cerca de trinta livros,
sobretudo obras jurídicas, embora também
tenha impresso textos literários.
RITTER, CHRISTIAN - Encadernador
alemão que ao serviço da Companhia das
Indias Holandesa fundou em 1784 a
primeira tipografia na África do Sul, na
cidade do Cabo. Tratava-se de uma pequena
gráfica onde em 1796 se imprimiu um
almanaque e outros trabalhos miúdos.
RIVADENEYRA, MANUEL - Considerado
o mais importante tipógrafo e editor espanhol
do século XIX. Nasceu em Barcelona a
9 de Outubro de 1805. Trabalhou diversos
anos como tipógrafo em Barcelona tendo
sido admitido em 1823 na Imprenta Real de
Madrid. Porém, em 1824 ruma a Paris para
adquirir mais conhecimentos sobre a arte
gráfica, tendo depois estado na Suíça,
Bélgica, Holanda, Inglaterra e Alemanha.
Em 1829, regressado a Barcelona, estabelece-
se por conta própria como impressoreditor,
em sociedade com Bergnes de les
Cases. Imprime então obras de elevada
qualidade gráfica em que patenteia os conhecimentos
que entretanto adquirira. Em
1835 a sociedade dissolve-se e Manuel
Rivadeneyra parte para a América do Sul em
1837. Em Santiago do Chile monta uma
tipografia e casa editorial e dá à estampa
muitos livros. Regressado a Espanha em
1843, organiza então em conjunto com
Buenaventura Carlos Aribau, a Biblioteca de
Autores Españoles cujo primeiro volume
aparece em 1846.
ROBLES, PEDRO de - Impressor que trabalhou
em Alcalá de Henares entre 1563 e
1566, em Guadalajara em 1564 e em Lérida
entre 1566 e 1576. Em Alcalá de Henares
trabalhou associado com Francisco de
Cormellas sendo a sua primeira obra em
conjunto as Constituciones de la Congregación
de Sanct Benito de Valladolid. Sem
deixar de trabalhar em Alcalá imprime também
em sociedade em Guadalajara, em
1564, o Memorial de cosas notables, de
Iñigo López de Mendoza.
ROCHA - Família de impressores portugueses
do norte do país, de Vila Nova de Gaia,
hoje cidade de Gaia, que fundou na localidade
uma das mais importantes gráficas da
região e cujos trabalhos patenteavam elevada
qualidade gráfica.
Lívio Joaquim de Meireles Rocha, seguindo
as pisadas de seu avô paterno, o fundador da
gráfica em 13 de Abril de 1895, e de seu pai
António Rodrigues da Rocha, iniciou a sua
carreira profissional na Tipografia Rocha &
Irmão Sucessor em Setembro de 1939,
tendo sido aprendiz de composição manual
e de impressão tipográfica. Tinha nessa
altura 14 anos de idade pois nascera em 26
de Junho de 1925 na freguesia de
Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia, e
acabara de completar o 5º ano liceal no
externato de Gaia. A gráfica foi por ele
dirigida depois da morte de seu pai e apesar
das dificuldades, manteve-se ao longo dos
anos como uma das mais bem equipadas do
norte do país, executando trabalhos de elevada
qualidade gráfica, que seria reconhecida
não só pela atribuição de numerosos
prémios atribuídos por entidades independentes,
mas também porque importantes
organizações eram suas clientes, como é o
caso da Associação Industrial Portuense.
A empresa Rocha Artes Gráficas, sob sua
direcção, trabalhava também com alguns
dos maiores artistas gráficos do norte do
país. Lívio Rocha, para além de gráfico,
desenvolveu intensa actividade em diversas
organizações. Foi membro dos corpos gerentes
da Associação industrial do sector
gráfico, Presidente da Direcção do Lar de
Santa Isabel, Presidente da Assembleia
Geral do Centro Recreativo de Mafamude,
Secretário do Conselho Fiscal da Associação
Vilanovense de Socorros Mútuos, Presidente

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