quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dicionário dos Tipógrafos e Litógrafos Famosos 1





Dicionário de Tipógrafos e Litógrafos Famosos
© Rui Canaveira
Todos os direitos para a publicação desta
obra em Portugal reservados por Rui Canaveira
ISBN
2ª Edição: 2011-06-09
No seguimento das edições anteriores do
Dicionário de Tipógrafos Famosos, que aliás
se encontram de novo esgotadas, entendi
agora ampliar o dicionário alargando-o aos
Litógrafos que tambem fizeram história.
De facto, o processo de impressão litográfico
ganhou uma tal importância, até porque
deu origem à impressão offset, que se justifica
plenamente que um dicionário deste
tipo liste tambem as principais figuras da
impressão litográfica.
Um processo que, como o nome indica,
começou por utilizar como fôrma de
impressão uma simples pedra da Baviera.
Fico esperançado que o Dicionário de
Tipógrafos e Litógrafos Famosos possa ser
tão útil aos leitores interessados na História
das Artes Gráficas como sinto e sei terem
sido as edições anteriores do Dicionário que
só considerava os Tipógrafos.
Rui Canaveira

AA, PETER VAN der - Impressor e livreiro
holandês do século XVIII que teve casa gráfica
em Leiden. Imprimiu entre 1703 e 1706
a obra em dez volumes, em fólio, Opera
omnia de Erasmo.
ADAMS, JAMES - Primeiro tipógrafo a montar
um prelo em Wilmington, nos Estados
Unidos da América, em 1761.
ADEKIND, CORNELIUS - Impressor
alemão de origem judaica cuja família emigrou
para Pádua e Veneza no final do século
XV. É possível que Baruch, pai de Cornelius,
tenha sido empregado de Aldo Manúcio.
Cornelius converteu-se ao cristianismo e foi
chefe de impressão, e mais tarde revisor de
provas na oficina de Bomberg. Quando este
morreu, cerca de 1550, Cornelius Adekind
trabalhou para Giustiniani na impressão de
livros judeus.
ALANTANSI, ELIESER BEN ABRAÃO -
Físico e comerciante judeu que em 1485
montou oficina tipográfica em Hijar, na
província de Teruel e arquidiocese de Saragoça.
Os seus conhecimentos de tipografia
tinham-lhe sido ministrados em Valência
pelo ourives, impressor, gravador e fundidor
de caracteres tipográficos Alfonso
Fernandez de Cordoba. Para a montagem
da tipografia Alantansi associou-se a
Salomão Maimon Zalmati, de Jativa
(Sevilha), também judeu, antigo mestre de
Afonso Fernandez de Cordoba.
O equipamento da oficina tipográfica de
Alantansi era dos mais aperfeiçoados da
Península Ibérica e tanto podia servir para
a impressão de obras em hebraico como
para a feitura de livros em língua castelhana
ou portuguesa.
Na oficina tipográfica de Hijar imprimiramse
muitas obras das quais se destacam a
edição de Orah Chaiim (Caminho da Vida),
de 1485, de Jacob ben Asher, e que parece
ter sido a primeira produção da oficina. Aqui
também se imprimiu o Pentateuco e o
Manuale Cesaraugustanum. Ao todo conhecem-
se cinco obras impressas por este tipógrafo
judeu entre as quais uma Bíblia
Hebraica de 1486/87 que foi reimpressa em
1490 com comentários de Salomon ben
Isaac. É muito possível que todas estas
obras tenham sido custeadas por Zalmati
apesar deste só aparecer citado na última
Bíblia.
Alguns estudiosos da tipografia defendem
que Elieser Alantansi e Elieser Toledano,
tipógrafo que imprimiu em Lisboa, são a
mesma pessoa. Contudo, não há ainda
provas que permitam ter a certeza dessa
possibilidade embora muito do material
tipográfico utilizado em Lisboa seja o mesmo
do que foi empregue em Hijar.
ALBRIZZI, GIAMBATTISTA - Destacado
tipógrafo italiano do século XVIII que produziu
muitas obras na sua oficina de Veneza.
Em 1745 imprimiu uma excelente edição,
pelas suas gravuras, de Gerusalemme liberata,
de Tasso, com ilustrações de
Giambattista Piazzetta.
ALBUQUERQUE, LUIS da S. MOUSINHO -
Considerado o introdutor da Litografia em
Portugal, estudou na capital francesa, por
mera curiosidade, o novo processo impressório.
Em 1822 enviou ao pintor Domingos
António de Sequeira uma prensa e algumas
pedras litográficas e outros apetrechos
necessários para imprimir litográficamente,
bem como penas próprias para o desenho
litográfico. Apesar de nunca ter feito qualquer
impressão litográfica no nosso país,
ainda assim Luís Mouzinho de Albuquerque
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é considerado o introdutor da arte em
Portugal, pese embora seja possivel que a
impressão litográfica já fosse conhecida no
país desde a primeira invasão das tropas de
Napoleão, pois que nas tropas francesas
vieram oficiais possuidores de qualidades
artísticas e com conhecimentos técnicos da
nova arte como Lejeune, Lomet e o conde
Forbin.
ALEGRE, AVELINO - Gráfico português que
nasceu a 19 de Agosto de 1914, filho de
Cipriano Simões Alegre que em 1910 havia
fundado a Tipografia Comercial da Anadia a
qual tinha como principal objectivo a publicação
de um jornal que fosse o arauto das
instituições republicanas que então surgiam
em Portugal. Aos 15 anos de idade Avelino
Alegre já trabalha na tipografia e como o pai
não tinha desejo de abraçar em exclusivo a
vida de industrial gráfico, e era chefe da
Secretaria da Câmara Municipal da Anadia
e director do jornal Bairrada Livre, sendo
alvo de perseguição política pelo regime do
Estado Novo, é ele que em 1929 assume a
gerência da tipografia coadjuvado por familiares.
Em poucos anos a pequena gráfica
atingiu notoriedade e transformou-se numa
das casas gráficas mais importantes do distrito
de Aveiro. A empresa especializou-se
na produção de impressos para as Câmaras
Municipais e outros órgãos de poder local e
viveria uma fase difícil quando por ter
impresso o material de propaganda eleitoral
da candidatura do general Norton de Matos,
viu as encomendas daquelas entidades públicas
reduzidas a zero. Avelino Alegre haveria
contudo de ultrapassar esta situação de conseguir
a renovação da tipografia e de introduzir
o sistema offset. Foi ele aliás que introduziu
em Portugal a primeira máquina Roland
e deu uma ajuda na altura para conseguir a
representação pela empresa Polónio Basto.
Faleceu em 8 de Março de 1987 quando era
sócio gerente das empresas gráficas Cisial-
Cipriano Simões Alegre & Filhos Lda, e da
Lito Anadia- Alegres e Ribeiro, Lda, que
empregavam na altura cerca de cem trabalhadores.
Foi membro dos corpos gerentes,
pela região centro, da Associação industrial
do sector gráfico.
ALLDE, EDWARD - Impressor londrino que
nasceu em 1584 e faleceu em 1628, e era
filho de John Allde cujo negócio de tipografia
continuou. Imprimiu cerca de trezentas e
setenta obras, entre as quais um livro de
culinária e outro de jardinagem.
ÁLVARES, ANTÓNIO (pai) - Impressor português
que trabalhou nos finais do século
XVI, princípios do século XVII, que imprimiu
em Lisboa. Trabalhou muitas vezes de parceria
com os impressores Alexandre de
Sequeira, Marcos Borges e António Ribeiro.
ÁLVARES, ANTÓNIO - Filho de António
Álvares, este impressor foi chamado pelo
rei D. João IV para o seu serviço em
substituição de Lourenço Craesbeeck que
se mudara de Lisboa para Coimbra. Em
1623 publicou a Chronica do Condestável
dedicada ao Duque de Bragança, futuro rei
D. João IV.
ÁLVARES, JOÃO - Impressor português
que nasceu em Salgueiro (Aveiro), e faleceu
em Coimbra em 1586. Trabalhou em
Lisboa, Braga e Coimbra, desde 1542 até
1586, umas vezes só, outras de parceria
com o tipógrafo João de Barreira. A sua
filha Isabel João foi casada com o tipógrafo
João de Mariz. Em 1546 foi encarregue pela
Universidade de Coimbra de inventariar e
avaliar o material de impressão doado à
Universidade pelo rei D. João III.
ÁLVARES, RODRIGO - Considerado o
primeiro impressor português mestre de
emprentar livros. Natural possivelmente de
Vila Real, homem viajado e de boa formação
cultural, editor e impressor no Porto em
1497, tradutor e talvez ilustrador, colaborador
de D. Diogo de Sousa, que foi Bispo
do Porto e Arcebispo de Braga, dele são
apenas conhecidas duas obras impressas:
As Constituições que fez ho Senhor dom
Diogo de Sousa e Os Evangelhos e Epístolas
com as suas exposições en romãce, ambas
impressas em 1497, as primeiras acabadas
de imprimir em 4 de Janeiro daquele ano
e os segundos a 25 de Outubro. Nas
Constituições o tipo é gótico dum só corpo,
com capitais lombárdicas e floreadas, de
desenho branco sobre fundo negro. A composição
tipográfica é de fora a fora, seguida,
a uma coluna, com 40 linhas por folha. A
imposição é em três cadernos e o papel tem
marcas de água de diversas espécies. Os
Evangelhos e Epístolas são também impressos
em gótico, de dois corpos. A composição
é a duas colunas e tem 62 gravuras, 14 das
quais estão repetidas. Para além deste livros
foi possivelmente impressor de breviários.
Julga-se que fez a sua formação profissional
básica em Salamanca ou em Braga, na oficina
de Gherlinc, embora haja quem também
defenda que terá aprendido a ser impressor
em Saragoça com Paulo Hurus.
ALKABIZ, SALOMON ben MOISE LEVI -
Impressor judeu que trabalhou em Espanha,
na cidade de Guadalajara, imprimindo algumas
obras em 1482.
AMADO, MANUEL COELHO - Impressor
português do século XVIII, teve oficina em
Lisboa, em diversos locais do Bairro Alto,
nomeadamente na Rua da Rosa e na
Travessa da Estrela. O último ano de que
temos conhecimento em que exerceu actividade
é 1773, ano em que imprimiu Arte da
Grammatica Latina de António Pereira
Xavier.
AMENO, FRANCISCO LUÍS - Tipógrafo
português que trabalhou no século XVIII e
que teve oficina e loja de livros à entrada
da Rua das Gáveas, do lado da igreja do
Loreto, em Lisboa. Depois mudou-se para
a Rua da Atalaia, junto à travessa dos Fiéis
de Deus. Após o terramoto que atingiu
Lisboa em 1755, instalou-se na Rua da
Procissão e na Rua do Jasmin dando à sua
casa a denominação social de Tipografia
Patriarcal.
Francisco Luís Ameno era natural de Trásos-
Montes onde nasceu em 1713. Em 1727
cursava Direito Canónico na Universidade
de Coimbra mas, não tendo concluído o
curso, vem para Lisboa onde abriu aula de
primeiras letras e de gramática latina e,
mais tarde, oficina tipográfica. Entre 1753
e 1754 foi impressor da Congregação
Carmeriana da Santa Igreja de Lisboa.
AMERBACH, JOHANNES - Impressor
alemão nascido em 1430 em Reutlingen.
Estudou na Universidade de Paris antes de
ter começado a trabalhar em Nuremberg,
como revisor, na oficina de Anton Koberger.
Depois estabeleceu-se em Basle com oficina
tipográfica, cerca de 1475, e viria a trabalhar
em parceria, a partir de 1490, com
Johann Petri von Lagendorf e com Johannes
Froben. Foi o mais importante impressor
de Basle por aquela época, onde imprimiu
pelo menos setenta obras, entre as quais
um dicionário de Latim, onze bíblias e livros
de teologia. Foi o primeiro a utilizar tipo
romano. Faleceu em 1513 tendo Froben continuado
com a oficina e mais tarde prosseguido
o negócio o seu filho Boniface
Amerbach.
AMORÓS, CARLOS - É um dos mais importantes
impressores de Barcelona durante a
primeira metade do século XVI. Oriundo de
Tarascón, na Provença, chamava-se na realidade
Boloç, embora este nome não apareça
nunca nos seus trabalhos. Terá sido empregado
de Diego de Gumiel no ano da 1498.
Em 1505 era empregado de Luschner e é
neste ano que começa a trabalhar por conta
própria. A primeira obra em que aparece o
seu nome como impressor é de 1507 e é o
Vocabulario de Nebrija, embora tenha
provavelmente impresso antes, em 1505, as
Indulgencias para a Ordem de la Merced.
Em 1508 terá colaborado com Rosenbach
na impressão do texto de Guy de Chauliac
Pratica o repertori utilissim de cirugia.
Imprimiu muitas obras em catalão, castelhano
e latim.
A sua última obra, de 1548, é o texto de
Bartolomé Cucala Bacalus clericalis.
Os livros impressos por Amorós caracteri-
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zam-se pela grande variedade de tipos
empregues e pela mescla dos mesmos.
A partir de 1542 começou a trabalhar com
o filho Juan Carlos. Faleceu em 1548.
ANABAT, GUILLAUME - Impressor parisiense
do século XVI que imprimiu ricos
Livros de Horas, a maior parte deles para
Hardouyns. Deve ter falecido por volta de
1510.
ANDRÉ, JEAN - O principal impressor em
Paris nos reinados de François I e Henri II,
foi impressor da Universidade. Publicou
alguns tratados anti-luteranos e denunciou
muitos calvinistas sendo responsável pela
sua morte ou prisão, incluindo os seus colegas
impressores François e Robert Estienne.
ANDREWE, LAURENCE - Natural de
Calais, este impressor de obras científicas
trabalhou em Londres e Antuérpia no século
XVI, tendo também sido tradutor.
ANGULO, ANDRÉS de - Natural de Mirande
de Ebro, este impressor espanhol trabalhou
em Alcalá de Henares, entre 1569 e 1578.
Era cunhado de Juan de Brocar que casou
com Francisca, irmã de Andrés. Imprimiu
muitas obras nas quais demonstra o seu virtuosismo
como tipógrafo. A maioria delas
é de carácter legislativo e religioso, tendo
no entanto também impresso textos literários,
como novelas de cavalaria e poemas.
Entre as suas primeiras impressões podem
destacar-se as Constituciones insignis collegii
Sancti Ildefonsi de 1560, o Libro de la
invencion liberal y arte del juego del Axadrez
de 1561, cujo autor é Ruy López de Sigura;
Tractatus de constrctiones de Alfonso de
Torres, também de 1561. Depois imprimiu
Arte breve y muy provechoso de cuenta castellana
y arismética de 1564, de Juan Gutiérrez
de Gualda, Controversiarium medicarum et
philosophicarum de Francisco Vallés de
Covarrubias, impresso em 1564, Triumphos
morales, de 1565, de Francisco de Guzmán;
Recopilación de las leys destos reynos hecha
por mandado de la magestad catholica del
rey don Philippe segundo, de 1567; Las
coplas de Jorge Manique, executado em
1570 e muitos outros até 1578, ano em que
imprimiu In sacrosanctum Lucam enarrationum
de Diogo Estella.
ANISSON - Nome de uma família de impressores
e editores franceses que desde 1691
até 1794 foi responsável pela direcção da
Imprensa Real Francesa e pelos tipos reais
daquela casa impressora. Jean Anisson e
Jacques Anisson, nascidos em Lyon, estabeleceram-
se em Paris vencendo as dificuldades
que lhes foram postas pela corporação
dos impressores parisienses. Jean
Anisson foi director da Imprensa Real e
inventariou todo o material tipográfico que
ali existia. Foi também ele que mandou
gravar os tipos conhecidos por romanos do
Rei de Philippe Grandjean. Em 1707 foi
substituído na direcção da Imprensa Real
pelo seu sobrinho Claude Rigan que se manteve
no cargo até 1725. Neste ano sucedeulhe
Louis-Laurent Anisson que reuniu no
mesmo local do Louvre todos os serviços
da Imprensa Real. Em 1733 foi substituído
pelo seu irmão Jacques Anisson-Duperron.
Neste época a Imprensa Real Francesa
alcançou assinalável prosperidade. Em 1788
Jacques Anisson-Duperron morre e é substituído
por Étienne-Alexandre Duperon,
nascido em 1749, o qual aliás estava designado
como substituto do pai desde 1765.
Étienne dirigiu a casa real impressora até
1794, data em que foi executado no município
de Ris.
Étienne dedicou-se a experiências e estudos
sobre legibilidade comparada entre o
tipo Garamond e o tipo Didot sendo o
primeiro investigador desta matéria.
ANJOS, JOAQUIM dos - Tipógrafo português
dos finais do século XIX princípios
do século XX, que foi revisor, compositor
e tradutor, sendo considerado um dos mais
ilustres tipógrafos da época. Também foi
poeta e prosador. Faleceu em 1918 com 62
anos de idade.
ANTUNES, THOMAZ QUINTINO - Tipógrafo
português que foi chefe da oficina da
Gazeta dos Tribunais e mais tarde proprietário
da Tipografia Universal, uma grande
casa gráfica onde se imprimia o Diário de
Notícias, lançado por Eduardo Coelho. Os
dois eram os proprietários do grande
matutino da capital que surgiu em 29 de
Dezembro de 1864. Quintino Antunes conheceu
grande ascensão social tendo ostentado
o título de Conde de S. Marçal.
ANVERS, LOURENÇO de - Tipógrafo flamengo
que imprimiu em Lisboa de 1641 a
1647. Exerceu vários cargos públicos depois
de ter renunciado à profissão de impressor.
Imprimiu a Gazeta em que se relatam as
Novas todas que nesta corte... de Novembro
de 1641, considerado o primeiro periódico
português. Esta publicação saiu quase todos
os meses, de 1641 a 1647. Lourenço de
Anvers obteve privilégio para imprimir o
Baptisterio, A Semana de Villa Lobos, e o
Flos Sanctorum de frei Diogo do Rosário.
APPENTEGGER, LOPE - Impressor de
nacionalidade alemã que trabalhou em
Saragoça entre 1499 e 1502. Era sobrinho
de Hans e Paulo Hurus por ser filho de
Anna irmã daqueles. Terá sido oficial impressor
na oficina de Paulo. Appentegger terá
actuado como representante da empresa de
Paulo Hurus. Em conjunto com Hutz e Coci
imprimiu, entre outras obras, o Breviariu,
Hieronymitanim, em 1499, Crmen paschale
de Sedulio, em 1500, Constitutiones
Archipiscopatus Caesaraugustani e Horae
Officia quotidiana, também no ano de 1500.
Foi também livreiro e mercador de livros.
Faleceu em Constância em 1526.
ARDIONS, MANUEL - Tipógrafo português,
do Porto que se distinguiu na defesa da
classe operária, e que foi mestre da
Tipografia do Reformatório de Vila do Conde,
depois Escola Salesiana. Faleceu vitima de
tuberculose em 1936.
ARRIGHI, LUDOVICO - Livreiro, editor,
impressor e desenhador de tipos que trabalhou
em Roma no primeiro quartel do
século XVI. Também trabalhou em Veneza,
em 1523, onde imprimiu em associação com
o gravador Eustachio Celebrino a obra Il
modo de temperare le penne. Os tipos que
criou são particularmente elegantes e exerceram
muita influência na criação de outros
tipos itálicos desenhados durante o século
XVI.
ARRIVABENUS, GEORGIUS - Trabalhou
como impressor em Veneza entre 1483 e
1500, tendo executado obras clássicas e textos
legais. Algumas vezes imprimiu associado
com Paganinus de Paganinis, nomeadamente
um Missale Romanum, em 1484.
Sozinho deu à estampa uma bíblia latina,
em 1487/8, obras de Horacio, em 1490, e
trabalhos de Justiniano.
ASCÊNCIO, JADOCO BÁDIO - Impressor
que imprimiu em Paris nos anos de 1500
cuja marca reproduz uma das primeiras
representações de um prelo medieval.
Ascensio ou Ascensius imprimiu primeiro
em Lyon e só depois em Paris, talvez a partir
de 1507. Foi sogro de Robert Estienne
e de Michael Vascosan. Editou, com comentários,
diversas obras clássicas que ele
próprio imprimiu. Nasceu em 1462 e faleceu
em 1533.
ASHKENAZI - Família germânica de refugiados
judeus que em 1486 fundou a
primeira tipografia hebraica em Nápoles.
Imprimiram sobretudo obras de cariz religioso
e filosófico e também um dicionário
Hebeu-árabe-Italiano. Em 1490 imprimiram
o primeiro livro de medicina em hebreu.
A sua actividade impressória em Nápoles
deve ter cessado em 1492.
ASIAIN, NICOLAS de - Também conhecido
por Nicolás de Asiayn ou Assiayn, é considerado
um dos principais tipógrafos que
trabalhou em Pamplona no século XVII.
Possuiu o título de Impressor del Reino de
Navarra. Deve ter começado a imprimir em
1607, fazendo-o até 1622, ano da sua última
impressão, embora alguns estudiosos
indiquem o ano de 1634 como o último ano
em que exerceu actividade.
Entre os trabalhos que realizou destacamse
a Breve instruction de como se há de admnistyrar
el sacramento de la Penitencia de
Bartolome de Medina, impresso em 1611,
Thesaurus verborum ac prasium, ad oratinem
ex hispana latinam efficiendam & locupletandam
de Bartolomé Bravo, de 1612, Vida
excelencias y muerte del gloriosissimo ...San
Joseph, de José Valdivielso, impresso também
em 1612, Memorable expulsión y
justísimo destierro de los moriscos de
España, de Marcos de Guadalajara y Xavier,
terminado em 1613, Viaje de la Tierra Santa
y descripcion de Jerusalem y del santo monte
Llbano, ainda de 1613, de Juan Cerverio
de Vera, Doze comedias de Lope de Veja,
Novelas exemplares de Miguel Cervantes,
ambos de 1614, e Los trabajos de Persiles
y Sigismunda, também de Miguel Cervantes,
impresso em 1617.
Trabalhou de forma esporádica no Colegio
y Universidad de Nuestra Senhora la Real,
onde imprimiu em 1610 o volume terceiro
da Cronica general de la Orden de San Benito
de Diego de Yepes e em 1616 o segundo
tomo da Arte de bien vivir y guía de los
caminos del cielo de Antonio Alvarado.
AUGEREAU, ANTOINE - Gravador francês
de caracteres do século XVI que rivalizou
com Claude Garamond e que nasceu no
Poitou. Também foi editor e impressor em
Paris. Em 1531 reimprimiu a edição de
Andrea Navegaro da obra Orationes duae,
editada por Jean Petit. Morreu enforcado e
queimado, acusado de heresia.
AURIOL, GEORGE - Nascido em 1863 em
Beauvais e falecido em Paris em 1938, o
seu verdadeiro nome era Jean-Georges
Huyot. Foi cientista, poeta, jornalista, pintor,
gravador e pedagogo. Como desenhador
de letras e criador de caracteres tipográficos,
alcançou assinalável êxito. A fauna e a
flora inspiraram-no nas suas criações decorativas.
Entre 1901 e 1924 publicou em três
colecções, mais de quinhentos monogramas
que desenhou para o Tout-Paris.
A colecção de caracteres Auriol editada por
Georges Peignot e irmão, compreende: a
Auriol redonda e cursiva (1901) e suas múltiplas
variações, a francesa ligeira (1902), a
Auriol gravada (1903), a francesa alargada
e a Auriol labeur (1904), e as Robur. Os
tipos criados por Auriol estiveram em moda
em França tanto para trabalhos tipográficos
do quotidiano, como para obras gráficas
mais elaboradas. Como complemento
dos seus caracteres, George Auriol desenhou
várias centenas de vinhetas e florões
tipográficos que alcançaram também notoriedade.
Trabalhou para os editores Larousse
e Hachette na decoração de encadernações
das enciclopédias que aqueles editaram.
A partir de 1925 Auriol leccionou na escola
Estienne um curso de história da letra.
AYALA, JUAN de - Impressor que trabalhou
em Toledo entre 1530 e 1536 de parceria
com Villaquirán. A primeira impressão
de ambos é o Tractado muy util de las obras
de misericordia de Alexander Anglus
impresso em 1530. Juntos imprimem ainda
em 1534 Los officios de San Ambrosio, as
Fabulas de Esopo e o Tratado llamado el
Desseoso y por outro nomebre espejo de religiosos,
a última impressão de ambos, executada
em 1536.
Depois desta parceria com Villaquirán continua
a imprimir sozinho junto à porta da
catedral. Dá então à estampa o Cancionero
de diversas obras de Ambrosio Montesino
e Verdadera información de Tierra Santa de
Antonio de Aranda, ambas de 1537. Após
isto trabalha incessantemente tendo impresso,
entre outros, La Tragicomedia de
Calisto y Melibeu (1538) de Rojas, El
Cortesano de Castigline e a Primera parte
de las diferencias de libros que hay en el
universo, de Alejo Venegas, ambos impressos
em 1540, o Libro de las quatro enfer-
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medades cortesanas (1544) de Luís Lobera
de Ávila, o Itenerarium Adriani Sexti ab
Hispania , (1546) de Blas Ortiz, La Arccadia
(1549) de Sannazaro, as Medidas del
Romano (1549) de Diego de Segredo, e a
Eneida (1555) de Virgílio.
Depois da morte do impressor continuaram
a aparecer impressos com o seu nome ou
com o colofão en casa de Juan de Ayala.
Isso levou os investigadores a admitir que
teve continuadores, nomeadamente um filho
que poderá ser Juan de Ayala Cano.
AYRER, MARCUS - Prototipógrafo alemão,
nómada, que entre 1483 e 1506, trabalhou
em Nurenberg, Ratisbona, Bamberg,
Ingolstadt, Erfurt, e Frankfurt.
AZZOGUIDI, BALDASSARE - Primeiro
impressor a montar oficina de impressão
na cidade italiana de Bolonha em 1470.
A primeira grande obra que imprimiu foi a
Editio princeps das obras de Ovidio. Com
ele se associaram Francesco dal Pozzo, de
Parma e Annibale Malpigli, de Padua, embora
a sociedade não tenha durado muito
tempo.
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BADE, JOSSE - Flamengo que fez os seus
estudos em Gand e em Lovaina e depois foi
atraído pela Itália para onde foi estudar
grego. É considerado um impressor humanista
que imprimiu em Paris numerosas obras
sobretudo para o editor Jean Petit. A sua
oficina tinha uma orientação notoriamente
literária tendo impresso muitos livros de
autores antigos. Faleceu em 1535 tendo-lhe
sucedido à frente da oficina Robert Estienne.
BAEDEKER, KARL - Famoso impressor
alemão do século XIX (1801-1859), de
Leipzig, que se tornou conhecido pela
impressão de guias. Em 1828 adquiriu à
empresa Coblenz de Fr. Röling o Reisehandbuch
für den Rhein para a sua própria
empresa editorial e com ele iniciou a famosa
colecção de guias que tem o seu nome.
BAEMLER, JOHANN - Alemão que começou
como negociante de livros em 1472 e depois
foi copista, iluminador e impressor. Deve
ter-se iniciado como impressor em
Estrasburgo e depois passou a exercer a
profissão em Augsburgo. As obras mais
importantes que imprimiu foram uma
história das cruzadas e Busch der Natur
com ilustrações de plantas.
BAINE, JOHN - Fundidor de tipo escocês,
de Edimburgo, que trabalhou na segunda
metade do século XVII. A sua primeira
fundição situava-se em St. Andrews mas
depois mudou-se para Camlachie perto de
Glasgow, em 1744. Depois de 1749 deve ter
trabalhado em Londres até 1768 tendo
regressado a Edimburgo. Em 1787, juntamente
com o seu genro, emigra para
Filadélfia onde monta uma fundição tipográfica,
a primeira bem sucedida em terras
americanas.
BAKALÁR, MIKULAS - Livreiro, editor e
impressor que instalou em Pilsen, na
Boémia, a primeira oficina tipográfica.
Editou pelo menos vinte e duas obras que
tiveram grande difusão, algumas das quais
também imprimiu. De entre elas podem referenciar-
se o primeiro Psalterio checo,
impresso em 1499, um dicionário checo,
impresso em 1511, diferentes edições de
Bakalár e o primeiro livro satírico Pokoni
a zak, de 1498.
BALLARD, ROBERT - Importante impressor
francês de obras musicais. Em 15 de
Fevereiro de 1552, Henrique II concedeulhe
a ele e a seu primo Adrian Le Roy privilégio
que os designava como os únicos
impressores de música de câmara e de
capela. O privilégio foi sucessivamente renovado
por outros reis de França aos sucessores
de Ballard e durou até 1788. A maioria
dos tipos musicais de Ballard foram
gravados por Guillaume Le Bé, um dos mais
famosos gravadores do século XVI.
A primeira obra impressa por Ballard e
pelo seu sócio e primo foi o Premier Livre
de Tabulature de Luth..., datado de 29 de
Agosto de 1551. Depois imprimiu, em 12
de Setembro do mesmo ano, o Premier Livre
de Tabulature de Guiterre. Robert Ballard
teve pelo menos sete filhos, tendo morrido
em 1588, tendo-lhe sucedido no negócio o
seu filho Pierre.
BALLIGAULT, FÉLIX - Impressor parisiense
do século XVI que trabalhou para muitos
editores e livreiros da época, como Gilles
Gourmont, Claude Jaumar e Antoine Vérard.
BALLI, PEDRO - Livreiro, encadernador e
impressor, possivelmente natural de
Salamanca, que imprimiu diversos textos
bilingues, em castelhano e línguas indíge-
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nas. Trabalhou na América entre 1576 e
1600. Imprimiu, entre outras obras, a Arte
y Dictionario con otras obras en lengua
Michuacán de Juan Bauptista Laguna em
1574; Arte de la lenguamexicana y castellana
de frei Alonso de Molina em 1576; Arte
en lengua mixteca de Antonio de los Reyes
de 1593; Vocabulario en lengua misteca dos
padres da Ordem dos Pregadores e compilado
por frei Francisco de Alvarado, impresso
em 1593. Também imprimiu a Doctrina
Christiana em língua castelhana e mexicana,
de frei Juan de la Anunciación em 1575;
Doctrina Christiana muy útil y necesaria en
Castellano, Mexicano y Otomí, de 1576; o
Confessionario breve en lengua mexicana y
castellana de Alonso de Medina, de 1577.
Sobre medicina deu à estampa Cirurgía con
un arte para sangrar y examen de barbero
de Alonso de Hinojosa, impressa em 1595
acerca dos preceitos da arte de curar usados
na época. De 1600 é a Relación historiada
de las exequias funerales de la magestad
del rey D. Philipp II, nuestro Señor, feitas
pelo Tribunal do Santo Ofício.
BAPTISTE, JEAN - Gravador francês que
nasceu em 1734 e faleceu em 1781. Em
1764 foi o primeiro a gravar utilizando o
processo da água-tinta tal como hoje o
conhecemos.
BARBOU - Família de impressores e editores
franceses cuja actividade se estendeu
entre 1524 e 1820. Membros deste clã trabalharam
em Paris, Limoges e Lyon, onde
Jean Barbou começou a imprimir em 1536.
O seu filho Hugh abriu casa de impressão
em Limoges. Em 1704 Jean-Joseph
(1688-1736) monta tipografia em Paris,
depois de já ter trabalhado em Limoges.
Em 1752 a gráfica era dirigida por Joseph-
Gérard que era considerado um dos melhores
impressores franceses. Em 1753
Joseph- Gérard reimprimiu e continuou as
séries de livros dos clássicos, em pequeno
formato e com ilustrações que tinham sido
começadas em 1740 por Antoine Coustelier.
É notável a sua impressão das Fábulas de
La Fontaine, de 1762. Em 1764 imprimiu
o Manuel Typographique Vol I e o volume
segundo em 1766. Em 1771 imprimiu, de
Louis Luce, o Essai d’une nouvelle typographie.
BARTOLOZZI, FRANCESCO - Gravador
florentino que foi contratado em Londres
por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que o
rei D. João VI tinha encarregue de proceder
à reforma da Imprensa régia. Aprendeu a
gravar em Veneza junto de Joseph Wagner.
Bartolozzi veio para Portugal em 1802, para
dirigir a Aula de Gravura que havia sido
criada pelo Marquês de Pombal, com um
ordenado de 600 mil réis anuais, com direito
a casa e a um ajudante. Embora tivesse
vindo para Portugal com uma idade avançada,
sem a firmeza de mão que as suas
gravuras abertas no estrangeiro demonstram,
Bartolozzi deixou escola e discípulos tendo
uma grande importância nos trabalhos de
gravura que se fizeram em Portugal por
aquela época.
Bartolozzi e seus continuadores usaram o
método de gravura conhecido por ponteado
(pointillé), que consistia mais no emprego
da água forte do que no trabalho de buril
que havia sido usado no país por Carneiro
da Silva. Entre nós usou-se a técnica do
ponteado até ao segundo quartel do século
XIX, quando em França e na Inglaterra já
se usavam há muito os processos do talhe
doce, da água-tinta e da maneira-água.
Faleceu em 7 de Março de 1895.
BARREIRA, JOÃO de - Impressor régio da
Universidade de Coimbra, de origem espanhola.
Trabalhou algumas vezes em conjunto
com João Álvares. Também teve oficina
em Lisboa junto ao arco da Rua de S.
Mamede. Nas impressões que fez usou tipos
góticos, redondos e itálicos. É possível que
tenha adquirido material tipográfico a Luís
Rodrigues já que usou a marca daquele
impressor. Requereu e obteve privilégio por
dez anos para a impressão do livro Sobre
S. Mateus contra as heresias, de D. João
Soares, bispo de Coimbra. Também obteve,
entre outros, privilégio para o Manual de
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orações, tradução do castelhano para português.
BASKERVILLE, JOHN - Impressor e desenhador
de caracteres inglês que nasceu em
1706, em Wolverley, e faleceu em 1775.
Foi calígrafo e teve um negócio de vernizes
onde ganhou o dinheiro que lhe permitiu
estabelecer-se como tipógrafo.
Desenhou os seus próprios caracteres, inspirados
na caligrafia inglesa de finais do século
XVII. Foi também o inventor de alguns aperfeiçoamentos
na prensa tipográfica e, em
conjunto com o papeleiro James Whatman,
introduziu melhoramentos no chamado papel
vitela, tornando-o mais liso. Também inventou
uma tinta para seu uso pessoal, servindose
dos conhecimentos que tinha sobre
vernizes. A sua primeira obra impressa, do
poeta romano Virgílio, em quarto, causou
sensação na Europa em 1757. Foi nomeado
director da gráfica universitária de
Cambridge, onde imprime em 1763 uma
sumptuosa Bíblia em folio.
Entre 1757 e 1775, data da sua morte,
imprime mais de cinquenta obras, sem contar
com outros trabalhos menores. Em 1777,
os seus punções, matrizes e prensas são
instalados em Kehl, na Alemanha, onde são
usados para a impressão da obra completa
de Voltaire, editada pela sociedade literária
e tipográfica de Beaumarchais. Depois de
1789, Beaumarchais instalou a fundição de
Baskerville em Paris. A Gazette Nationale
é impressa, a partir de Novembro de 1790,
com tipos Baskerville e, durante os primeiros
anos da revolução, os seus tipos são usados
em muitos outros impressos. Os tipos
Baskerville são depois comprados pela
família Didot.Em 1953, Charles Peignot
compra-os e doa-os à Cambridge University
Press. Os caracteres fundidos por Baskerville
são de grande elegância e perfeição, constituindo
um tipo próprio, o baskerville, a
meio caminho entre o tipo romano clássico
de Jenson e o moderno de Bodoni.
BASTO, FRANCISCO FERNANDES de -
Impressor português do princípio do século
XVII, irmão de Fructuoso Lourenço de
Basto, também impressor e que lhe trespassou
a oficina em 1625, tendo para isso
obtido alvará de Felipe II.
BASTO, FRUCTUOSO LOURENÇO de -
Impressor com oficina em Braga que também
se estabeleceu no Porto, onde em 1611
imprimiu Privilegios dos cidadãos da cidade
do Porto, concedidos e confirmados pelos
Reys destes Reynos e agora novamente por
el Rei Dom Phelippe II... .
Imprimiu também no Porto a obra do
jurisconsulto Tomé Vaz, Allegationum super
varios materias, de 1612. Em Braga, no ano
de 1627, imprimiu a Relação do recebimento
e festas que se fizeram , na Augusta Cidade
de Braga, à entrada do ilustríssimo...Dom
Rodrigo da Cunha, livro dedicado ao conde
de Miranda, Diogo Lopes de Sousa.
BAUER, CHRISTIAN - Fundidor de tipos
alemão que nasceu em 1802 em Hanau. Após
aprender serralharia, aprende as técnicas da
fundição de tipo na empresa Dresler & Rost-
Fingerlein. Em 1835 associa-se ao tipógrafo e
fundidor Johann Christian Dietrich Nies e
ambos fundam uma estamparia, uma fundição
e uma oficina mecânica. Após vicissitudes
várias, em que se separa do sócio e se muda
para Inglaterra, regressa à Alemanha, à cidade
de Frankfürt, onde cria uma estamparia e uma
fundição de tipos e gravura. Em 1859 fabrica
uma máquina de fundir tipos inspirada no
modelo americano de Brandt e Bruce. Morre
em 1867 mas o seu irmão Konrad e o seu filho
Alexandre continuam com o negócio. É con-
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siderado uma grande figura da fundição de
tipos alemã e europeia.
BAYER, HERBERT - Primeiro professor de
grafismo publicitário da Bauhaus depois
desta instituição se ter transformado numa
escola tradicional e mudado a sua sede para
Dessau, na Alemanha, em 1925. Herbert
Bayer foi nomeado chefe da tipografia da
Bauhaus e depressa se distanciou da concepção
estética do seu mestre Moholy-Nagi.
BÉ, GUILLAUME LE - Considerado um dos
maiores gravadores de caracteres foi aprendiz
de Robert Estienne em 1540. O seu tipo
de hebreu é considerado particularmente
belo. Comprou a Garamond, em 1563, a
maior parte dos moldes tipográficos com os
quais enriqueceu a fundição Le Bé. O seu
filho foi fornecedor da Imprimerie Royale
e criou caracteres de grande beleza. Morreu
em 1645. Sucedeu-lhe seu filho que continuou
o negócio e que morreu em 1685.
A fundição foi então vendida a Jean Claude
Fournier e existirá até à Revolução Francesa.
BEARDSLEY, AUBREY - Desenhador e
ilustrador de livros inglês dos últimos anos
do século XIX. Exerceu grande influência
na arte do desenho e da ilustração de livros
pese embora tenha falecido com apenas vinte
e seis anos de idade.
BEAUCLAIR, GOTHARD de - Suíço considerado
um dos maiores desenhadores para
livros no século XX. Foi compositor em
Offenbach e trabalhou com Rudolf Koch.
Mais tarde trabalhou na Offzin Haag-
Drugulin em Leipzig e em 1928 na Insel-
Verlag. Influenciou muito a tipografia germânica
após 1945, tendo desenhado novos
tipos.
BEAUFORT, ANDRE - Francês, também
conhecido por Andrea Belforte que foi o
primeiro a ter prelo em Ferrara e foi responsável
pela quase metade dos livros que foram
impressos na cidade durante o século XV.
O primeiro período de actividade de Beaufort
em Ferrara vai de 1471 a 1475. A oficina
trabalhou com várias interrupções pelo
menos até 1489. Sabemos que Beaufort
tinha sido copista e que provavelmente
durante os períodos em que a sua tipografia
esteve parada ele se tenha dedicado a copiar
livros à mão. De 1485 até 1489 imprimiu
sobretudo livros de medicina destinados à
Faculdade de Medicina da Universidade que
reabrira em 1485 depois de ter estado encerrada
durante três anos devido à guerra entre
Ferrara e Veneza.
BELLÈRE - Família de importantes impressores
de Antuérpia no século XVII que
imprimiu na cidade e que se destacou na
edição de obras de literatura espanhola como
as comédias de Lope ou La Arcadia, e que
também deu à estampa clássicos latinos.
BENEDICHT, LORENZ - Um dos mais
importantes e competentes impressores do
século XVI na Dinamarca. Trabalhou em
Copenhague de 1560 a 1601. Foi também
o introdutor da impressão de música no
país, em 1509, com a obra Danske Salmebog
de Hans Thomesen.
BENEDY, JOSÉ - Tipógrafo que se iniciou
como compositor na oficina tipográfica dos
irmãos Lallemant e que depois exerceu a
sua profissão nas do Jornal do Norte onde
se imprimia o diário O Século onde também
foi fotógrafo. Distinguiu-se também como
fotogravador e jornalista da causa operária.
Faleceu em Novembro de 1951 com 85 anos
de idade.
BENSLEY, THOMAS - Com oficina em Boltlourt,
este tipógrafo inglês trabalhou nos
finais do século XVIII e nas primeiras três
décadas do século XIX. Tornou-se conhecido
por ter impresso a History of England de
David Hume e uma Bíblia em seis volumes,
impressa entre 1789 e 1800, para além de
outras obras de mérito. De entre elas pode
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ainda destacar-se uma belíssima edição de
The Seasons, de James Thomson, com
gravuras de Bartolozzi e de Tomkins,
impressa em 1792. Executou ainda o
primeiro livro impresso em Inglaterra que
continha litografias e que tem o título
Antiquities of Westminter, da autoria de J.
T. Smith.
Conheceu Fiedrich Gottlob Koenig, o famoso
inventor da máquina de impressão a vapor,
bem como o sócio deste Friedrich Bauer.
Com eles teve contactos comerciais que
visavam a implementação do processo de
impressão a vapor. E com eles se desentendeu
em Janeiro de 1818 por causa
daquela invenção.
Morreu em 11 de Novembro de 1835 em
Claphan Rise, perto de Londres.
BENTLEY, RICHARD - Impressor londrino
(1794-1871), que juntamente com o seu
irmão Samuel se tornou notado pela qualidade
do seu trabalho gráfico. Tornou-se
famoso pela impressão da Bentley’s
Miscellany que foi iniciada em 1837.
BENTON, MORRIS - Embora com formação
em engenharia, tornou-se tipógrafo chefe
da American Type Founders em 1900, e
criou mais de duzentos tipos de letras. De
entre eles destacam-se o Alternate Gothic
(1903), Franklin Gothic (1903-1912),
Cheltenham (1904), Clearface (1919), News
Gothic (1908), Souvenir (1914), Bulmer
(1928), Bank Gothic (1930) e American Text
(1932). Mas o tipo que criou que talvez
tenha alcançado mais fama é o Century
Schoolbook, desenhado em 1919, que se
caracteriza por ser muito legível, proporcionando
uma leitura fácil e pouco cansativa.
Estas características levaram a que este tipo
fosse muito utilizado em livros escolares e
educativos e também em jornais e revistas
e outro tipo de livros. Faleceu em 1948 aos
76 anos de idade.
BERNER,CONRAD - Fundidor de caracteres
tipográficos que sucedeu a Jacques
Sabon em 1580. No ano de 1592 publicou
o seu catálogo de tipos. Em 1626 a sua
fundição passou para as mãos de Johann
Luther. Foi o principal fornecedor de tipos
na Alemanha, nos países escandinavos e nos
Países Baixos.
BERNÚZ, PEDRO - Imprimiu em Saragoça
entre 1540 e 1571. Em 1539 adquiriu a
Jorge Coci parte da tipografia deste e, associado
com Bartolomé de Nájera, que tinha
adquirido a Coci a outra parte, começa a
imprimir e a usar a marca de Coci até 1547,
ano em que a sociedade se desfaz. Bernúz
continua a imprimir até 1571, ano da sua
última impressão.
Imprimiu, entre outros livros, os Estatutos
da cidade de Saragoça, em 1548, Libro intitulado
Arithmetica (1549) de Juan de Iciar,
Fueros de Aragón, em 1552, a Historia general
de las índias (1555), de Francisco López
de Gómara, los Anales de Aragón (1562) de
Zurita e o Coloquio del pecador y del crucifijo,
em 1571. Faleceu em 1572.
BERTHELET, THOMAS - Impressor de
Londres que trabalhou para o rei Henrique
VIII. Tornou-se famoso pela impressão da
primeira bíblia impressa na cidade, por ter
dado à estampa livros com textos legais e
pela execução de uma gramática latina em
1540.
BIEL de BASILEIA, FREDERICO - Instalado
em Burgos a partir de 1475, este
impressor trabalhou em Basileia em 1472
na companhia de Michel Wenssler. Nos trabalhos
que fez em Espanha não aparece
mencionado o apelido Biel. Vários investigadores
atribuem a este impressor duas
edições do Sacramental de Clemente Sánchez
de Vercial, de 1475/1476, que julgam serem
as primeiras obras impressas em Espanha
por Frederico de Basileia. O primeiro
impresso executado em Espanha em que
aparece o seu nome é a Grammatica latina
de Andrés Gutiérrez Cerezo, de 1485. A partir
desta data, encontram-se mais de meia
centena de obras impressas por Frederico
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